contador ERNANI - CRONICAS E POESIAS E SONETOS

sexta-feira, 14 de novembro de 2025




A IA E A CRISE COM O SPORT CLUBE DO RECIFE


     As arrecadações dos Estádios de Futebol vão para onde?

     As arrecadações (ou receitas) de um jogo de futebol em um estádio são compostas principalmente pela renda da bilheteria (venda de ingressos) e pela exploração comercial dentro do estádio (como bares, restaurantes e lojas de produtos licenciados).

     Essa renda é distribuída da seguinte forma, sujeita a taxas e despesas:

     1. Despesas e Taxas Iniciais (Deduzidas da Renda Bruta)

     Antes de a receita ser distribuída, uma série de custos é abatida da Renda Bruta (o valor total arrecadado com a venda de ingressos):

     Custos Operacionais do Estádio:

     Aluguel do estádio (se o clube não for o proprietário).

     Segurança privada e pública (polícia e bombeiros, dependendo do acordo).

   1 -  Serviços médicos.

   2 -  Limpeza e manutenção.

   3 - Seguro dos espectadores.

   4 - Impostos e taxas municipais.

   5 - Custos da Partida:

   6 - Confecção dos ingressos.

   7 - Arbitragem.

     Taxas das Federações: As Federações Estaduais e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) costumam cobrar um percentual (geralmente em torno de 5% da renda bruta) para a organização e o fomento das competições.

     2. Destino da Renda Líquida (o que sobra)

     O valor restante após a dedução de todas as despesas e taxas (a Renda Líquida) é, em regra, dividido entre os clubes participantes da partida.

     Em partidas de campeonatos de pontos corridos (como o Brasileirão):

     Geralmente, o Clube Mandante (o que joga em casa) fica com a maior parte da Renda Líquida, se não toda ela.

     Em partidas de "mata-mata" ou finais:

     É comum que a Renda Líquida seja dividida em um percentual acordado entre os dois clubes (por exemplo, 60% para um e 40% para o outro, ou uma divisão 50/50), ou distribuída conforme o regulamento da competição.

     Observações Importantes

     Clubes: A maior parte do dinheiro arrecadado em estádios (a Renda Líquida) é uma fonte de receita crucial para os clubes de futebol, que o utilizam para pagar salários, dívidas e investimentos.

     Estádios Próprios vs. Concedidos: Se o estádio é próprio do clube, o clube assume os custos operacionais e retém a receita. Se o estádio é concedido (como muitos estádios da Copa do Mundo de 2014, que são administrados por empresas privadas em Parcerias Público-Privadas - PPPs), a concessionária fica com uma parte da receita para cobrir os custos de administração e o retorno do investimento.

     Sócio-Torcedor: Os programas de sócio-torcedor garantem receitas antecipadas para os clubes, pois os valores pagos pelos torcedores garantem acesso ou desconto nos jogos, e essa receita é classificada junto com a bilheteria como Receita de Matchday.

     Gostaria de saber qual é a principal fonte de receita dos clubes de futebol, além da bilheteria?

 

     Sim

     Excelente pergunta! A renda de bilheteria e estádios (que chamamos de Matchday) é importante, mas não é a principal fonte de receita para a maioria dos grandes clubes de futebol atualmente.

     As três principais fontes de receita dos clubes brasileiros, em ordem de representatividade na média, são:

1      - Direitos de Transmissão e Premiações (A maior fatia)

Esta é, tipicamente, a maior fonte de renda para a maioria dos clubes de elite no Brasil.

     Venda de Direitos de TV: Valores pagos por emissoras de TV aberta, fechada e streaming para transmitir os jogos nos campeonatos nacionais (como o Brasileirão), regionais e copas (como a Copa do Brasil e Libertadores).

     Premiações: Valores recebidos por desempenho nas competições, como o campeão do Brasileirão, da Copa do Brasil, etc.

     2. Transferência e Venda de Jogadores

     O Brasil é um dos maiores exportadores de talentos do futebol mundial, o que gera uma receita significativa, e muitas vezes crucial, para o balanço financeiro dos clubes.

     Venda de Atletas: O dinheiro recebido ao negociar jogadores formados em suas categorias de base ou adquiridos em outros clubes.

     Mecanismo de Solidariedade da FIFA: Receita residual que o clube formador continua recebendo em futuras transferências do jogador.

     3. Patrocínios e Publicidade (Marketing)

     Essa fonte cresceu muito nos últimos anos, impulsionada por novos mercados (como as casas de apostas) e pela busca por visibilidade de grandes marcas:

     Patrocínio Máster: O contrato mais valioso, que estampa a marca no espaço mais nobre da camisa.

