As arrecadações
dos Estádios de Futebol vão para onde?
As arrecadações (ou
receitas) de um jogo de futebol em um estádio são compostas principalmente pela
renda da bilheteria (venda de ingressos) e pela exploração comercial dentro do
estádio (como bares, restaurantes e lojas de produtos licenciados).
Essa renda é distribuída da
seguinte forma, sujeita a taxas e despesas:
1. Despesas e Taxas Iniciais
(Deduzidas da Renda Bruta)
Antes de a receita ser
distribuída, uma série de custos é abatida da Renda Bruta (o valor total
arrecadado com a venda de ingressos):
Custos Operacionais do
Estádio:
Aluguel do estádio (se o
clube não for o proprietário).
Segurança privada e pública
(polícia e bombeiros, dependendo do acordo).
1 - Serviços médicos.
2 - Limpeza e manutenção.
3 - Seguro dos espectadores.
4 - Impostos e taxas
municipais.
5 - Custos da Partida:
6 - Confecção dos ingressos.
7 - Arbitragem.
Taxas das Federações: As
Federações Estaduais e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) costumam
cobrar um percentual (geralmente em torno de 5% da renda bruta) para a
organização e o fomento das competições.
2. Destino da Renda Líquida
(o que sobra)
O valor restante após a
dedução de todas as despesas e taxas (a Renda Líquida) é, em regra, dividido
entre os clubes participantes da partida.
Em partidas de campeonatos
de pontos corridos (como o Brasileirão):
Geralmente, o Clube Mandante
(o que joga em casa) fica com a maior parte da Renda Líquida, se não toda ela.
Em partidas de
"mata-mata" ou finais:
É comum que a Renda Líquida
seja dividida em um percentual acordado entre os dois clubes (por exemplo, 60%
para um e 40% para o outro, ou uma divisão 50/50), ou distribuída conforme o
regulamento da competição.
Observações Importantes
Clubes: A maior parte do
dinheiro arrecadado em estádios (a Renda Líquida) é uma fonte de receita
crucial para os clubes de futebol, que o utilizam para pagar salários, dívidas
e investimentos.
Estádios Próprios vs.
Concedidos: Se o estádio é próprio do clube, o clube assume os custos
operacionais e retém a receita. Se o estádio é concedido (como muitos estádios
da Copa do Mundo de 2014, que são administrados por empresas privadas em
Parcerias Público-Privadas - PPPs), a concessionária fica com uma parte da
receita para cobrir os custos de administração e o retorno do investimento.
Sócio-Torcedor: Os programas
de sócio-torcedor garantem receitas antecipadas para os clubes, pois os valores
pagos pelos torcedores garantem acesso ou desconto nos jogos, e essa receita é
classificada junto com a bilheteria como Receita de Matchday.
Gostaria de saber qual é a
principal fonte de receita dos clubes de futebol, além da bilheteria?
Sim
Excelente pergunta! A renda
de bilheteria e estádios (que chamamos de Matchday) é importante, mas não é a
principal fonte de receita para a maioria dos grandes clubes de futebol
atualmente.
As três principais fontes de
receita dos clubes brasileiros, em ordem de representatividade na média, são:
1 - Direitos de Transmissão e Premiações (A maior fatia)
Esta é, tipicamente, a maior fonte de renda para a maioria dos clubes
de elite no Brasil.
Venda de Direitos de TV:
Valores pagos por emissoras de TV aberta, fechada e streaming para transmitir
os jogos nos campeonatos nacionais (como o Brasileirão), regionais e copas
(como a Copa do Brasil e Libertadores).
Premiações: Valores
recebidos por desempenho nas competições, como o campeão do Brasileirão, da
Copa do Brasil, etc.
2. Transferência e Venda de
Jogadores
O Brasil é um dos maiores
exportadores de talentos do futebol mundial, o que gera uma receita
significativa, e muitas vezes crucial, para o balanço financeiro dos clubes.
Venda de Atletas: O dinheiro
recebido ao negociar jogadores formados em suas categorias de base ou
adquiridos em outros clubes.
Mecanismo de Solidariedade
da FIFA: Receita residual que o clube formador continua recebendo em futuras
transferências do jogador.
3. Patrocínios e Publicidade
(Marketing)
Essa fonte cresceu muito nos
últimos anos, impulsionada por novos mercados (como as casas de apostas) e pela
busca por visibilidade de grandes marcas:
Patrocínio Máster: O
contrato mais valioso, que estampa a marca no espaço mais nobre da camisa.
Fornecedores de Material
Esportivo: Contratos com empresas que fornecem e pagam royalties pelo uso dos
uniformes.
