contador ERNANI - CRONICAS E POESIAS E SONETOS

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025



A IA E O FEMINICÍDIO

 

     Fale sobre o feminicídio em Recife e no Brasil. Faça uma estatística do feminicídio em Recife e no Brasil.

     O feminicídio — o assassinato de mulheres motivado pelo gênero, geralmente envolvendo violência doméstica ou discriminação — é uma realidade alarmante tanto no Recife quanto no cenário nacional.

     Como estamos no final de 2025, já temos dados consolidados de 2024 e análises importantes deste ano. O panorama revela que, apesar de algumas oscilações mensais, a violência letal contra a mulher continua batendo recordes e exige atenção crítica.

     Abaixo, apresento uma análise detalhada e as estatísticas solicitadas.

     1. Cenário Brasil (Dados Recentes)

     Em 2024 e 2025, o Brasil viu um fenômeno preocupante: enquanto as mortes violentas gerais (homicídios comuns) tendem a cair ou estabilizar, os feminicídios aumentaram. Isso indica que a casa continua sendo um dos lugares mais perigosos para a mulher brasileira.

     Recorde em 2024: O Anuário Brasileiro de Segurança Pública (divulgado em meados de 2025) apontou que 2024 foi o ano com o maior número de feminicídios desde que a lei foi criada em 2015.

     Perfil do Agressor: Em cerca de 80% dos casos, o autor é o companheiro ou ex-companheiro.

     Perfil da Vítima: A maioria das vítimas são mulheres negras, e uma parcela significativa dos crimes ocorre dentro da própria residência.

     2. Cenário Pernambuco e Recife

     Pernambuco historicamente apresenta taxas elevadas de violência contra a mulher no contexto do Nordeste.

     Pernambuco (Estado): Em 2023, o estado liderou o ranking de feminicídios no Nordeste (92 casos). Em 2024, houve meses de queda (como setembro), mas o balanço geral manteve o estado em alerta. Dados parciais do início de 2025 já mostravam um aumento de casos em comparação ao mesmo período de 2024 (35 casos entre jan-abril de 2025 contra 27 no ano anterior), indicando um agravamento da situação este ano.

     Recife (Capital): A capital concentra um número significativo, mas não a maioria absoluta, pois a violência está muito espalhada pelo interior. Em 2023, Recife registrou 10 feminicídios oficiais. A cidade, contudo, lidera em denúncias e registros de violência doméstica (lesão corporal), possivelmente por ter mais delegacias e redes de apoio acessíveis que encorajam a denúncia antes do desfecho fatal.

     3. Estatísticas Comparativas (Quadro Resumo)

     Aqui estão os números aproximados baseados nos relatórios oficiais de Segurança Pública (Fórum Brasileiro e SDS-PE) acumulados até os últimos levantamentos de 2024/2025:

     Indicador  Brasil   Pernambuco  Recife

     Total de Feminicídios (2023)      ~1.467 92        10

     Total de Feminicídios (2024)      ~1.492 (Recorde)       Estável/Alto* Dados em consolidação

     Variação Recente (2024-2025)   Aumento de ~19%    Tendência de alta no início de 2025          Aumento nas denúncias (Ligue 180)

     Principal Local do Crime Residência (64%+)     Residência / Interior do Estado      Residência

     Principal Arma Utilizada Arma branca / Fogo Arma de fogo (acima da média nac.)         Arma branca / Fogo

     Nota: É importante diferenciar Homicídio de Mulher de Feminicídio. Nem todo assassinato de mulher é classificado legalmente como feminicídio (que exige ódio ao gênero ou violência doméstica). Os números de homicídios totais de mulheres são ainda maiores (em PE, passaram de 160 vítimas/ano).

     4. O que esses números nos dizem?

     A "Epidemia" Doméstica: Ao contrário da violência urbana comum (assaltos, tráfico), o feminicídio é um crime de proximidade. O aumento em 2024/2025 sugere que políticas públicas focadas apenas em policiamento de rua não resolvem esse crime, que acontece a portas fechadas.

     O Fator Denúncia: Em 2024, Pernambuco viu um aumento expressivo (mais de 40%) nas denúncias ao Ligue 180. Isso é ambíguo: mostra que a violência aumentou, mas também que as mulheres estão buscando mais ajuda, o que é o primeiro passo para evitar o feminicídio.

     Interiorização: Em Pernambuco, o crime é muito forte no interior (Agreste e Sertão), onde o acesso a delegacias da mulher é mais difícil do que no Recife.

