contador ERNANI - CRONICAS E POESIAS E SONETOS

sábado, 15 de novembro de 2025



A IA E O NARCOTRÁFICO


     Por que o narcotráfico da Venezuela é considerado um narcoterrorismo e o Brasil com os mesmos carteis de drogas não é considerado por Trump de narcoterrorismo.

     Essa diferença de classificação, onde o narcotráfico da Venezuela é rotulado como "narcoterrorismo" pelo governo dos EUA (especificamente durante a administração de Donald Trump) e o do Brasil não recebe a mesma designação, é amplamente vista como uma decisão com motivações políticas e geopolíticas por parte de Washington.

     Aqui estão os principais pontos que explicam essa distinção:

     1. A Relação entre o Governo Venezuelano e o Narcotráfico (Alegação dos EUA)

     O cerne da classificação de "narcoterrorismo" na        Venezuela repousa na acusação direta do governo dos EUA de que o alto escalão do regime de Nicolás Maduro, incluindo o próprio presidente, estaria profundamente envolvido e se beneficiando do narcotráfico.

     Envolvimento Estatal: Os EUA indiciaram formalmente Maduro e outros líderes por supostamente chefiarem o "Cartel de Los Soles", que seria uma rede de tráfico de drogas operada a partir das Forças Armadas.

     Justificativa para Ação: Ao rotular o narcotráfico como "narcoterrorismo" e acusar o chefe de Estado de liderá-lo, o governo dos EUA justifica a imposição de sanções mais duras, o envio de forças militares (como navios de guerra) para a região e a ameaça de ações diretas, alegando a necessidade de combater uma ameaça à segurança nacional americana. A designação de terrorismo permite uma gama mais ampla de ações legais e militares do que o simples combate ao crime organizado.

     2. O Conceito de Narcoterrorismo e a Posição dos EUA

     O termo narcoterrorismo, originalmente criado para descrever a violência usada por traficantes com fins políticos (como na Colômbia nos anos 80), tem sido usado de forma mais abrangente pela política externa dos EUA para grupos que combinam tráfico de drogas e violência, especialmente se houver um interesse político subjacente.

     Fim Político: Na prática, muitos analistas apontam que a designação se aplica mais facilmente a regimes com os quais os EUA mantêm uma relação hostil. O uso do termo na Venezuela ajuda a deslegitimar o governo Maduro e a justificar uma postura agressiva contra ele.

     Diferença com o Brasil: No Brasil, embora existam facções criminosas poderosas (como o PCC e o Comando Vermelho), as autoridades brasileiras e o próprio governo dos EUA as tratam como organizações criminosas que buscam principalmente ganho econômico, e não como entidades com objetivos políticos ou ideológicos de causar terror contra a população e o Estado. O governo brasileiro, inclusive, resiste a equiparar o crime organizado ao terrorismo, temendo que isso possa abrir precedentes para intervenções externas.

     3. As Relações Geopolíticas e a Soberania

     A principal diferença reside nas relações diplomáticas e no interesse geopolítico:

     Característica Venezuela    Brasil

     Relação com os EUA    Hostil. Os EUA não reconhecem o governo de Nicolás Maduro.

     Parceiro (com divergências pontuais) e aliado estratégico na América do Sul.

     Natureza da Ameaça    O governo dos EUA alega um "narcoestado" (embora a maioria dos especialistas rejeite o termo) onde o Estado está diretamente no comando do tráfico.        Ameaça de crime organizado transnacional, sem acusações de envolvimento direto e sistêmico do governo federal.

     Objetivo Político   Usar a classificação para pressionar por uma mudança de regime e justificar ações militares.      Manter a cooperação em segurança regional e combater o crime por meio de parcerias bilaterais.

     Em resumo, a classificação de "narcoterrorismo" na Venezuela é vista por muitos como uma ferramenta de pressão política usada para justificar ações contra um regime considerado ilegítimo pelos EUA, diferentemente do Brasil, que é visto como um parceiro regional com um desafio de crime organizado.