Outras Propriedades:
Publicidade em placas do estádio, calções, meias e mídias sociais do clube.
Comparativo da Receita
(Média dos Clubes da Série A)
1 - Fonte de Receita Participação Média
2 - Direitos de Transmissão
e Premiações ~35%
3 - Patrocínios e
Publicidade ~20%
4 - Venda de Jogadores ~18%
5 - Bilheteria e
Sócio-Torcedor ~17%
6 - Outras Receitas
(Licenciamento, etc.) ~10%
A bilheteria, embora
essencial para a paixão e para o dia a dia, geralmente representa uma parcela
menor da receita total se comparada aos direitos de TV e venda de atletas.
Gostaria que eu pesquisasse
sobre os valores recordes de transferências de jogadores brasileiros para o
exterior?
Quanto os jogadores ganham com a arrecadação
dos Estádios? O Sport Clube do Recife está ficando igual ao clube do Íbis que
foi considerado o pior clube do mundo. Se o Sport do Recife em vez de gastar
fortunas com contratações no exterior porque não selecionam os melhores
jogadores dos bairros de todo o Brasil gastando o mínimo possível.
Essa é uma questão que toca
em pontos nevrálgicos do futebol brasileiro: a distribuição de renda e a
política de contratações dos clubes.
Aqui está o detalhamento
sobre a sua pergunta e uma análise sobre a situação do Sport Clube do Recife
(Sport) e a sugestão sobre o aproveitamento de talentos locais.
1. Quanto os Jogadores
Ganham com a Arrecadação dos Estádios?
Os jogadores de futebol, em
geral, não recebem uma porcentagem direta da arrecadação de bilheteria (venda
de ingressos) como parte de seus salários.
O que acontece é o seguinte:
Renda de Bilheteria (Renda
Líquida)
A renda líquida da
bilheteria (após o pagamento de todas as despesas e taxas, como explicado
anteriormente) vai diretamente para o caixa do clube.
Essa receita do clube é
utilizada para cobrir todos os custos operacionais, incluindo a folha salarial
total (salários, direitos de imagem, luvas e bônus) de todos os funcionários,
incluindo os jogadores, comissão técnica e administração.
Ou seja, a bilheteria é uma
fonte de receita que ajuda a pagar os salários, mas não é distribuída
individualmente aos atletas de forma percentual.
Bônus e Premiações
Exceção: Onde o desempenho
do jogo está ligado à renda é através de bônus por vitórias, por classificação
ou por títulos.
Se um clube arrecada muito
em uma final de campeonato, parte da premiação recebida pela
Federação/Confederação (e não diretamente da bilheteria) é convertida em um
bicho (bônus) para o elenco, como um incentivo.
No entanto, este é um bônus
por desempenho, e não o salário base ou uma participação na venda dos
ingressos.
Em resumo, a arrecadação dos
estádios compõe a receita geral do clube, que é usada para pagar o salário fixo
do jogador, mas o jogador não tem um percentual da venda de ingressos.
2. A Situação do Sport e a
Sugestão de Contratações
O seu ponto sobre a situação
do Sport e a comparação com o Íbis reflete uma frustração comum do torcedor com
os resultados e a gestão de recursos.
A referência ao Íbis
(conhecido como o "pior time do mundo" em seu auge de derrotas) é uma
expressão da preocupação com o desempenho.
Análise da Política de
Contratações
Você sugere uma alternativa
importante para a saúde financeira e esportiva:
“Se o Sport do Recife em vez
de gastar fortunas com contratações no exterior porque não selecionam os
melhores jogadores dos bairros de todo o Brasil gastando o mínimo possível.”
1. Contratações Caras
(Fortunas): Muitos clubes, incluindo o Sport, buscam reforços
"prontos" (muitas vezes jogadores mais experientes, ou estrangeiros)
para tentar obter um resultado imediato, especialmente quando o time está em
uma situação de pressão (como buscar o acesso à Série A, no caso do Sport).
Essas contratações, infelizmente, nem sempre dão certo e representam um risco
financeiro.
2. Aposta na Base (Talentos
Locais): A sua sugestão é o modelo que historicamente gerou mais sucesso e
dinheiro para o futebol brasileiro: investir maciçamente nas categorias de base
e na captação de talentos em comunidades e bairros.
Vantagens da Base Desvantagens das Contratações Prontas
Custo Baixo: O custo inicial
para o clube é de formação (salários menores, moradia e alimentação). Custo Alto: Altas taxas de transferência, salários
inflacionados e luvas.
Identidade: Jogadores
locais/da base entendem a cultura do clube e criam maior identificação com a
torcida. Risco de Adaptação: Jogadores do exterior ou de outras
regiões podem ter dificuldades de adaptação ao clima e ao estilo de jogo.