     Onde buscar ajuda

     Se você ou alguém que você conhece está passando por isso, os canais de denúncia salvam vidas e interrompem o ciclo antes do feminicídio:

     Polícia Militar: 190 (Emergência/Crime acontecendo agora)

     Central de Atendimento à Mulher: 180 (Denúncia anônima e orientação)

     Ouvidoria da Mulher (PE): 0800 281 8187

     Gostaria que eu listasse os endereços das Delegacias da Mulher no Recife ou em alguma cidade específica de Pernambuco para facilitar o acesso?

 

 

     Não é importante, o que importa é a falta de interesse das autoridades e da justiça que é branda demais para esses crimes que deveriam ser considerados de hediondos sem direito a fianças e com sentenças mais longas e em regime fechado sem nenhum recurso para favorecer esses criminosos sejam mulheres ou homens. Leis severas reprime o crime.

     Compreendo perfeitamente a sua indignação. A sensação de que a justiça é lenta, falha ou "branda demais" é compartilhada por grande parte da população brasileira, especialmente quando vemos a brutalidade dos casos e a reincidência dos agressores.

     Você tocou no ponto central da discussão atual: não basta ter a lei no papel se a aplicação dela é frouxa ou se a burocracia favorece o réu.

     Para enriquecer o seu argumento, trago fatos sobre a legislação atual (considerando o cenário recente de 2024/2025) que mostram que, embora a lei tenha endurecido, os "buracos" do sistema penal continuam gerando essa sensação de impunidade que você citou:

     1. O Feminicídio já é Crime Hediondo (Mas tem brechas)

     Você tem razão ao exigir que seja hediondo, e legalmente ele já é. Pela Lei 13.104/2015 e atualizações, o feminicídio é classificado como crime hediondo.

     O que isso significa na teoria: Não cabe fiança (o delegado não pode soltar pagando), não cabe anistia ou graça.

     O problema na prática: Mesmo sendo inafiançável, o juiz pode conceder "liberdade provisória" se entender que o réu não oferece risco à investigação. É aqui que muitos agressores voltam para a rua e cometem o crime novamente.

     2. A Mudança Recente: A Lei ficou mais dura em 2024

     É importante notar que o Congresso ouviu exatamente esse clamor por penas maiores. No final de 2024, foi sancionada a Lei 14.994, que trouxe mudanças drásticas que atendem ao que você mencionou:

     Pena Máxima Aumentada: Antes, a pena era de 12 a 30 anos. Agora, o feminicídio tornou-se um crime autônomo com pena de 20 a 40 anos de reclusão. É a maior pena mínima do Código Penal brasileiro.

     Fim de alguns benefícios: A nova lei dificulta a progressão de regime (sair do fechado para o semiaberto). Para crimes hediondos com morte, o condenado precisa cumprir uma parte muito maior da pena preso (50% ou mais, dependendo do caso) antes de ter qualquer benefício.

     3. Por que a sensação de impunidade persiste?

     Se a lei mudou e a pena é de até 40 anos, por que ainda sentimos que a justiça é branda?

     Recursos Infinitos: O sistema brasileiro permite muitos recursos. Um condenado pode recorrer em liberdade até o "trânsito em julgado" (quando não há mais recursos), o que pode levar anos.

     Progressão de Regime: Mesmo que a lei tenha endurecido, o sistema brasileiro não permite prisão perpétua. Eventualmente, o preso vai para o regime semiaberto e depois aberto. A sociedade vê isso como "ele foi solto cedo demais".

     Falta de Fiscalização: Como você disse, a justiça e as autoridades muitas vezes falham na prevenção. A medida protetiva é um papel; sem tornozeleira eletrônica ou fiscalização policial real, ela não para uma bala ou uma faca.

     Cultura Jurídica: Muitas vezes, advogados de defesa conseguem desqualificar o crime de "feminicídio" para "homicídio simples" ou alegar "violenta emoção", reduzindo a pena drasticamente.

     Resumo do seu ponto de vista

     Você está correto ao afirmar que a certeza da punição é um dos maiores inibidores do crime. Quando o criminoso sabe que tem chances de responder em liberdade, ou que ficará pouco tempo preso devido aos recursos, a lei perde o poder de intimidação.

     O gargalo não está mais tanto no "tamanho da pena" (que agora chega a 40 anos), mas na velocidade da condenação e na garantia de que o preso cumprirá a pena em regime fechado pelo tempo determinado.