     Fornecedores de Material Esportivo: Contratos com empresas que fornecem e pagam royalties pelo uso dos uniformes.

     Outras Propriedades: Publicidade em placas do estádio, calções, meias e mídias sociais do clube.

     Comparativo da Receita (Média dos Clubes da Série A)

     1 - Fonte de Receita   Participação Média

     2 - Direitos de Transmissão e Premiações       ~35%

     3 - Patrocínios e Publicidade     ~20%

     4 - Venda de Jogadores      ~18%

     5 - Bilheteria e Sócio-Torcedor ~17%

     6 - Outras Receitas (Licenciamento, etc.)          ~10%

     A bilheteria, embora essencial para a paixão e para o dia a dia, geralmente representa uma parcela menor da receita total se comparada aos direitos de TV e venda de atletas.

     Gostaria que eu pesquisasse sobre os valores recordes de transferências de jogadores brasileiros para o exterior?

     Quanto os jogadores ganham com a arrecadação dos Estádios? O Sport Clube do Recife está ficando igual ao clube do Íbis que foi considerado o pior clube do mundo. Se o Sport do Recife em vez de gastar fortunas com contratações no exterior porque não selecionam os melhores jogadores dos bairros de todo o Brasil gastando o mínimo possível.

     Essa é uma questão que toca em pontos nevrálgicos do futebol brasileiro: a distribuição de renda e a política de contratações dos clubes.

     Aqui está o detalhamento sobre a sua pergunta e uma análise sobre a situação do Sport Clube do Recife (Sport) e a sugestão sobre o aproveitamento de talentos locais.

     1. Quanto os Jogadores Ganham com a Arrecadação dos Estádios?

     Os jogadores de futebol, em geral, não recebem uma porcentagem direta da arrecadação de bilheteria (venda de ingressos) como parte de seus salários.

     O que acontece é o seguinte:

     Renda de Bilheteria (Renda Líquida)

     A renda líquida da bilheteria (após o pagamento de todas as despesas e taxas, como explicado anteriormente) vai diretamente para o caixa do clube.

     Essa receita do clube é utilizada para cobrir todos os custos operacionais, incluindo a folha salarial total (salários, direitos de imagem, luvas e bônus) de todos os funcionários, incluindo os jogadores, comissão técnica e administração.

     Ou seja, a bilheteria é uma fonte de receita que ajuda a pagar os salários, mas não é distribuída individualmente aos atletas de forma percentual.

     Bônus e Premiações

     Exceção: Onde o desempenho do jogo está ligado à renda é através de bônus por vitórias, por classificação ou por títulos.

      Se um clube arrecada muito em uma final de campeonato, parte da premiação recebida pela Federação/Confederação (e não diretamente da bilheteria) é convertida em um bicho (bônus) para o elenco, como um incentivo.

     No entanto, este é um bônus por desempenho, e não o salário base ou uma participação na venda dos ingressos.

     Em resumo, a arrecadação dos estádios compõe a receita geral do clube, que é usada para pagar o salário fixo do jogador, mas o jogador não tem um percentual da venda de ingressos.

     2. A Situação do Sport e a Sugestão de Contratações

     O seu ponto sobre a situação do Sport e a comparação com o Íbis reflete uma frustração comum do torcedor com os resultados e a gestão de recursos.

     A referência ao Íbis (conhecido como o "pior time do mundo" em seu auge de derrotas) é uma expressão da preocupação com o desempenho.

     Análise da Política de Contratações

     Você sugere uma alternativa importante para a saúde financeira e esportiva:

     “Se o Sport do Recife em vez de gastar fortunas com contratações no exterior porque não selecionam os melhores jogadores dos bairros de todo o Brasil gastando o mínimo possível.”

     1. Contratações Caras (Fortunas): Muitos clubes, incluindo o Sport, buscam reforços "prontos" (muitas vezes jogadores mais experientes, ou estrangeiros) para tentar obter um resultado imediato, especialmente quando o time está em uma situação de pressão (como buscar o acesso à Série A, no caso do Sport). Essas contratações, infelizmente, nem sempre dão certo e representam um risco financeiro.

     2. Aposta na Base (Talentos Locais): A sua sugestão é o modelo que historicamente gerou mais sucesso e dinheiro para o futebol brasileiro: investir maciçamente nas categorias de base e na captação de talentos em comunidades e bairros.

     Vantagens da Base     Desvantagens das Contratações Prontas

     Custo Baixo: O custo inicial para o clube é de formação (salários menores, moradia e alimentação).      Custo Alto:   Altas taxas de transferência, salários inflacionados e luvas.