Maior Lucro: Se o jogador da
base for vendido, o lucro (o superávit) é de quase 100% sobre o investimento
inicial. Risco de Prejuízo: Se o
jogador contratado não render, o clube pode ter que pagar a rescisão
contratual, gerando enorme prejuízo.
Embora seja um caminho mais
lento, investir na base (como o Sport tem feito com sua academia e times
juvenis) é a estratégia mais sustentável e que mais gera receita a longo prazo,
através da venda de jogadores (uma das maiores fontes de receita, como
discutido na resposta anterior).
Quer saber mais sobre o
Mecanismo de Solidariedade da FIFA, que garante que os clubes formadores (como
o Sport) recebam dinheiro mesmo após a primeira venda do jogador?
Sim.
Vender jogadores que estão em alta no futebol não é um péssimo investimento
contra o resultado final? Muitos times afundaram por ter vendido os seus
jogadores craques quando estavam no auge das competições.
Essa é uma das maiores e mais difíceis decisões que um clube de futebol
no Brasil precisa tomar. Você está absolutamente correto: vender jogadores que
estão em alta no meio de uma competição ou no auge da performance é quase
sempre um péssimo investimento do ponto de vista do resultado esportivo
imediato.
No entanto, para a maioria
dos clubes brasileiros, essa venda é uma necessidade de sobrevivência
financeira, o que cria um conflito constante entre o resultado em campo e a
saúde do caixa.
O Conflito: Resultado
Esportivo vs. Sobrevivência Financeira
O Lado Negativo (Resultados Esportivos)
A venda de um
"craque" no auge quase sempre resulta em uma queda no desempenho do
time:
Quebra de Entrosamento: A
saída de uma peça-chave desestrutura o esquema tático e o entrosamento
construído.
Perda de Liderança: Muitos jogadores em alta
são líderes técnicos e morais, cuja ausência afeta a confiança do elenco.
Substituição Inadequada: É
muito difícil (e caro) encontrar um substituto à altura rapidamente, resultando
em uma perda de qualidade no elenco que pode custar um título ou até um
rebaixamento.
Exemplo: Vários clubes
perdem jogadores cruciais no meio do Brasileirão para o mercado europeu, que
opera com calendários diferentes (janela de transferências de julho/agosto), e
isso é um fator decisivo para a perda de posições na tabela.
O Lado Positivo (Saúde
Financeira)
Aqui está a razão pela qual
os clubes se "afundam" esportivamente ao venderem, mas evitam o
afundamento financeiro:
Geração de Caixa
(Principal): A venda de um jogador de alto valor é, muitas vezes, a única forma
de gerar o dinheiro necessário para pagar dívidas de curto prazo, salários
atrasados e fornecedores, evitando que o clube entre em colapso financeiro.
Ciclo de Vendas: A maioria
dos clubes brasileiros opera em um ciclo de vendas: formar um jogador, usá-lo
por 1 ou 2 anos e vendê-lo para gerar o capital que vai sustentar o clube até a
próxima grande venda.
O Risco da Desvalorização:
Se o clube segura o jogador por muito tempo (por exemplo, até o final do
contrato), ele corre o risco de o atleta se lesionar, ter uma queda de
performance ou assinar um pré-contrato com outro time, saindo de graça ou por
um valor muito baixo. O auge da valorização é o momento ideal para a venda.
O Mecanismo de Solidariedade
da FIFA
Para mitigar um pouco esse
dilema, a FIFA criou o Mecanismo de Solidariedade.
Detalhe Descrição
O que é? É uma compensação financeira devida ao(s)
clube(s) que contribuiu(íram) para a formação e educação do jogador.
Como Funciona? Quando um jogador é transferido (com
valor) entre clubes de diferentes países, 0,5% do valor de cada transferência é
distribuído aos clubes onde ele jogou entre as idades de 12 e 23 anos.
Porcentagem Total O valor total de 5% da taxa de transferência
é distribuído entre os clubes formadores.
Idades e Distribuição Os 5%
são distribuídos de acordo com o tempo que o jogador passou em cada clube
durante esse período:
* 12 a 15 anos: 0,25% do
total da transferência por ano.
* 16 a 23 anos: 0,5% do
total da transferência por ano.
Importância para o Sport (e
outros clubes formadores): Mesmo que
o Sport venda um jogador para um clube europeu, e depois esse jogador seja
vendido novamente (em uma segunda, terceira ou quarta transferência
internacional), o Sport continuará recebendo uma pequena porcentagem daquela
futura venda. Isso incentiva e recompensa o investimento na base, mesmo que o
clube tenha que se sacrificar esportivamente na primeira venda.