     Gostaria que eu pesquisasse as sanções específicas que os EUA impuseram à Venezuela sob a alegação de "narcoterrorismo"?

    

 

     O PCC e CV vivem fazendo o terror nas comunidades e enfrentam a polícia com armas de guerra, e cometem crimes hediondos com torturas e isso não é um terrorismo? Por acaso as drogas dos países sulamericanos não vão também para o mercado dos EUA? O Trump com dois pesos e duas medidas. Se o Trump diz que está combatendo o narcotráfico então tem que combater em todo o Hemisfério Sul.

     Seu questionamento toca no ponto crucial da geopolítica e da aplicação seletiva do conceito de terrorismo pelos Estados Unidos, especialmente durante a gestão de Donald Trump.

     É inegável que facções como o PCC e o Comando  Vermelho (CV) aterrorizam comunidades, empregam táticas de violência extrema (incluindo torturas e assassinatos hediondos) e desafiam o Estado com armamento pesado. Do ponto de vista da violência e do impacto social, esses atos frequentemente se assemelham ao terrorismo.

     No entanto, a diferença na classificação entre Venezuela e Brasil é, como você aponta, uma questão de "dois pesos e duas medidas" que se baseia em dois pilares principais: Político-Estatal vs. Econômico-Criminosa e Soberania Nacional.

     1. A Distinção Legal e Política (Motivação vs. Lucro)

     A principal diferença que os EUA utilizam para justificar a classificação reside no objetivo final das organizações, de acordo com sua lei e política externa:

     Classificação dos EUA  Venezuela:   Narcoterrorismo (Maduro/Cartel de Los Soles)        Brasil:   Crime Organizado Transnacional (PCC/CV)

     Alegação Chave     O alto escalão do Estado é o operador direto do tráfico, buscando manter o poder político e desestabilizar o país (e a região) por meio da droga.    As facções são organizações não-estatais que buscam lucro econômico (pecuniário), embora usem a violência para esse fim.

     "Terrorismo" A violência e o tráfico são usados para atingir objetivos políticos/estatais.   A violência, embora cause terror, é vista primariamente como um meio de garantir o negócio (tráfico de drogas, armas e extorsão).

     Consequência Geopolítica  Justifica a ação como combate a uma ameaça à segurança nacional, abrindo portas para sanções mais amplas e intervenção militar/naval.    Justifica a cooperação em segurança, inteligência e o combate ao crime transnacional por meio de parcerias bilaterais com o governo local.

     O governo americano, sob a gestão Trump, buscou forçar o Brasil a classificar o PCC e o CV como terroristas, mas o governo brasileiro (e muitos especialistas) resistiu, alegando que essas facções não seguem uma ideologia política ou religiosa, mas sim uma lógica de mercado ilícito.

     2. A Questão da Soberania e da Cooperação

     A designação de "Organização Terrorista Estrangeira" (FTO) pelos EUA para um grupo dentro de um país tem implicações diretas na soberania desse Estado:

     Risco de Intervenção: Classificar o PCC e o CV como terroristas nos moldes dos EUA abriria uma brecha, segundo analistas e diplomatas brasileiros, para que o governo americano justificasse o uso de suas Forças Armadas em território brasileiro, alegando combater uma ameaça à sua segurança nacional.

     Apoio Governamental: O Brasil é um parceiro estratégico e democrático dos EUA, apesar de divergências. A designação de "narcoterrorismo" na Venezuela foca na ilegitimidade e no envolvimento do regime Maduro, que os EUA não reconhecem. No Brasil, embora o tráfico sul-americano chegue ao mercado dos EUA, a abordagem é de combater o tráfico em conjunto com o governo brasileiro, e não contra ele.

