contador ERNANI - CRONICAS E POESIAS E SONETOS

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025


A IA E O TARIFAÇO DO MÉXICO

 

     Fale sobre o tarifaço mexicano.

     Olá! O termo "tarifaço mexicano" se refere a um recente aumento significativo das tarifas de importação implementado pelo México, que afeta diversos países com os quais o país não possui acordos de livre-comércio abrangentes, incluindo o Brasil e a China.

     Aqui estão os pontos principais sobre essa medida:

     O que é o "Tarifaço"?

     Aumento de Tarifas: O Congresso do México aprovou um aumento nas tarifas de importação que podem chegar a até 50% em alguns produtos, sendo que a maioria das taxas extras varia entre 20% e 35%.

     Produtos Afetados: A elevação atinge mais de 1.400 produtos de diversos setores, como: Têxteis e Vestuário – Calçados - Autopeças e Veículos (com tarifas mais altas para alguns carros chineses) - Metais e Aço - Plásticos e Borracha - Eletrodomésticos, entre outros.

     Países Alvo: A medida afeta principalmente países com os quais o México não possui um Acordo de Livre Comércio (TLC), incluindo:

     China - Brasil (o país não asiático mais afetado) – Índia - Coreia do Sul – Tailândia – Indonésia - Taiwan, entre outros.

     Vigência: A expectativa é que as novas tarifas entrem em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026.

     Motivações do México

     O governo da presidente Claudia Sheinbaum defende a medida com base no chamado Plano México, que tem como objetivos declarados:

     Proteção à Indústria Nacional: Fortalecer o setor industrial mexicano.

     Geração de Empregos: Preservar e criar empregos no país (o governo estima a preservação de 320 mil empregos).

     Redução da Dependência: Diminuir a dependência de importações de terceiros países (principalmente da Ásia).

     Aumento de Receita: O Ministério das Finanças prevê arrecadar cerca de US$ 2,5 bilhões a mais no próximo ano com as novas tarifas.

     Há também uma percepção de que essa medida pode ser uma resposta à pressão comercial dos Estados Unidos, que acusam o México de servir como rota para a entrada de produtos chineses no mercado americano, driblando as tarifas dos EUA.

     Impactos no Brasil

     Para o Brasil, apesar de o México ser um dos principais destinos industriais, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que as novas tarifas podem impactar até US$ 1,7 bilhão das exportações brasileiras.

     Setor Mais Afetado: O setor automotivo é o mais exposto, representando mais da metade das exportações brasileiras potencialmente afetadas.

     Dificuldade de Acesso: A medida tende a encarecer o acesso ao mercado mexicano para produtos brasileiros, pressionando as margens das empresas.

     Acordos Existentes: O Brasil e o México possuem acordos comerciais (ACE-53 e ACE-55, este último abrangendo o setor automotivo), mas estes cobrem uma parcela relativamente pequena do fluxo comercial total. O governo brasileiro tem manifestado interesse em atualizar e ampliar esses acordos.

     Reações Internacionais

     A medida foi recebida com críticas por alguns países:

     China: Classificou o aumento das tarifas como práticas protecionistas e pediu ao México que as abandone, indicando que estuda medidas de retaliação.

     Oposição Mexicana: Argumentou que a medida foi elaborada às pressas, sem avaliar o impacto na inflação do país, e sugeriu que o aumento das tarifas seria uma cedência às demandas dos EUA.

     Gostaria de saber mais detalhes sobre os produtos brasileiros mais afetados ou sobre as negociações comerciais atuais entre Brasil e México?

    

 

     Sim. Se o Brasil e a China colocar o México no escanteio e nem comprar e nem vender as mercadorias de exportações e importações qual será resultado de tudo isso? Se a China e o Brasil também fizer um tarifaço no mesmo molde dos mexicanos para o México qual será o resultado?

     Essa é uma hipótese de guerra comercial total. Se Brasil e China decidissem isolar o México (tanto parando de comprar quanto de vender, ou aplicando tarifas retaliatórias idênticas), o resultado seria um caos econômico, mas com pesos muito diferentes para cada país.