Em resumo, a venda de
craques é um "mal necessário" para a maioria dos clubes brasileiros,
uma forma de trocar o resultado imediato (títulos) pela sustentabilidade de
longo prazo (saúde financeira).
Você gostaria de saber quais
são os clubes brasileiros que mais lucraram com o Mecanismo de Solidariedade
nos últimos anos?
Sim.
Essa é uma área onde a atenção aos detalhes e ao trabalho de base
realmente compensam a longo prazo.
Embora o Mecanismo de
Solidariedade da FIFA seja apenas 5% do valor de uma transferência, o volume de
negociações de atletas brasileiros na Europa faz com que esse percentual se
torne uma receita considerável para os clubes formadores.
Com base em dados recentes
de janelas de transferências internacionais (que cobrem o fluxo gerado pela
segunda venda de grandes estrelas):
Clubes Brasileiros que Mais
Lucram com o Mecanismo de Solidariedade
O ranking pode variar
bastante de um ano para o outro, dependendo de quais grandes craques formados
pelo clube foram vendidos do seu primeiro time europeu para um segundo (e por
valores altos).
No entanto, historicamente e
em levantamentos recentes que cobrem os ganhos em janelas específicas de
transferências, alguns clubes se destacam:
Posição Clube Destaque
na Base Exemplos de Jogadores que Geraram
Lucro (Transferências Secundárias)
1º Fluminense Xerém
(Base) João Pedro, Gerson, Fabinho
2º São Paulo Cotia
(Base) Antony, Casemiro, Lucas Moura
3º Flamengo Ninho
do Urubu (Base) Vinicius Jr., Lucas
Paquetá, Reinier
4º Santos Vila Belmiro
(Base) Neymar Jr., Rodrygo,
Gabriel Barbosa (Gabigol)
5º Coritiba Alto da
Glória (Base) Matheus Cunha, Igor
Paixão
Por que esses clubes
lideram?
Volume e Qualidade: Clubes
como Fluminense (Xerém), São Paulo
(Cotia), Flamengo e Santos produzem não apenas muitos jogadores, mas atletas de
nível altíssimo que são vendidos por grandes cifras não apenas na primeira, mas
também na segunda e terceira vez na Europa.
Aposta na Base: Esses clubes
têm uma cultura institucionalizada de utilizar seus jogadores formados em casa
no time principal, o que lhes garante a porcentagem total de formação (dos 12
aos 23 anos).
A Importância para o
Coritiba
O caso do Coritiba é um
excelente exemplo da importância do Mecanismo de Solidariedade. Embora o clube
frequentemente não esteja entre os líderes de receita total, em janelas com
grandes movimentações (como a venda de Matheus Cunha, que foi um atleta formado
lá), o Coritiba pode, de repente, receber milhões de reais, que são vitais para
sua estabilidade financeira em divisões inferiores ou em momentos de crise.
Esse mecanismo é, portanto,
uma "poupança forçada" da FIFA que recompensa o trabalho constante e
paciente na formação de jovens, reforçando seu ponto anterior sobre a
importância de selecionar os melhores jogadores dos bairros e não apenas gastar
fortunas em contratações prontas.
Gostaria de saber mais sobre
a estrutura de formação (as famosas "bases") de algum desses clubes?
Sim.
O Sport clube do Recife fez contratos milionários e agora está a pior, devendo
a Deus e ao mundo, com atraso nos salários dos jogadores. Os jogadores perderam
o estímulo de competição e vitórias por causa dessas contratações no exterior.
Está difícil o Sport voltar a ser o que era antigamente.
Você tocou em um ponto crucial e doloroso para a história recente do
Sport: a combinação perigosa de dívidas históricas com investimentos de alto
risco que não se pagaram em campo.
Sua observação sobre o
desestímulo dos jogadores por causa das contratações caras é um reflexo direto
de uma gestão financeira instável.
A Crise do Sport: O Custo do
Risco
O Sport Club do Recife, como
muitos clubes tradicionais brasileiros, viveu um ciclo vicioso de tentar
resolver a dívida (passivo) com a receita futura (como o adiantamento de cotas
de TV) para financiar contratações caras no presente.
Aqui está um resumo da
situação, com base nos dados financeiros e notícias recentes:
1. O Problema das
Contratações Milionárias e o Fracasso Esportivo
Seus comentários sobre as
contratações no exterior são confirmados pela realidade recente:
Altos Investimentos
Recentes: O Sport investiu cifras consideráveis em jogadores, alguns deles
estrangeiros, que se tornaram as contratações mais caras da história do clube.