     Gostaria que eu detalhasse como funciona a questão da progressão de regime atualmente para crimes hediondos, para entender quanto tempo real um condenado fica na cadeia?

 

 

     Sim. A violência só vai parar quando a justiça for justiça.

     Você tem total razão. A sociedade está exausta de ver a gravidade do crime não corresponder ao tempo que o criminoso passa efetivamente atrás das grades.

     Essa sensação de que a "justiça é branda" não é coisa da sua cabeça, é matemática. Até muito pouco tempo atrás, o sistema de progressão de regime permitia que assassinos saíssem cedo demais.

     Porém, para validar o seu argumento com precisão, trago uma informação crucial: a regra do jogo mudou drasticamente agora no final de 2024 com a Lei 14.994. Se a justiça for aplicada como está escrita hoje, a vida mansa para feminicidas acabou.

     Aqui está a "matemática da prisão" atualizada para você entender o que mudou e onde ainda moram as brechas que você critica:

     1. A Nova Matemática da Pena (Lei 14.994/2024)

Você pediu "sem recursos para favorecer". A nova lei atacou exatamente isso em três pontos que endureceram o sistema para quem comete feminicídio:

     A "Barreira dos 55%": Antes, um réu primário podia pedir para sair do regime fechado cumprindo 50% da pena. A nova lei criou uma regra específica para feminicídio: agora é obrigatório cumprir, no mínimo, 55% da pena trancado em regime fechado. Se for reincidente, sobe para 70%.

     Fim da Condicional: Para feminicídio, está vedado o livramento condicional. Não importa o bom comportamento, ele não sai antes de cumprir a cota da progressão.

     Fim da "Saidinha": Pela lei atual, condenados por crime hediondo com resultado morte (como o feminicídio) não têm direito a saída temporária em datas festivas.

     2. Simulação Real: Quanto tempo ele fica preso?

     Vamos pegar o seu desejo de "sentenças mais longas". Digamos que um feminicida pegue uma pena de 30 anos (algo possível agora, já que a máxima subiu para 40).

     No sistema antigo (antes de 2024): Com 40% ou 50% de pena e bom comportamento, em cerca de 12 a 15 anos ele poderia estar na rua (condicional ou semiaberto). A sociedade via isso e pensava: "Matou e só ficou 12 anos?"

     No sistema atual (Lei 14.994):

     Sentença: 30 anos.

     Tempo obrigatório no fechado (55%): 16 anos e meio.

     Sem direito a "saidinha" durante esse tempo.

     Se for reincidente (70%): 21 anos trancado antes de ver a luz do dia no semiaberto.

     Conclusão: A lei dobrou o tempo de cadeia real em muitos casos. O problema agora não é mais a "lei fraca", mas sim garantir que o juiz dê a pena máxima (40 anos) e não a mínima (20 anos).

     3. Onde ainda existe a "brecha"? (O que causa a sua revolta)

     Mesmo com a lei dura, por que a sensação de impunidade continua? Aqui estão os pontos que a legislação ainda permite e que "suavizam" a pena, concordando com a sua crítica:

     Remição de Pena (O trabalho desconta dias): A lei brasileira diz que a cada 3 dias trabalhados ou estudados na prisão, o preso abate 1 dia da pena.

     Na prática: Se o feminicida trabalhar dentro do presídio durante esses 16 anos, ele pode reduzir a pena em 3 ou 4 anos, saindo do fechado antes do previsto. Para muitos, isso é um "prêmio" indevido para quem tirou uma vida.

     O Semiaberto: Quando ele cumpre os 55%, ele não sai livre, mas vai para o semiaberto. O problema é que, no Brasil, o semiaberto muitas vezes é falho: o preso sai para trabalhar de dia e volta para dormir, mas a fiscalização é precária. É nessa fase que muitos fogem ou voltam a cometer crimes.

     Resumo: O seu sentimento está correto. A lei apertou o cerco e as penas subiram, mas o sistema de "descontos" (remição) e a falta de fiscalização no semiaberto ainda permitem que o criminoso pague menos do que a sociedade considera justo. A luta agora é para que a pena de 40 anos seja a regra, e não a exceção.

 

 

     As leis no papel são perfeitas mas na prática deixa muito a desejar. O Brasil tem muitas leis e o cumprimento delas são nulos dependem do potencial dos réus. A justiça quase sempre fica do lado dos mais fortes. A justiça é venal e injusta com a verdade.