     Identidade: Jogadores locais/da base entendem a cultura do clube e criam maior identificação com a torcida.    Risco de   Adaptação: Jogadores do exterior ou de outras regiões podem ter dificuldades de adaptação ao clima e ao estilo de jogo.

     Maior Lucro: Se o jogador da base for vendido, o lucro (o superávit) é de quase 100% sobre o investimento inicial.    Risco de Prejuízo: Se o jogador contratado não render, o clube pode ter que pagar a rescisão contratual, gerando enorme prejuízo.

     Embora seja um caminho mais lento, investir na base (como o Sport tem feito com sua academia e times juvenis) é a estratégia mais sustentável e que mais gera receita a longo prazo, através da venda de jogadores (uma das maiores fontes de receita, como discutido na resposta anterior).

     Quer saber mais sobre o Mecanismo de Solidariedade da FIFA, que garante que os clubes formadores (como o Sport) recebam dinheiro mesmo após a primeira venda do jogador?

 

 

     Sim. Vender jogadores que estão em alta no futebol não é um péssimo investimento contra o resultado final? Muitos times afundaram por ter vendido os seus jogadores craques quando estavam no auge das competições.

     Essa é uma das maiores e mais difíceis decisões que um clube de futebol no Brasil precisa tomar. Você está absolutamente correto: vender jogadores que estão em alta no meio de uma competição ou no auge da performance é quase sempre um péssimo investimento do ponto de vista do resultado esportivo imediato.

     No entanto, para a maioria dos clubes brasileiros, essa venda é uma necessidade de sobrevivência financeira, o que cria um conflito constante entre o resultado em campo e a saúde do caixa.

     O Conflito: Resultado Esportivo vs. Sobrevivência Financeira

     O Lado Negativo (Resultados Esportivos)

     A venda de um "craque" no auge quase sempre resulta em uma queda no desempenho do time:

     Quebra de Entrosamento: A saída de uma peça-chave desestrutura o esquema tático e o entrosamento construído.

     Perda de Liderança: Muitos jogadores em alta são líderes técnicos e morais, cuja ausência afeta a confiança do elenco.

     Substituição Inadequada: É muito difícil (e caro) encontrar um substituto à altura rapidamente, resultando em uma perda de qualidade no elenco que pode custar um título ou até um rebaixamento.

     Exemplo: Vários clubes perdem jogadores cruciais no meio do Brasileirão para o mercado europeu, que opera com calendários diferentes (janela de transferências de julho/agosto), e isso é um fator decisivo para a perda de posições na tabela.

     O Lado Positivo (Saúde Financeira)

     Aqui está a razão pela qual os clubes se "afundam" esportivamente ao venderem, mas evitam o afundamento financeiro:

     Geração de Caixa (Principal): A venda de um jogador de alto valor é, muitas vezes, a única forma de gerar o dinheiro necessário para pagar dívidas de curto prazo, salários atrasados e fornecedores, evitando que o clube entre em colapso financeiro.

     Ciclo de Vendas: A maioria dos clubes brasileiros opera em um ciclo de vendas: formar um jogador, usá-lo por 1 ou 2 anos e vendê-lo para gerar o capital que vai sustentar o clube até a próxima grande venda.

     O Risco da Desvalorização: Se o clube segura o jogador por muito tempo (por exemplo, até o final do contrato), ele corre o risco de o atleta se lesionar, ter uma queda de performance ou assinar um pré-contrato com outro time, saindo de graça ou por um valor muito baixo. O auge da valorização é o momento ideal para a venda.

     O Mecanismo de Solidariedade da FIFA

     Para mitigar um pouco esse dilema, a FIFA criou o Mecanismo de Solidariedade.

     Detalhe        Descrição

     O que é?      É uma compensação financeira devida ao(s) clube(s) que contribuiu(íram) para a formação e educação do jogador.

     Como Funciona?         Quando um jogador é transferido (com valor) entre clubes de diferentes países, 0,5% do valor de cada transferência é distribuído aos clubes onde ele jogou entre as idades de 12 e 23 anos.

     Porcentagem Total    O valor total de 5% da taxa de transferência é distribuído entre os clubes formadores.

Idades e Distribuição     Os 5% são distribuídos de acordo com o tempo que o jogador passou em cada clube durante esse período:

     * 12 a 15 anos: 0,25% do total da transferência por ano.

     * 16 a 23 anos: 0,5% do total da transferência por ano.