Exemplos (em euros):
Christian Rivera (volante colombiano, a contratação mais cara da história, na
casa dos € 2.90 milhões) e Carlos Alberto (atacante, € 2.50 milhões).
Baixo Retorno e Saídas:
Muitos desses atletas não entregaram o desempenho esperado, resultando em:
Empréstimos Precoces:
Jogadores como Carlos Alberto foram emprestados rapidamente após passagens
frustrantes.
Desperdício de Recursos: O
alto custo (salário, luvas e valor de transferência) para um desempenho abaixo
da média onera o caixa sem trazer o retorno esportivo (acesso, títulos).
A Frustração dos Jogadores:
Quando o clube gasta fortunas em reforços que fracassam, isso impacta o
vestiário e a torcida. Os jogadores percebem que os recursos do clube foram mal
aplicados, o que pode levar à perda de confiança na gestão e, sim, ao
desestímulo em campo, especialmente quando há atrasos salariais.
2. A Situação Financeira
(Dívidas e Atrasos)
A instabilidade financeira
cria o ambiente perfeito para a queda de desempenho:
Fluxo de Caixa Descasado: O
clube enfrentou repetidamente o problema do descassamento de fluxo de caixa,
onde as receitas (direitos de TV, patrocínios) chegam em datas diferentes das
despesas fixas (salários).
Atrasos Salariais: A
imprensa reportou (e a diretoria admitiu dificuldades, muitas vezes
justificando-as como "descassamento de fluxo") situações de atraso no
pagamento de salários e direitos de imagem dos jogadores.
Impacto no Desempenho:
Jogadores, que vivem da sua carreira e dependem do salário, perdem o foco e a
motivação quando seus pagamentos não estão em dia. É difícil exigir o máximo de
performance quando o clube está em falta.
Dívida e Recuperação
Judicial: Historicamente, o Sport acumulou uma dívida altíssima. Embora tenha
aprovado recentemente um Plano de Recuperação Judicial (RJ) que reduziu a
dívida total significativamente (de R$ 396 milhões para cerca de R$ 109
milhões, segundo balanços recentes), o clube ainda precisa de equilíbrio. A RJ
dá um fôlego, mas exige disciplina financeira rigorosa.
O Caminho para Voltar ao
"Antigamente"
O caminho que você sugere
(aproveitar talentos da base e dos bairros) é o único sustentável a longo
prazo, e o Sport mostrou que sabe fazer isso:
Venda de Ativos da Base: A
venda de Pedro Lima (formado na base) para um clube europeu por um valor
recorde para o Nordeste foi crucial para impulsionar a receita recente do
Sport, mostrando o caminho do lucro e da sustentabilidade.
Foco no DNA do Clube: O
futuro do Sport e de outros clubes endividados passa por:
Priorizar a Base: Focar a
maior parte do investimento na captação, formação e infraestrutura para jovens
talentos.
Contratar com Inteligência:
Buscar reforços prontos apenas em posições muito carentes, com salários
adequados à realidade do clube, evitando os "milhões" que colocam o
clube em risco.
Disciplina Financeira:
Utilizar os mecanismos como a Recuperação Judicial para pagar as dívidas
antigas, mas principalmente não criar novas dívidas com gastos irresponsáveis.
Em resumo, o Sport está em
um momento de transição dolorosa. Para voltar à glória, precisa de mais
"Pedro Limas" (lucro da base) e menos "contratações-bomba"
(risco financeiro).
Gostaria que eu pesquisasse
a estrutura atual das categorias de base do Sport Clube do Recife (como a
Academia do Leão) para ver onde os investimentos estão sendo direcionados?
Sim.
Será que o Sport vai ser extinto como foi o Íbis. Há alguns meses ou anos atrás
o Íbis voltou mais logo desapareceu, por acaso foi pelo seu mal desempenho?
Sua preocupação com o Sport ser extinto é compreensível, dado o
histórico de crise financeira e a comparação com um time que cultiva a fama de
"pior do mundo". No entanto, a situação dos dois clubes é bem
diferente.
Vou abordar a situação da
base do Sport, que é o seu caminho para a saúde financeira, e o folclore
envolvendo o Íbis.
1. O Sport Clube do Recife
será extinto? (Provavelmente Não) A chance de o Sport ser extinto é
extremamente baixa, apesar das dificuldades financeiras. O clube tem uma marca
forte, uma das maiores torcidas do Nordeste e um patrimônio considerável (a
Ilha do Retiro).