     O México seria, de longe, o maior prejudicado. Vamos analisar os dois cenários que você propôs:

     Cenário 1: O "Gelo" Total (Ninguém compra, ninguém vende)

     Se Brasil e China cortassem totalmente o comércio com o México, o impacto seria devastador para a indústria mexicana, muito mais do que para os brasileiros ou chineses.

     1. O Colapso das Fábricas Mexicanas (O Fator China) O "calcanhar de Aquiles" do México é que ele é uma grande montadora. Para fabricar os produtos que vende aos EUA (TVs, carros, computadores), o México precisa de peças que vêm da China.

     O Resultado: Sem os componentes eletrônicos, chips, aço e peças intermediárias da China, as fábricas no México parariam. Eles não teriam como produzir para vender ao seu maior cliente, os Estados Unidos. Seria como uma padaria que fica sem farinha.

     2. A Crise no Setor Automotivo (O Fator Brasil) O Brasil e o México têm um fluxo intenso de carros e peças.

     Para o México: Perderia um dos seus maiores mercados na América Latina. Montadoras como a Nissan ou GM no México teriam que demitir, pois não teriam para quem vender os carros que hoje vêm para o Brasil (como o Sentra ou alguns SUVs).

     Para o Brasil: Haveria desabastecimento de alguns modelos de carros e autopeças, o que aumentaria o preço dos veículos aqui imediatamente.

     Cenário 2: O Contra-Ataque (Retaliação com Tarifaço)

     Se Brasil e China aplicassem as mesmas taxas (ex: 35% a 50%) sobre os produtos mexicanos:

     1. México "Encurralado" Os produtos mexicanos ficariam caros demais para entrar no Brasil e na China.

     Resultado: O México ficaria 100% dependente dos Estados Unidos. Se os EUA decidissem apertar o México (o que Donald Trump já ameaçou fazer), o país não teria para onde correr, pois já teria fechado as portas com os outros gigantes emergentes.

     2. Inflação no Brasil No curto prazo, o consumidor brasileiro pagaria a conta.

     Carros, autopeças, alguns eletrônicos e produtos químicos vindos do México ficariam muito mais caros. Isso geraria inflação interna até que a indústria brasileira conseguisse fabricar esses itens ou achasse outro fornecedor.

     3. China pouco afetada Para a China, o México é um cliente pequeno comparado ao resto do mundo. A China poderia simplesmente vender seus produtos para outros países. O México precisa muito mais da China do que a China precisa do México.

     Resumo do "Placar" dessa Guerra

     Quem   Impacto     Por que?

     México Crítico        Sua indústria depende de peças chinesas para funcionar. Sem elas, não exporta para os EUA. Perderia competitividade global.

     Brasil Médio  O setor automotivo sofreria muito (preços subiriam, fábricas teriam problemas de peças), mas o agronegócio e mineração continuariam vendendo para outros lugares.

     China Baixo   A China tem o mundo todo como mercado. Perder o México seria apenas um "arranhão" na sua economia gigante.

     Conclusão Geopolítica

     O México está fazendo uma aposta arriscada. Ao criar esse "tarifaço", ele está sinalizando que prefere agradar aos Estados Unidos (para garantir que o tratado de livre comércio com eles continue forte) do que manter boas relações com China e Brasil.

     Se Brasil e China retaliarem, o México corre o risco de virar uma "colônia industrial" exclusiva dos EUA, sem autonomia para negociar com o resto do mundo.

     Você gostaria de entender como isso afeta o preço de um carro específico ou de algum eletrônico que consumimos aqui no Brasil?

 

 

     Sim. Desejo saber se com essa retaliação aos mexicanos os produtos que deveriam ir para o México ficariam mais baratos dentro do Brasil?

     A lógica econômica básica sugere que sim (aumenta a oferta, o preço cai), mas na prática brasileira a resposta é: provavelmente não, ou muito pouco. E, pior, o efeito colateral seria mais desemprego do que preços baixos.

     Para entender por que os preços não despencariam nas prateleiras e concessionária brasileira precisou analisar três fatores principais: os impostos, a estratégia das fábricas e o tipo de produto.