     Importância para o Sport (e outros clubes formadores):      Mesmo que o Sport venda um jogador para um clube europeu, e depois esse jogador seja vendido novamente (em uma segunda, terceira ou quarta transferência internacional), o Sport continuará recebendo uma pequena porcentagem daquela futura venda. Isso incentiva e recompensa o investimento na base, mesmo que o clube tenha que se sacrificar esportivamente na primeira venda.

     Em resumo, a venda de craques é um "mal necessário" para a maioria dos clubes brasileiros, uma forma de trocar o resultado imediato (títulos) pela sustentabilidade de longo prazo (saúde financeira).

     Você gostaria de saber quais são os clubes brasileiros que mais lucraram com o Mecanismo de Solidariedade nos últimos anos?

 

 

     Sim.

     Essa é uma área onde a atenção aos detalhes e ao trabalho de base realmente compensam a longo prazo.

     Embora o Mecanismo de Solidariedade da FIFA seja apenas 5% do valor de uma transferência, o volume de negociações de atletas brasileiros na Europa faz com que esse percentual se torne uma receita considerável para os clubes formadores.

     Com base em dados recentes de janelas de transferências internacionais (que cobrem o fluxo gerado pela segunda venda de grandes estrelas):

     Clubes Brasileiros que Mais Lucram com o Mecanismo de Solidariedade

     O ranking pode variar bastante de um ano para o outro, dependendo de quais grandes craques formados pelo clube foram vendidos do seu primeiro time europeu para um segundo (e por valores altos).

     No entanto, historicamente e em levantamentos recentes que cobrem os ganhos em janelas específicas de transferências, alguns clubes se destacam:

     Posição        Clube       Destaque na Base  Exemplos de Jogadores que Geraram Lucro (Transferências Secundárias)

              Fluminense     Xerém (Base)  João Pedro, Gerson, Fabinho

              São Paulo         Cotia (Base)     Antony, Casemiro, Lucas Moura

              Flamengo         Ninho do Urubu (Base)  Vinicius Jr., Lucas Paquetá, Reinier

              Santos     Vila Belmiro (Base)         Neymar Jr., Rodrygo, Gabriel Barbosa (Gabigol)

              Coritiba   Alto da Glória (Base)      Matheus Cunha, Igor Paixão

     Por que esses clubes lideram?

     Volume e Qualidade: Clubes como Fluminense (Xerém),   São Paulo (Cotia), Flamengo e Santos produzem não apenas muitos jogadores, mas atletas de nível altíssimo que são vendidos por grandes cifras não apenas na primeira, mas também na segunda e terceira vez na Europa.

     Aposta na Base: Esses clubes têm uma cultura institucionalizada de utilizar seus jogadores formados em casa no time principal, o que lhes garante a porcentagem total de formação (dos 12 aos 23 anos).

     A Importância para o Coritiba

     O caso do Coritiba é um excelente exemplo da importância do Mecanismo de Solidariedade. Embora o clube frequentemente não esteja entre os líderes de receita total, em janelas com grandes movimentações (como a venda de Matheus Cunha, que foi um atleta formado lá), o Coritiba pode, de repente, receber milhões de reais, que são vitais para sua estabilidade financeira em divisões inferiores ou em momentos de crise.

     Esse mecanismo é, portanto, uma "poupança forçada" da FIFA que recompensa o trabalho constante e paciente na formação de jovens, reforçando seu ponto anterior sobre a importância de selecionar os melhores jogadores dos bairros e não apenas gastar fortunas em contratações prontas.

     Gostaria de saber mais sobre a estrutura de formação (as famosas "bases") de algum desses clubes?

 

 

     Sim. O Sport clube do Recife fez contratos milionários e agora está a pior, devendo a Deus e ao mundo, com atraso nos salários dos jogadores. Os jogadores perderam o estímulo de competição e vitórias por causa dessas contratações no exterior. Está difícil o Sport voltar a ser o que era antigamente.

     Você tocou em um ponto crucial e doloroso para a história recente do Sport: a combinação perigosa de dívidas históricas com investimentos de alto risco que não se pagaram em campo.

     Sua observação sobre o desestímulo dos jogadores por causa das contratações caras é um reflexo direto de uma gestão financeira instável.

     A Crise do Sport: O Custo do Risco 

     O Sport Club do Recife, como muitos clubes tradicionais brasileiros, viveu um ciclo vicioso de tentar resolver a dívida (passivo) com a receita futura (como o adiantamento de cotas de TV) para financiar contratações caras no presente.

     Aqui está um resumo da situação, com base nos dados financeiros e notícias recentes:

     1. O Problema das Contratações Milionárias e o Fracasso Esportivo

     Seus comentários sobre as contratações no exterior são confirmados pela realidade recente:

     Altos Investimentos Recentes: O Sport investiu cifras consideráveis em jogadores, alguns deles estrangeiros, que se tornaram as contratações mais caras da história do clube.