     3. Conclusão: O Uso Político da Classificação

     O seu ponto é pertinente: a violência no Brasil é aterradora e o tráfico de drogas é um problema hemisférico que afeta diretamente os EUA.

     A diferença na classificação é, portanto, uma ferramenta de política externa de "dois pesos e duas medidas":

     Contra a Venezuela: A classificação de Narcoterrorismo é usada para justificar a pressão máxima sobre um regime adversário e deslegitimá-lo no palco internacional, vinculando a principal figura de Estado ao crime.

     Contra o Crime no Brasil: A classificação de Crime Organizado Transnacional é usada para promover a cooperação em segurança com um aliado regional, evitando ferir a soberania e a relação bilateral.

     Em resumo, a classificação tem muito mais a ver com quem o governo dos EUA quer punir (o Estado venezuelano) do que apenas com o nível de violência ou o destino final das drogas.

     Gostaria de saber quais seriam as consequências práticas para o Brasil se o PCC e o Comando Vermelho fossem, de fato, classificados como organizações terroristas pelos EUA?

 

 

     Sim. Do jeito que vai as coisas internacionais as facções das drogas estão ficando totalmente blindadas e continuam a se expandir dentro do Brasil e no Hemisfério Sulamericanos, os governantes nacionais e internacionais estão protegendo o narcotráfico em troca das economias e das necessidades dos políticos em seus países.

     Você levanta uma crítica poderosa e amplamente compartilhada: a percepção de que existe uma hipocrisia internacional onde a classificação de terrorismo é usada como arma política, enquanto o crime organizado (que causa terror real) prospera, possivelmente com a cumplicidade ou, no mínimo, a inação calculada de governos.

     O ponto é que a expansão do crime organizado tem se tornado tão grande, transnacional e financeiramente poderosa que, como você sugere, a preocupação dos governos com a economia e as necessidades políticas pode estar, paradoxalmente, "protegendo" indiretamente o narcotráfico.

     Vamos analisar as consequências práticas para o Brasil se o PCC e o Comando Vermelho fossem classificados pelos EUA como Organizações Terroristas Estrangeiras (FTO - Foreign Terrorist Organization):

     Consequências da Classificação de PCC/CV como "Terroristas" pelos EUA

     A classificação de uma organização como terrorista pelos EUA não é um ato meramente simbólico. Ela aciona um conjunto de leis americanas que têm efeitos profundos, especialmente no cenário internacional.

     1. Risco à Soberania e Intervenção Militar

     Esta é a principal preocupação do governo brasileiro e das Forças Armadas:

     Pretexto para Ação Unilateral: A designação de FTO pode ser interpretada como um pretexto para que os EUA realizem ações militares ou de inteligência em território brasileiro sem o consentimento ou convite do governo local, sob a justificativa de combater uma ameaça terrorista direta aos EUA.

     Violação da Constituição: O Exército brasileiro teme que isso abra uma brecha para o discurso intervencionista, ferindo a soberania nacional e o princípio de não-intervenção em assuntos domésticos de outros países.

     2. Sanções Econômicas e Financeiras Amplas

     As sanções não atingiriam apenas os criminosos, mas poderiam impactar o sistema financeiro brasileiro:

     Bloqueio de Ativos: O governo dos EUA tem o poder de bloquear todos os ativos das facções e de qualquer indivíduo ou entidade que preste "apoio material" a esses grupos.

     Risco a Bancos e Empresas: Bancos brasileiros ou empresas com negócios nos EUA poderiam ser acusados de lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo caso transações com a menor ligação possível (direta ou indireta) com as facções sejam identificadas. Isso poderia resultar em multas pesadas e restrições de operação no sistema financeiro americano.

     Maior Burocracia: Aumentaria o escrutínio regulatório sobre todas as transações financeiras entre o Brasil e os EUA, elevando o custo da conformidade (compliance) para as empresas brasileiras.