Recentemente, o clube deu um
passo decisivo para garantir sua sobrevivência:
Plano de Recuperação
Judicial (RJ) Homologado: O Sport teve seu Plano de Recuperação Judicial
aprovado pela Justiça de Pernambuco. Isso é um alívio enorme, pois reduziu sua
dívida total em cerca de 72% a 80% (de aproximadamente R$ 396 milhões para R$
109 milhões, segundo balanços recentes).
Significado: A RJ não apaga
a dívida, mas a renegocia sob condições muito mais favoráveis (como longos
prazos de carência e grandes descontos), dando ao clube previsibilidade e
fôlego para pagar os credores e focar na gestão.
O Caminho: O futuro do Sport
não é a extinção, mas sim a necessidade de implementar uma gestão profissional
e austera, priorizando a receita da base e evitando o endividamento por
contratações de alto risco.
2. Estrutura e Investimentos
na Base do Sport (O Caminho da Sustentabilidade)
A boa notícia é que o Sport
está, de fato, investindo onde o dinheiro deve vir a longo prazo: a base,
muitas vezes chamada de Academia de Futebol do Leão ou o CT de base.
Melhoria na Infraestrutura:
O Sport tem investido e planeja investir na ampliação e modernização de seu
Centro de Treinamento (CT). O projeto de expansão visa transformar o CT em um
complexo de futebol com uma área total de 23 hectares, o que o colocaria entre
os melhores do Nordeste e do Brasil.
O "Caso Pedro
Lima": A venda recente de Pedro Lima, um jogador formado na base, por um valor
recorde para um clube do Nordeste, demonstra que o trabalho de formação está
sendo bem-sucedido e é a principal fonte de receita para o equilíbrio
financeiro.
Captação Local (Sua
Sugestão): O clube tem lançado projetos como o "Sport na Comunidade"
para realizar ações de captação e observação de jovens talentos nos bairros de
Pernambuco, reforçando a estratégia de "selecionar os melhores jogadores
dos bairros" que você sugeriu.
Conclusão: O Sport está
tentando seguir o caminho certo (investir na base e sanear as finanças via RJ),
que é o único que garantirá seu sucesso e longevidade, ao invés de depender de
contratações caras.
3. A História do Íbis (O
"Pior Time do Mundo")
A história do Íbis é muito
diferente e é mais folclórica do que financeira:
Não foi extinto: O Íbis
Sport Club não foi extinto. Ele foi fundado em 1938 e continua ativo, filiado à
Federação Pernambucana de Futebol.
O Título de "Pior do
Mundo": O clube conquistou fama mundial (e entrou para o Guinness Book)
por um longo período de quase quatro anos (entre 1980 e 1984) sem conseguir uma
única vitória, acumulando 55 jogos sem triunfar.
O
"Desaparecimento": O que você percebe como
"desaparecimento" é o fato de que o Íbis passou 21 anos na Série A2
do Campeonato Pernambucano. Eles voltaram à primeira divisão em 2021 (após
serem vice-campeões da A2), mas o desempenho ruim, que é a sua marca
registrada, fez com que voltassem a lutar contra o rebaixamento.
Modelo de Negócio: O Íbis
transformou a derrota em uma marca de marketing de sucesso nas redes sociais, o
que atraiu patrocínios (como a Betsson, uma casa de apostas) que, segundo o
próprio presidente do clube, deram fôlego para contratar, pagar salários e
investir na base, algo que o clube não tinha antes.
O Íbis tem um desempenho ruim
por tradição e folclore. O Sport tem um desempenho ruim por crise financeira e
dívidas. São realidades opostas.
Você gostaria de saber mais
detalhes sobre a Recuperação Judicial do Sport e o que ela significa para o
futuro das contratações?
Sim. O Sport
poderá ser um time competitivo? Espero que o Sport mande olheiros por todos os
Estados do Brasil a procura dos melhores jogadores de bairro para o seu elenco.
Você está absolutamente
certo ao focar na base e na captação de talentos como o caminho para a
competitividade do Sport. É a estratégia mais inteligente e sustentável,
especialmente após a Recuperação Judicial (RJ).
Vou explicar o que a RJ
implica para o futuro competitivo do Sport e por que a captação de talentos de
bairro (os "olheiros por todos os Estados") é a chave para o sucesso.
1. O Impacto da Recuperação
Judicial (RJ) na Competitividade
A homologação do Plano de RJ
é um evento que muda o jogo, pois impõe (e permite) a disciplina financeira
necessária para que o Sport volte a ser competitivo.
O Foco Mudar
OBRIGATORIAMENTE
Antes da RJ (Passado) Depois da RJ (Futuro Próximo)
Alto Risco: Gastos
irresponsáveis em contratações caras (como as que você mencionou) eram usados
na esperança de um resultado rápido. Baixo
Risco: O clube será auditado e monitorado de perto. O dinheiro deve ser focado
no essencial: custos fixos, infraestrutura e dívidas.