     Exemplos (em euros): Christian Rivera (volante colombiano, a contratação mais cara da história, na casa dos € 2.90 milhões) e Carlos Alberto (atacante, € 2.50 milhões).

     Baixo Retorno e Saídas: Muitos desses atletas não entregaram o desempenho esperado, resultando em:

     Empréstimos Precoces: Jogadores como Carlos Alberto foram emprestados rapidamente após passagens frustrantes.

     Desperdício de Recursos: O alto custo (salário, luvas e valor de transferência) para um desempenho abaixo da média onera o caixa sem trazer o retorno esportivo (acesso, títulos).

     A Frustração dos Jogadores: Quando o clube gasta fortunas em reforços que fracassam, isso impacta o vestiário e a torcida. Os jogadores percebem que os recursos do clube foram mal aplicados, o que pode levar à perda de confiança na gestão e, sim, ao desestímulo em campo, especialmente quando há atrasos salariais.

     2. A Situação Financeira (Dívidas e Atrasos)

     A instabilidade financeira cria o ambiente perfeito para a queda de desempenho:

     Fluxo de Caixa Descasado: O clube enfrentou repetidamente o problema do descassamento de fluxo de caixa, onde as receitas (direitos de TV, patrocínios) chegam em datas diferentes das despesas fixas (salários).

     Atrasos Salariais: A imprensa reportou (e a diretoria admitiu dificuldades, muitas vezes justificando-as como "descassamento de fluxo") situações de atraso no pagamento de salários e direitos de imagem dos jogadores.

     Impacto no Desempenho: Jogadores, que vivem da sua carreira e dependem do salário, perdem o foco e a motivação quando seus pagamentos não estão em dia. É difícil exigir o máximo de performance quando o clube está em falta.

     Dívida e Recuperação Judicial: Historicamente, o Sport acumulou uma dívida altíssima. Embora tenha aprovado recentemente um Plano de Recuperação Judicial (RJ) que reduziu a dívida total significativamente (de R$ 396 milhões para cerca de R$ 109 milhões, segundo balanços recentes), o clube ainda precisa de equilíbrio. A RJ dá um fôlego, mas exige disciplina financeira rigorosa.

     O Caminho para Voltar ao "Antigamente"

     O caminho que você sugere (aproveitar talentos da base e dos bairros) é o único sustentável a longo prazo, e o Sport mostrou que sabe fazer isso:

     Venda de Ativos da Base: A venda de Pedro Lima (formado na base) para um clube europeu por um valor recorde para o Nordeste foi crucial para impulsionar a receita recente do Sport, mostrando o caminho do lucro e da sustentabilidade.

     Foco no DNA do Clube: O futuro do Sport e de outros clubes endividados passa por:

     Priorizar a Base: Focar a maior parte do investimento na captação, formação e infraestrutura para jovens talentos.

     Contratar com Inteligência: Buscar reforços prontos apenas em posições muito carentes, com salários adequados à realidade do clube, evitando os "milhões" que colocam o clube em risco.

     Disciplina Financeira: Utilizar os mecanismos como a Recuperação Judicial para pagar as dívidas antigas, mas principalmente não criar novas dívidas com gastos irresponsáveis.

     Em resumo, o Sport está em um momento de transição dolorosa. Para voltar à glória, precisa de mais "Pedro Limas" (lucro da base) e menos "contratações-bomba" (risco financeiro).

     Gostaria que eu pesquisasse a estrutura atual das categorias de base do Sport Clube do Recife (como a Academia do Leão) para ver onde os investimentos estão sendo direcionados?

 

 

     Sim. Será que o Sport vai ser extinto como foi o Íbis. Há alguns meses ou anos atrás o Íbis voltou mais logo desapareceu, por acaso foi pelo seu mal desempenho?

     Sua preocupação com o Sport ser extinto é compreensível, dado o histórico de crise financeira e a comparação com um time que cultiva a fama de "pior do mundo". No entanto, a situação dos dois clubes é bem diferente.

     Vou abordar a situação da base do Sport, que é o seu caminho para a saúde financeira, e o folclore envolvendo o Íbis.

     1. O Sport Clube do Recife será extinto? (Provavelmente Não) A chance de o Sport ser extinto é extremamente baixa, apesar das dificuldades financeiras. O clube tem uma marca forte, uma das maiores torcidas do Nordeste e um patrimônio considerável (a Ilha do Retiro).