     Aqui está o detalhamento do que aconteceria com esses produtos "encalhados":

     1. O "Muro" Tributário (Por que exportar é barato)

     Este é o principal motivo pelo qual o produto não ficaria barato aqui.     No Brasil, produtos destinados à exportação são isentos de impostos (não pagam ICMS, IPI, PIS/COFINS) para serem competitivos lá fora.

     O Cenário: Se um carro feito para o México não for embarcado e a montadora decidir vendê-lo no Brasil, ela terá que aplicar todos os impostos brasileiros sobre ele.

     O Resultado: O carro que custaria R$ 80 mil para o mexicano, ao ser nacionalizado para venda em São Paulo, pularia automaticamente para R$ 110 mil ou mais, só por causa da carga tributária. Ou seja, ele chegaria ao mercado com o preço normal de tabela.

     2. Ajuste de Produção (Demissões em vez de Promoções)

     As grandes indústrias (principalmente automotivas e de aço) preferem reduzir a produção a destruir o valor do seu produto.

     Sea Volkswagen ou a GM não conseguir vender 50 mil carros para o México, elas raramente vão jogar esses carros no mercado brasileiro pela metade do preço. Isso desvalorizaria os carros usados e irritaria quem acabou de comprar um carro novo.

     O que elas fazem: Elas dão férias coletivas, suspendem contratos (lay-off) ou demitem funcionários para produzir menos. O ajuste é feito no volume, não no preço.

     3. Commodities (Soja, Milho e Aço)

     Grande parte do que vendemos não é produto final, mas matéria-prima.

 

 

     O que vendemos ao México não é produto final, mas matéria-prima.   Por quê?

     Olá! Essa é uma ótima pergunta sobre a dinâmica comercial entre o Brasil e o México.

     A afirmação de que o Brasil vende mais matéria-prima do que produto final para o México (e para muitos outros países) está historicamente e economicamente ligado a alguns fatores principais:

     Fatores Econômicos e Estruturais

     Complementaridade de Mercados:

     México: É um país com uma indústria de transformação e montagem (maquiladoras) extremamente forte, especialmente no setor automotivo e eletrônico, devido à sua proximidade e acordos comerciais com os Estados Unidos (como o USMCA/NAFTA). O México tem uma grande demanda por insumos básicos para alimentar suas linhas de produção.

     Brasil: É um grande produtor de commodities minerais (ferro, alumínio) e agroindustriais (soja, celulose, carnes), além de ter uma indústria petroquímica robusta, que fornece a matéria-prima (o "combustível") necessário para a indústria mexicana.

     Vantagem Comparativa Brasileira:

     O Brasil historicamente tem uma vantagem comparativa maior na produção de bens de base e commodities devido à sua vasta área, recursos naturais e capacidade de produção em larga escala (agronegócio, mineração).

     Barreiras de Competitividade:

     "Custo Brasil": O produto final brasileiro muitas vezes chega ao mercado externo com um preço menos competitivo devido a fatores internos (impostos altos, burocracia, infraestrutura deficiente, logística cara). Isso torna a exportação de produtos básicos, que têm margens mais baixas, mas são mais fáceis de escoar em volume, mais viável do que a de bens de alto valor agregado.

     Concorrência Internacional: Produtos finais brasileiros de maior valor agregado (como carros ou eletrônicos) enfrentam uma concorrência muito mais acirrada de gigantes globais, especialmente aqueles que já estão integrados nas cadeias produtivas globais do México e dos EUA.

     O Papel do Acordo Comercial (ACE 53)

     O Acordo de Complementação Econômica (ACE 53) entre o Brasil e o México, que rege a maior parte do comércio bilateral, também influencia o que é trocado. Embora vise liberalizar o comércio, a estrutura tarifária e as regras de origem podem, em alguns casos, facilitar o comércio de insumos e matérias-primas que entram nas cadeias produtivas mexicanas.

     Conclusão

     O padrão de exportação de matéria-prima para o México reflete, em grande parte, a especialização produtiva de cada país:

     O Brasil age como um fornecedor-chave de insumos básicos e commodities.

     O México utiliza esses insumos em sua poderosa cadeia de montagem e manufatura para produzir bens que, em seguida, exporta, majoritariamente, para o mercado norte-americano.

