PERIGO PARA A SAÚDE PÚBLICA
A história trata
inicialmente de possível contaminação da água pela empresa DuPont, que
utilizava um composto químico de nome PFOA, ou C8, altamente tóxico que causa
iminente risco à saúde pública, em especial, àqueles que dependiam desse
recurso hídrico e que trabalhavam diretamente com a substância.
A verdade sobre o Teflon
Ele foi inventado para uso
em geladeiras. Acabou indo parar nas panelas – e no sangue de 98% das pessoas.
O Teflon é onipresente, misterioso, polêmico. Mas, afinal, traz ou não...
05-06-2023 | IMPACTO
Como fabricantes esconderam
o perigo dos químicos eternos por décadas.
Assim como as gigantes do
tabaco e do petróleo, empresas como DuPont e 3M sabiam dos riscos dos PFAS e
ocultaram essa informação.
Desde o final da década de
1950, as empresas de tabaco já sabiam que fumar poderia causar câncer, mas
ainda assim financiaram pesquisas científicas por décadas para ofuscar esse
fato. Em 1979, a Exxon sabia que os combustíveis fósseis estavam ligados ao aquecimento
global, mas a indústria do petróleo contestou a ciência climática durante anos.
Em 1961, a Du Pont já sabia
que materiais de Teflon deveriam ser manipulados "com
extrema cautela”.
Agora, um novo relatório
revela que, na década de 1960, a indústria química já tinha conhecimento de que
os PFAS, conhecidos como “produtos químicos eternos”,
tinham efeitos adversos à saúde – e continuaram a esconder isso do público.
PFAS, ou substâncias per e
polifluoroalquil, são uma classe de produtos químicos sintéticos usados em uma
ampla gama de produtos, desde panelas antiaderentes até roupas impermeáveis.
Embora ofereçam benefícios
únicos, eles também permanecem no meio ambiente e no corpo humano por muitos
anos. A exposição aos PFAS tem sido associada a diversos efeitos prejudiciais à
saúde, incluindo aumento do risco de câncer, diminuição da fertilidade e
atrasos no desenvolvimento.
DOCUMENTOS "CONFIDENCIAIS"
À medida que esses compostos
químicos ganham cada vez mais destaque na mídia, algumas empresas e governos
estão começando a tomar medidas para removê-los de seus produtos ou até proibir
o uso dessas substâncias. Em março de 2023, a Agência de Proteção Ambiental dos
EUA (EPA) propôs pela primeira vez um limite
para a presença de “produtos químicos eternos”
na água potável.
Apesar de os perigos dos
PFAS estarem recebendo destaque recentemente, um novo estudo publicado no “Annals of Global Health” revela que a indústria
química tinha conhecimento dos danos à saúde causados por essas substâncias há
décadas.
A exposição aos PFAS tem
sido associada a diversos efeitos prejudiciais à saúde, incluindo aumento do
risco de câncer.
Pesquisadores da
Universidade da Califórnia analisaram documentos da DuPont e da 3M, duas das
maiores fabricantes de PFAS do mundo, de 1961 a 2006, e encontraram evidências
de que essas empresas sabiam do perigo desses produtos químicos, mas mantiveram
essas informações em segredo.
“A
DuPont encontrou evidências da toxicidade dos PFAS a partir de estudos internos
ocupacionais e com animais, mas não as publicou na literatura científica ou
reportou os resultados à EPA, descumprindo a Lei de Controle de Substâncias
Tóxicas. Esses documentos foram classificados como ‘confidenciais’ e, em alguns
casos, executivos da indústria expressaram o desejo de destruí-los.”
Esses arquivos foram
descobertos por meio de um processo movido por Robert Bilott, advogado que
liderou uma ação coletiva relacionada à contaminação por PFAS. Em janeiro de
2021, DuPont, Corteva e Chemours anunciaram um acordo de US$ 83 milhões para
resolver esses processos de danos pessoais, além de US$ 4 bilhões para cobrir
responsabilidades decorrentes do uso passado desses compostos. O documentário
de 2018 “The Devil We Know” destaca o trabalho
de Bilott.
FALHAS NA REGULAMENTAÇÃO
Os documentos revelam que,
em 1961, a empresa descobriu que materiais de Teflon poderiam aumentar o
tamanho do fígado de ratos, que era necessário “manipular
essas substâncias com extrema cautela” e que “o
contato com a pele deveria ser rigorosamente evitado”, de acordo com o
artigo.
Empresas e governos estão
começando a tomar medidas para remover esses produtos ou até proibir o uso
dessas substâncias.
Um memorando interno de 1970
do Laboratório Haskell, financiado pela DuPont, observou que um tipo de PFAS
chamado C-8 (também conhecido como PFOA) era “altamente tóxico quando inalado e moderadamente tóxico quando
ingerido”. Em 1980, duas funcionárias grávidas que trabalhavam em uma
instalação de fabricação deste produto específico deram à luz crianças com
defeitos congênitos.
Segundo o artigo, “uma terceira criança apresentava PFAS detectável no sangue do
cordão umbilical”.
Nenhuma informação sobre
esses casos foi compartilhada com os funcionários. No ano seguinte, foi emitido
um memorando interno que dizia: “não temos conhecimento
de evidências de defeitos congênitos causados por C-8 na DuPont”.
A empresa continuou a
afirmar, por anos, que não havia efeitos tóxicos ou prejudiciais à saúde
conhecidos desse produto químico. Em
2004, a EPA multou a DuPont por não divulgar suas descobertas sobre o PFOA,
resultando em um acordo de US$ 16,5 milhões.
“Esses documentos revelam evidências claras de
que a indústria química sabia dos perigos dos PFAS e deixou de informar o
público, os reguladores e até mesmo seus próprios funcionários sobre os riscos”,
afirmou Tracey J. Woodruff, autora principal do artigo, professora e diretora
do Programa de Saúde Reprodutiva e Meio Ambiente da Universidade da Califórnia
e ex-cientista sênior e assessora de políticas da EPA. “Esta linha do tempo revela falhas graves na forma como os EUA regulam
produtos químicos nocivos.”
Comentário:
A humanidade está sendo exterminada
pelo próprio homem ambicioso, cruel, indigno de viver nesse belo planeta Terra.
A ambição é o propósito de Deus para sua finalidade no futuro, ou seja, o
extermínio das vidas nesse planeta.
Ernani Serra
Pensamento: Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem,
mas não para a sua ambição.
Mahatma Gandhi