     Recentemente, o clube deu um passo decisivo para garantir sua sobrevivência:

     Plano de Recuperação Judicial (RJ) Homologado: O Sport teve seu Plano de Recuperação Judicial aprovado pela Justiça de Pernambuco. Isso é um alívio enorme, pois reduziu sua dívida total em cerca de 72% a 80% (de aproximadamente R$ 396 milhões para R$ 109 milhões, segundo balanços recentes).

     Significado: A RJ não apaga a dívida, mas a renegocia sob condições muito mais favoráveis (como longos prazos de carência e grandes descontos), dando ao clube previsibilidade e fôlego para pagar os credores e focar na gestão.

     O Caminho: O futuro do Sport não é a extinção, mas sim a necessidade de implementar uma gestão profissional e austera, priorizando a receita da base e evitando o endividamento por contratações de alto risco.

     2. Estrutura e Investimentos na Base do Sport (O Caminho da Sustentabilidade)

     A boa notícia é que o Sport está, de fato, investindo onde o dinheiro deve vir a longo prazo: a base, muitas vezes chamada de Academia de Futebol do Leão ou o CT de base.

     Melhoria na Infraestrutura: O Sport tem investido e planeja investir na ampliação e modernização de seu Centro de Treinamento (CT). O projeto de expansão visa transformar o CT em um complexo de futebol com uma área total de 23 hectares, o que o colocaria entre os melhores do Nordeste e do Brasil.

     O "Caso Pedro Lima": A venda recente de Pedro Lima, um jogador formado na base, por um valor recorde para um clube do Nordeste, demonstra que o trabalho de formação está sendo bem-sucedido e é a principal fonte de receita para o equilíbrio financeiro.

     Captação Local (Sua Sugestão): O clube tem lançado projetos como o "Sport na Comunidade" para realizar ações de captação e observação de jovens talentos nos bairros de Pernambuco, reforçando a estratégia de "selecionar os melhores jogadores dos bairros" que você sugeriu.

     Conclusão: O Sport está tentando seguir o caminho certo (investir na base e sanear as finanças via RJ), que é o único que garantirá seu sucesso e longevidade, ao invés de depender de contratações caras.

     3. A História do Íbis (O "Pior Time do Mundo")

     A história do Íbis é muito diferente e é mais folclórica do que financeira:

     Não foi extinto: O Íbis Sport Club não foi extinto. Ele foi fundado em 1938 e continua ativo, filiado à Federação Pernambucana de Futebol.

     O Título de "Pior do Mundo": O clube conquistou fama mundial (e entrou para o Guinness Book) por um longo período de quase quatro anos (entre 1980 e 1984) sem conseguir uma única vitória, acumulando 55 jogos sem triunfar.

     O "Desaparecimento": O que você percebe como "desaparecimento" é o fato de que o Íbis passou 21 anos na Série A2 do Campeonato Pernambucano. Eles voltaram à primeira divisão em 2021 (após serem vice-campeões da A2), mas o desempenho ruim, que é a sua marca registrada, fez com que voltassem a lutar contra o rebaixamento.

     Modelo de Negócio: O Íbis transformou a derrota em uma marca de marketing de sucesso nas redes sociais, o que atraiu patrocínios (como a Betsson, uma casa de apostas) que, segundo o próprio presidente do clube, deram fôlego para contratar, pagar salários e investir na base, algo que o clube não tinha antes.

     O Íbis tem um desempenho ruim por tradição e folclore. O Sport tem um desempenho ruim por crise financeira e dívidas. São realidades opostas.

     Você gostaria de saber mais detalhes sobre a Recuperação Judicial do Sport e o que ela significa para o futuro das contratações?

 

 

     Sim. O Sport poderá ser um time competitivo? Espero que o Sport mande olheiros por todos os Estados do Brasil a procura dos melhores jogadores de bairro para o seu elenco.

     Você está absolutamente certo ao focar na base e na captação de talentos como o caminho para a competitividade do Sport. É a estratégia mais inteligente e sustentável, especialmente após a Recuperação Judicial (RJ).

     Vou explicar o que a RJ implica para o futuro competitivo do Sport e por que a captação de talentos de bairro (os "olheiros por todos os Estados") é a chave para o sucesso.

     1. O Impacto da Recuperação Judicial (RJ) na Competitividade

     A homologação do Plano de RJ é um evento que muda o jogo, pois impõe (e permite) a disciplina financeira necessária para que o Sport volte a ser competitivo.

     O Foco Mudar OBRIGATORIAMENTE

     Antes da RJ (Passado)        Depois da RJ (Futuro Próximo)

     Alto Risco: Gastos irresponsáveis em contratações caras (como as que você mencionou) eram usados na esperança de um resultado rápido.         Baixo Risco: O clube será auditado e monitorado de perto. O dinheiro deve ser focado no essencial: custos fixos, infraestrutura e dívidas.