     3. Impacto no Sistema Judicial Interno

     Embora o Brasil já possua uma Lei Antiterrorismo (Lei 13.260/16), a pressão externa poderia forçar mudanças legislativas domésticas que gerariam problemas práticos:

     Mudança de Competência: Os crimes de terrorismo são, em regra, de competência da Justiça Federal. Mudar a classificação de milhares de processos do PCC e do CV da esfera estadual para a federal sobrecarregaria a Polícia Federal e o sistema judicial federal, podendo causar lentidão e, consequentemente, impunidade.

     Questão Conceitual: O Brasil, assim como a maioria dos países, concorda que o PCC e o CV visam o lucro (crime organizado), e não uma ideologia política ou religiosa (terrorismo). Mudar o conceito legal, segundo procuradores, não melhora o combate, mas sim cria confusão jurídica.

     4. Dificuldade na Cooperação Internacional (Paradoxo)

     Embora a justificativa dos EUA seja facilitar o combate, o efeito prático para o Brasil poderia ser o oposto:

     Cooperação Existente: O Brasil já coopera extensivamente com os EUA e outros países (inclusive por meio da Interpol) no combate ao crime organizado transnacional e à lavagem de dinheiro, utilizando o rótulo de crime organizado.

     Substituição da Parceria: A designação de terrorismo tenderia a substituir a cooperação baseada na parceria por uma abordagem baseada no comando e controle dos EUA, limitando a autonomia e a liderança brasileira nas operações.

     Em suma, a classificação como terrorista é uma arma geopolítica potente. Ela não está sendo usada contra o Brasil porque o país é um parceiro estratégico e democrático, mas foi usada contra a Venezuela porque o regime de Maduro é um adversário político. Aplicar essa classificação ao PCC/CV é uma forma de maximizar a pressão americana sobre o crime, mas a um custo muito alto para a soberania e a economia brasileiras.

     O que lhe interessa mais agora: a situação do narcotráfico em outro país da América Latina ou as propostas de lei no Brasil para tentar equiparar essas facções ao terrorismo?

 

 

     Se os governantes estão com medo de uma intervenção internacional, mas, não têm medo da intervenção das facções do narcotráfico que a cada dia está invadindo a sociedade e a política dos países. Donald Trump diz que a Venezuela é narcoterrorista e o Brasil não é, porque Lula está dando o que Trump quer. A soberania do Brasil já está ameaçada a muito tempo pelos comandos do narcotráfico, pensam que o narcotráfico só quer dinheiro e drogas mas tem outros objetivos de conquista política além do social querem dominar os países com a alienação dos povos.

     Seu argumento é extremamente perspicaz e toca em uma das maiores críticas à política de segurança e combate ao crime organizado no cenário global: a priorização da ameaça geopolítica externa (a intervenção de outro país) em detrimento da ameaça interna e sistêmica (a intervenção do crime organizado na vida social e política).

     É uma verdade inegável que a soberania de um país é duplamente ameaçada:

     Pela intervenção militar ou política de outra nação (o medo da atuação dos EUA).

     Pela erosão interna do Estado através da corrupção, violência e infiltração das facções criminosas.

     Vamos analisar seus pontos:

     1. O Medo da Intervenção Externa vs. a Intervenção do Narcotráfico

     A recusa do governo brasileiro (e de outros na América Latina) em classificar o PCC e o CV como terroristas pelos padrões dos EUA é motivada primariamente pela defesa da soberania formal. O medo é que essa classificação:

     Legitime a Doutrina de Intervenção: Os EUA historicamente usam a justificativa de combate ao terrorismo para agir militarmente em regiões onde há instabilidade (como fizeram no Oriente Médio e agora na abordagem ao "narcoterrorismo" na região do Caribe/Venezuela). O Brasil, tradicionalmente, rejeita essa militarização da luta contra as drogas.

     Substitua o Estado Nacional: Há o receio de que o esforço de combate se torne uma operação comandada pelos EUA, em vez de uma parceria coordenada pelo governo brasileiro.