     É inegável que a sua crítica reflete uma profunda frustração e uma percepção muito comum na sociedade brasileira sobre a disparidade entre a Lei no papel (a norma) e a Lei na prática (a execução).

     Você aborda três pilares centrais da falência do sistema de justiça no Brasil que são amplamente debatidos:

     1. A Dicotomia "Lei Perfeita vs. Prática Falha"

     Como discutimos sobre o feminicídio, o Brasil tem leis avançadas (como a Lei Maria da Penha, a classificação do feminicídio como hediondo, e as novas penas de 40 anos), mas a aplicação é o ponto fraco.

     O problema da Burocracia: O sistema de Justiça Criminal é lento e sobrecarregado. Um processo pode levar anos, e a demora em julgar e condenar o réu (o "trânsito em julgado") dá tempo para que ele continue recorrendo em liberdade ou para que as testemunhas se intimidem.

     O Sentimento de Impunidade: Se um crime hediondo como o feminicídio leva 5 anos para ter uma condenação definitiva (em segunda ou terceira instância), o senso de urgência e justiça da sociedade é totalmente destruído. A punição se torna ineficaz porque não é rápida e certa.

     2. A Influência do "Potencial do Réu" (Vieses Socioeconômicos)

     A sua afirmação de que "a justiça quase sempre fica do lado dos mais fortes" toca na raiz da seletividade penal. Infelizmente, há um vasto corpo de estudos que comprova essa seletividade:

     Vieses e Injustiças Comprovadas           Impacto na Prática

     Poder Financeiro Réus com recursos podem pagar os advogados mais caros, que dominam o sistema de recursos (como Habeas Corpus em tribunais superiores), alongando o processo e, muitas vezes, conseguindo penas mais leves ou a prescrição do crime.

     Vieses Raciais/Sociais      Estatísticas mostram que a população de baixa renda, e especialmente a população negra, é mais presa (passa mais tempo em prisão provisória) e menos absolvida do que a população branca e rica, mesmo em crimes de menor potencial ofensivo.

     O “Critério de Periculosidade”  O juiz decide se o réu deve esperar o julgamento preso ou solto (liberdade provisória). Esse critério é subjetivo e é onde o viés social mais atua: um réu de classe média/alta raramente é considerado "perigoso" como um réu que vive em uma favela.

     3. A Venalidade e a Injustiça (Corrupção)

     A palavra "venal" é forte e significa que algo está aberto à corrupção ou suborno. A percepção de que a justiça é venal não é apenas um rumor:

     Corrupção Sistêmica: Embora a maioria dos membros do Judiciário e do Ministério Público sejam honestos, os escândalos envolvendo a venda de sentenças, a manipulação de processos e a troca de favores políticos abalam a credibilidade de todo o sistema.

     A "Caixa-Preta" dos Salários: A falta de transparência em certas remunerações e privilégios (os chamados "penduricalhos" acima do teto constitucional) afasta a magistratura do cidadão comum e gera a desconfiança de que o sistema se protege em vez de servir.

     A Luta por uma Justiça Real

     A sua crítica é, na verdade, um chamado por reformas profundas, não apenas nas leis, mas na cultura de quem as aplica. A violência só irá parar, como você disse, quando a justiça for de fato justa. Isso exige:

     Celeridade Processual: Reduzir o tempo entre o crime e a sentença definitiva.

     Transparência: Mais fiscalização do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre os vieses nas decisões.

     Investimento na Prevenção: Garantir que as políticas de proteção (como as medidas protetivas) funcionem para todas as mulheres, e não apenas para aquelas com mais acesso ou recursos.

 

 

Gemini vs Ernani


https://www.youtube.com/watch?v=s1k1_8ORSw4

 

https://www.google.com/search?q=Reporter+do+SBT+-+feminic%C3%ADdio&rlz=1C1VDKB_enBR1148BR1148&oq=Reporter+do+SBT+-+feminic%C3%ADdio&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUyBggAEEUYOTIHCAEQIRigATIHCAIQIRigATIHCAMQIRigAdIBCjY2NjEyajBqMTWoAgiwAgHxBeDlBhmAtr7_8QXg5QYZgLa-_w&sourceid=chrome&ie=UTF-8

 

Pensamento: A justiça nunca será feita até aqueles que não são afetados se indignarem como os que são.

 

Benjamin Franklin