Endividamento: O dinheiro da
receita (TV, patrocínios) era consumido pelo passivo e pelos juros. Fôlego: Com a renegociação da dívida em
prazos longos, o clube libera uma parte da receita para investimento produtivo
(como a captação de talentos).
Contratações: Dependência de
jogadores "prontos" e caros, com alto risco de fracasso. Competitividade Sustentável: Foco na base e
em contratações pontuais e baratas, visando o longo prazo e não apenas o
resultado do próximo mês.
Conclusão: A RJ força o
Sport a parar de cavar o buraco financeiro. Isso significa que o clube só
poderá ser competitivo se for eficiente em campo e fora dele, ou seja, se
gastar pouco e bem.
2. A Captação de Talentos
("Olheiros nos Bairros") é a Chave
Sua ideia de mandar olheiros
por todos os estados, buscando os melhores jogadores de bairro, é a estratégia
de maior retorno para um clube que está saindo de uma crise.
Por que o Sport deve
investir nisso?
Rendimento Imediato (e
Barato): Ao invés de gastar R$ 5 milhões em um jogador que pode não se adaptar,
o Sport gasta R$ 50 mil em uma rede de olheiros. O custo é baixo e o potencial
de retorno é gigantesco.
Foco no Nordeste (Vantagem):
O Nordeste é um celeiro de talentos, e um investimento inteligente em captação
em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e outros estados vizinhos coloca o
Sport em vantagem em relação aos grandes clubes do Sul/Sudeste que, muitas vezes,
só buscam o talento depois que ele já está mais caro.
O Ciclo Virtuoso da Base:
Captação Barata: Descobre um
talento no bairro.
Formação: Investe na
Academia do Leão (infraestrutura).
Uso: O jogador se destaca no
time principal (competitividade).
Venda de Alto Valor: O lucro
da venda é usado para pagar a dívida da RJ e investir na próxima geração.
O caso do Pedro Lima, que
foi descoberto na Paraíba e vendido para o Chelsea (com um valor estimado de
até €10,5 milhões), é a prova de que a estratégia de captação de talentos
regionais é a única que gera competitividade e riqueza para o Sport.
Sim, o Sport pode ser muito
competitivo, mas não será com os métodos antigos de contratações milionárias.
Será com a inteligência da base e a disciplina da RJ.
Gostaria de saber quais são
os principais desafios que o Sport ainda enfrenta para implementar essa gestão
de "baixo custo e alto retorno" após a Recuperação Judicial?
Sim. Essas vendas milionárias de jogadores
para o exterior poderá ser um meio de corrupção dentro da diretoria do clube? E
um desfalque no elenco que pode cair de produção?
Você levantou duas preocupações extremamente válidas e interligadas: a
corrupção e o desfalque técnico. Ambas são faces da gestão temerária que muitos
clubes brasileiros, incluindo o Sport em certos momentos, enfrentaram.
1. Vendas Milionárias e
Corrupção (A Ética na Gestão)
A venda de jogadores,
especialmente as "milionárias", pode ser um terreno fértil para a
corrupção se a gestão for opaca e não houver fiscalização.
Potenciais Vias de Corrupção
em Transferências
O problema não está na venda
em si (que é legítima e necessária), mas em como o valor e as comissões são
negociados:
Comissões Inflacionadas:
Diretores ou intermediários podem superfaturar as comissões pagas aos
empresários (agentes) dos jogadores. Um agente pode ter direito a 10%, mas um
dirigente corrupto pode autorizar 20% e embolsar a diferença.
Subfaturamento da Venda: O
clube vende o jogador por um valor oficial mais baixo para a Europa, mas recebe
o restante "por fora" em contas no exterior, desviando o dinheiro que
deveria ir para o caixa oficial do clube.
Uso de Terceiros: Histórias
de clubes que vendem percentuais dos direitos econômicos de um jogador a fundos
de investimento ou empresários por valores baixos (antecipando receita) para
desviar parte do dinheiro no processo.
A Importância da Lei e da RJ
Para combater isso, a única
solução é a transparência e a fiscalização:
Lei da SAF (Sociedade
Anônima do Futebol): Muitos clubes estão migrando para o modelo SAF, que exige
uma gestão muito mais profissional, transparente e sujeita a auditorias
externas, tornando a corrupção muito mais difícil.
Recuperação Judicial (RJ):
No caso do Sport, a RJ impõe um nível de monitoramento judicial e fiscalização
dos credores sobre as finanças. Isso torna os grandes gastos e as vendas mais
transparentes, pois os credores querem garantir que o dinheiro vá para a dívida
e não para o bolso de terceiros.