     Em resumo, o Brasil fornece o aço, o plástico, o alumínio e o combustível, e o México os transforma em carros, eletrônicos e outros bens manufaturados.

     Gostaria de saber quais são os principais produtos específicos que o Brasil exporta para o México?

 

 

     Sim. Como o Brasil se defenderia desse tarifaço mexicano?

     Para o Brasil se defender de um eventual "tarifaço" mexicano (como o aumento de tarifas de importação de 35% a 50% anunciado recentemente, que visa combater a triangulação de produtos asiáticos mas acaba atingindo o Brasil), a estratégia não seria única, mas sim uma combinação de frentes diplomáticas, jurídicas e comerciais.

     Aqui está como o Brasil poderia (e provavelmente iria) montar sua defesa:

     1. Aceleração da Ampliação do ACE 53 (A "Saída Diplomática")

     Esta é a via mais pragmática e a que o setor industrial (CNI) mais defende.

     O Problema: O Brasil tem um acordo de preferências (ACE 53), mas ele é antigo e cobre poucos produtos (apenas cerca de 800 tipos de mercadorias). O setor de calçados, por exemplo, não está protegido e sofreria com a nova tarifa.

     A Defesa: O Brasil usaria o tarifaço como alavanca para pressionar o México a expandir o acordo rapidamente. Se o produto brasileiro estiver "dentro" do acordo, ele fica isento da tarifa extra.

     Ação Prática: O Itamaraty proporia a inclusão imediata dos setores afetados (calçados, químicos, têxteis) no ACE 53, argumentando que o Brasil é um parceiro estratégico e não o alvo real da medida (que seria a Ásia).

     2. Questionamento na ALADI e OMC (A "Via Legal")

     Se o México aplicar tarifas sobre produtos que já têm preferência acordada ou se a medida for considerada discriminatória, o Brasil pode acionar mecanismos legais.

     ALADI (Associação Latino-Americana de Integração): O Brasil pode argumentar que o aumento de tarifas viola o espírito de integração regional e solicitar consultas formais. Se o México taxar um produto que já deveria ter isenção pelo ACE 53 ou ACE 55 (automotivo), seria uma violação direta de tratado.

     OMC (Organização Mundial do Comércio): O Brasil verificaria se as novas tarifas ultrapassam o "teto" (tarifa consolidada) que o México prometeu na OMC. Se o México prometeu não cobrar mais de 35% e cobrar 50%, o Brasil pode abrir um painel de disputa (o famoso "DSB") contra o México.

     3. Reciprocidade e Retaliação (A "Mão Pesada")

     O Brasil historicamente evita guerras comerciais, mas possui ferramentas para retaliar se o diálogo falhar.

     Princípio da Reciprocidade: O Brasil poderia aumentar, na mesma moeda, as tarifas de importação para produtos mexicanos que entram aqui, tornando os carros ou peças mexicanas mais caras no mercado brasileiro.

     Barreiras Não-Tarifárias: O governo brasileiro poderia aumentar o rigor na fiscalização sanitária ou técnica de produtos mexicanos, atrasando a entrada deles no país (uma tática de "operação tartaruga" na alfândega).

     4. Diversificação de Mercados (A "Vacina")

     Para reduzir a dependência do humor político mexicano (que está muito focado em agradar aos EUA para evitar sanções de Trump), o Brasil precisaria defender seus exportadores abrindo outras portas.

     Foco: Redirecionar os produtos manufaturados (como carros e peças) para outros mercados da América do Sul (via Mercosul) ou acelerar o acordo Mercosul-União Europeia para compensar as perdas na América do Norte.

     Resumo da Situação Atual

     O México está numa "sinuca de bico": precisa taxar a China para não sofrer sanções dos EUA (especialmente com a sombra de Trump). O Brasil acabou entrando na lista de "países sem acordo de livre comércio total" como um dano colateral.

     O próximo passo provável: O governo brasileiro tentará provar ao México que taxar o Brasil não resolve o problema com os EUA e apenas encarece a produção mexicana, já que fornecemos muita matéria-prima essencial para eles.

 

Gemini vs Ernani

 

Pensamento: Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida.

 

Platão

 

 

 

 

 

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