     Endividamento: O dinheiro da receita (TV, patrocínios) era consumido pelo passivo e pelos juros.    Fôlego: Com a renegociação da dívida em prazos longos, o clube libera uma parte da receita para investimento produtivo (como a captação de talentos).

     Contratações: Dependência de jogadores "prontos" e caros, com alto risco de fracasso.   Competitividade Sustentável: Foco na base e em contratações pontuais e baratas, visando o longo prazo e não apenas o resultado do próximo mês.

     Conclusão: A RJ força o Sport a parar de cavar o buraco financeiro. Isso significa que o clube só poderá ser competitivo se for eficiente em campo e fora dele, ou seja, se gastar pouco e bem.

     2. A Captação de Talentos ("Olheiros nos Bairros") é a Chave

     Sua ideia de mandar olheiros por todos os estados, buscando os melhores jogadores de bairro, é a estratégia de maior retorno para um clube que está saindo de uma crise.

     Por que o Sport deve investir nisso?

     Rendimento Imediato (e Barato): Ao invés de gastar R$ 5 milhões em um jogador que pode não se adaptar, o Sport gasta R$ 50 mil em uma rede de olheiros. O custo é baixo e o potencial de retorno é gigantesco.

     Foco no Nordeste (Vantagem): O Nordeste é um celeiro de talentos, e um investimento inteligente em captação em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e outros estados vizinhos coloca o Sport em vantagem em relação aos grandes clubes do Sul/Sudeste que, muitas vezes, só buscam o talento depois que ele já está mais caro.

     O Ciclo Virtuoso da Base:

     Captação Barata: Descobre um talento no bairro.

     Formação: Investe na Academia do Leão (infraestrutura).

     Uso: O jogador se destaca no time principal (competitividade).

     Venda de Alto Valor: O lucro da venda é usado para pagar a dívida da RJ e investir na próxima geração.

     O caso do Pedro Lima, que foi descoberto na Paraíba e vendido para o Chelsea (com um valor estimado de até €10,5 milhões), é a prova de que a estratégia de captação de talentos regionais é a única que gera competitividade e riqueza para o Sport.

     Sim, o Sport pode ser muito competitivo, mas não será com os métodos antigos de contratações milionárias. Será com a inteligência da base e a disciplina da RJ.

     Gostaria de saber quais são os principais desafios que o Sport ainda enfrenta para implementar essa gestão de "baixo custo e alto retorno" após a Recuperação Judicial?

 

 

     Sim. Essas vendas milionárias de jogadores para o exterior poderá ser um meio de corrupção dentro da diretoria do clube? E um desfalque no elenco que pode cair de produção?

     Você levantou duas preocupações extremamente válidas e interligadas: a corrupção e o desfalque técnico. Ambas são faces da gestão temerária que muitos clubes brasileiros, incluindo o Sport em certos momentos, enfrentaram.

     1. Vendas Milionárias e Corrupção (A Ética na Gestão)

     A venda de jogadores, especialmente as "milionárias", pode ser um terreno fértil para a corrupção se a gestão for opaca e não houver fiscalização.

     Potenciais Vias de Corrupção em Transferências

     O problema não está na venda em si (que é legítima e necessária), mas em como o valor e as comissões são negociados:

     Comissões Inflacionadas: Diretores ou intermediários podem superfaturar as comissões pagas aos empresários (agentes) dos jogadores. Um agente pode ter direito a 10%, mas um dirigente corrupto pode autorizar 20% e embolsar a diferença.

     Subfaturamento da Venda: O clube vende o jogador por um valor oficial mais baixo para a Europa, mas recebe o restante "por fora" em contas no exterior, desviando o dinheiro que deveria ir para o caixa oficial do clube.

     Uso de Terceiros: Histórias de clubes que vendem percentuais dos direitos econômicos de um jogador a fundos de investimento ou empresários por valores baixos (antecipando receita) para desviar parte do dinheiro no processo.

     A Importância da Lei e da RJ

     Para combater isso, a única solução é a transparência e a fiscalização:

     Lei da SAF (Sociedade Anônima do Futebol): Muitos clubes estão migrando para o modelo SAF, que exige uma gestão muito mais profissional, transparente e sujeita a auditorias externas, tornando a corrupção muito mais difícil.

     Recuperação Judicial (RJ): No caso do Sport, a RJ impõe um nível de monitoramento judicial e fiscalização dos credores sobre as finanças. Isso torna os grandes gastos e as vendas mais transparentes, pois os credores querem garantir que o dinheiro vá para a dívida e não para o bolso de terceiros.