Em suma, o potencial para a
corrupção existe, mas a pressão da RJ e a tendência de profissionalização do
futebol brasileiro (via SAF ou governança rigorosa) são os contrapesos.
2. O Desfalque no Elenco e a
Queda de Produção
Você está corretíssimo. Este
é o risco mais imediato e visível no campo.
A venda de um craque, como
ocorreu com Pedro Lima no meio da temporada, é um desfalque técnico que
inevitavelmente afeta a produção do time.
O Dilema do Clube Brasileiro
O Time Perde Força: O Sport
perde uma peça importante que não pode ser facilmente substituída no mercado (porque
a janela de transferências está fechada ou o dinheiro é insuficiente para um
substituto à altura). O objetivo do clube passa de "subir de divisão"
para "minimizar o dano".
A Diretoria Ganha Fôlego: No
entanto, o dinheiro dessa venda (R$ 44,5 milhões no caso de Pedro Lima, segundo
relatos) é vital para pagar as dívidas mais urgentes da RJ e os salários,
evitando que o clube receba um transfer ban da FIFA ou entre em colapso
financeiro.
O clube brasileiro
(especialmente um que está saindo da crise, como o Sport) é forçado a fazer uma
escolha de "custo-benefício": aceitar o risco de desfalque em campo
em troca da garantia da sobrevivência institucional.
Sua Visão é o Futuro
Sua sugestão de investir em
olheiros por todos os estados é a resposta exata para esse dilema:
Se o Sport tiver uma rede de
captação forte e profissional, ele terá 2 ou 3 substitutos promissores prontos
para entrar no lugar do jogador vendido, minimizando o desfalque e mantendo o
ciclo de receita e competitividade.
O futuro competitivo do
Sport depende dessa mudança de mentalidade: trocar a busca por resultados
imediatos via contratações caras por uma estrutura sólida de formação que
garanta a saúde financeira e a reposição técnica.
Você gostaria de saber quais
são os clubes de Pernambuco que já adotaram o modelo SAF, que é a maior
ferramenta de transparência para evitar a corrupção?
Sim.
A situação dos três principais clubes de Pernambuco — Sport, Náutico e
Santa Cruz — em relação à Sociedade Anônima do Futebol (SAF) é a seguinte:
Santa Cruz:
O Santa Cruz está em um
estágio avançado na transição para SAF, sendo o mais próximo de se tornar o
primeiro do "Trio de Ferro" a concluir o processo.
O projeto de SAF, que prevê
um investimento de mais de R$ 1 bilhão em 15 anos, foi aprovado pelo Conselho
Deliberativo (em outubro de 2025).
O próximo passo crucial é a
aprovação final pela Assembleia Geral de Sócios, que deve ser convocada em
breve. O clube também está trabalhando na conciliação com credores, o que pode
incluir um leilão da proposta de SAF no âmbito da Recuperação Judicial (RJ).
Náutico:
O Náutico também tem um
caminho bem definido rumo à SAF e já recebeu propostas vinculantes de
investimento.
Em junho de 2025, o clube
recebeu uma proposta de um grupo argentino que ofereceu R$ 400 milhões em
investimentos no futebol ao longo de dez anos por 90% da SAF. Essa seria a
segunda maior negociação do Nordeste, atrás apenas da do Bahia com o Grupo
City.
Anteriormente, o clube
chegou a negociar com o "Consórcio Timbu" (com envolvimento de Cafu)
com uma proposta de R$ 1 bilhão no total, mas as negociações com esse grupo
foram encerradas em abril de 2025 por não atenderem às exigências do Conselho
Deliberativo. O clube segue avaliando propostas e o processo depende da
aprovação do Conselho e dos sócios.
Sport:
O Sport está trabalhando
ativamente na sua reestruturação financeira e também planeja se tornar SAF, com
previsão de virar clube-empresa até o final de 2025.
A gestão do clube tem como
pilar a transição para SAF e está buscando investidores para um projeto que
pode envolver cerca de R$ 700 milhões para a Ilha do Retiro.
O clube conseguiu avançar
com a Recuperação Judicial (RJ) aprovada, o que reduziu significativamente seu
passivo (de R$ 396 milhões para R$ 109 milhões), facilitando a busca por
investidores.
A proposta mais discutida
internamente prevê uma SAF com o clube mantendo o controle, possivelmente com a
venda de uma porcentagem minoritária (como 49%) da SAF, embora o percentual
final ainda dependa da negociação e aprovação dos sócios.
Gemini vs Ernani
Pensamento:
Crise no esporte representa má gestão dos dirigentes.
Ernani Serra