     Em suma, o potencial para a corrupção existe, mas a pressão da RJ e a tendência de profissionalização do futebol brasileiro (via SAF ou governança rigorosa) são os contrapesos.

     2. O Desfalque no Elenco e a Queda de Produção

     Você está corretíssimo. Este é o risco mais imediato e visível no campo.

     A venda de um craque, como ocorreu com Pedro Lima no meio da temporada, é um desfalque técnico que inevitavelmente afeta a produção do time.

     O Dilema do Clube Brasileiro

     O Time Perde Força: O Sport perde uma peça importante que não pode ser facilmente substituída no mercado (porque a janela de transferências está fechada ou o dinheiro é insuficiente para um substituto à altura). O objetivo do clube passa de "subir de divisão" para "minimizar o dano".

     A Diretoria Ganha Fôlego: No entanto, o dinheiro dessa venda (R$ 44,5 milhões no caso de Pedro Lima, segundo relatos) é vital para pagar as dívidas mais urgentes da RJ e os salários, evitando que o clube receba um transfer ban da FIFA ou entre em colapso financeiro.

     O clube brasileiro (especialmente um que está saindo da crise, como o Sport) é forçado a fazer uma escolha de "custo-benefício": aceitar o risco de desfalque em campo em troca da garantia da sobrevivência institucional.

     Sua Visão é o Futuro

     Sua sugestão de investir em olheiros por todos os estados é a resposta exata para esse dilema:

     Se o Sport tiver uma rede de captação forte e profissional, ele terá 2 ou 3 substitutos promissores prontos para entrar no lugar do jogador vendido, minimizando o desfalque e mantendo o ciclo de receita e competitividade.

     O futuro competitivo do Sport depende dessa mudança de mentalidade: trocar a busca por resultados imediatos via contratações caras por uma estrutura sólida de formação que garanta a saúde financeira e a reposição técnica.

     Você gostaria de saber quais são os clubes de Pernambuco que já adotaram o modelo SAF, que é a maior ferramenta de transparência para evitar a corrupção?

 

 

     Sim.

     A situação dos três principais clubes de Pernambuco — Sport, Náutico e Santa Cruz — em relação à Sociedade Anônima do Futebol (SAF) é a seguinte:

     Santa Cruz:

     O Santa Cruz está em um estágio avançado na transição para SAF, sendo o mais próximo de se tornar o primeiro do "Trio de Ferro" a concluir o processo.

     O projeto de SAF, que prevê um investimento de mais de R$ 1 bilhão em 15 anos, foi aprovado pelo Conselho Deliberativo (em outubro de 2025).

     O próximo passo crucial é a aprovação final pela Assembleia Geral de Sócios, que deve ser convocada em breve. O clube também está trabalhando na conciliação com credores, o que pode incluir um leilão da proposta de SAF no âmbito da Recuperação Judicial (RJ).

     Náutico:

     O Náutico também tem um caminho bem definido rumo à SAF e já recebeu propostas vinculantes de investimento.

     Em junho de 2025, o clube recebeu uma proposta de um grupo argentino que ofereceu R$ 400 milhões em investimentos no futebol ao longo de dez anos por 90% da SAF. Essa seria a segunda maior negociação do Nordeste, atrás apenas da do Bahia com o Grupo City.

     Anteriormente, o clube chegou a negociar com o "Consórcio Timbu" (com envolvimento de Cafu) com uma proposta de R$ 1 bilhão no total, mas as negociações com esse grupo foram encerradas em abril de 2025 por não atenderem às exigências do Conselho Deliberativo. O clube segue avaliando propostas e o processo depende da aprovação do Conselho e dos sócios.

     Sport:

     O Sport está trabalhando ativamente na sua reestruturação financeira e também planeja se tornar SAF, com previsão de virar clube-empresa até o final de 2025.

     A gestão do clube tem como pilar a transição para SAF e está buscando investidores para um projeto que pode envolver cerca de R$ 700 milhões para a Ilha do Retiro.

     O clube conseguiu avançar com a Recuperação Judicial (RJ) aprovada, o que reduziu significativamente seu passivo (de R$ 396 milhões para R$ 109 milhões), facilitando a busca por investidores.

     A proposta mais discutida internamente prevê uma SAF com o clube mantendo o controle, possivelmente com a venda de uma porcentagem minoritária (como 49%) da SAF, embora o percentual final ainda dependa da negociação e aprovação dos sócios.

 

 

Gemini vs Ernani

 

Pensamento: Crise no esporte representa má gestão dos dirigentes.

 

Ernani Serra