     O Contraponto (Seu Argumento): Como você coloca, essa prioridade ignora o fato de que a soberania prática (a capacidade real do Estado de impor a lei e proteger seus cidadãos) já está sendo sistematicamente corroída pelo narcotráfico. A invasão das facções nos presídios, nas comunidades e, crucialmente, na política local (através de financiamento de campanhas e ameaças) é uma forma de intervenção que já está em curso.

     2. O Narcotráfico e Seus Objetivos Políticos

     Embora a maioria dos analistas afirme que o objetivo primordial do PCC e do CV seja o lucro financeiro, é ingênuo pensar que o poder econômico colossal que eles acumulam não se traduz em poder político:

     Controle Territorial e Social: Em comunidades dominadas, as facções substituem o Estado na regulação de conflitos, na distribuição de auxílio social e na imposição de regras (um tipo de "governo paralelo"). Isso é um poder político de fato.

     Infiltração Política: O dinheiro do tráfico é usado para corromper políticos, policiais, agentes penitenciários e juízes. Em um nível mais sofisticado, as facções podem influenciar ou financiar candidaturas de vereadores ou deputados para garantir imunidade, obter informações privilegiadas ou direcionar licitações públicas.

     Portanto, o narcotráfico tem um objetivo dual: lucro imediato e a conquista de poder político e social para blindar e expandir o primeiro objetivo. Isso se encaixa na sua visão de que eles querem "dominar os países".

     3. A Dinâmica Lula/Trump e a Classificação

     A sua leitura sobre a relação entre a diplomacia brasileira e a classificação americana é uma análise comum na política internacional:

     "Donald Trump diz que a Venezuela é narcoterrorista e o Brasil não é, porque Lula está dando o que Trump quer."

     A postura de Lula (e historicamente do Brasil) é de oposição à intervenção militar na Venezuela e de defesa da mediação. O Brasil teme que uma ação militar dos EUA desestabilize a fronteira e o crime organizado na região.

     A Posição de Lula: Ele tem defendido publicamente o combate ao crime organizado, mas rejeita a militarização da região (feita por Trump no Caribe) e se ofereceu para mediar a tensão entre os EUA e Maduro. Ele rejeita a designação de "terrorismo" para facções, alinhando-se à visão de que é crime organizado, e não terrorismo político.

     A Vantagem para Trump: Ao não classificar o Brasil como "narcoterrorista" (o que implicaria acusar o Estado brasileiro), Trump mantém o Brasil como um parceiro-chave no continente. A ameaça de tarifas e a pressão sobre a Venezuela são usadas como alavancas para que o Brasil não interfira (ou até mesmo apoie) a política de "pressão máxima" sobre o regime de Maduro.

     Em última análise, a classificação de "narcoterrorismo" é menos sobre a violência em si e mais sobre quem está no poder. Na Venezuela, é usada para justificar ações contra o regime adversário; no Brasil, é evitada para manter a relação com o aliado democrático, apesar de seus problemas de segurança interna.

     Gostaria de aprofundar a discussão sobre como o dinheiro do narcotráfico se infiltra na política brasileira, através de financiamento ou corrupção?

 

 

     Sim. Os EUA já há muito tempo que intervem e domina todo o mercado econômico, financeiro brasileiro. O Brasil sempre foi o quintal dos EUA. Os políticos sempre foram os marionetes dos EUA. Qual a diferença de uma invasão militar para limpar a sujeira das drogas e acabar com a violência dentro da sociedade ou continuarmos sem invasão militar e convivendo com os narcotraficantes e seus asseclas do crime organizado. O presidente dos EUA quer cobrir o sol com uma peneira.

     Sua reflexão aponta diretamente para o dilema central da soberania no século XXI: a escolha entre enfrentar a erosão interna do Estado pelo crime organizado e a aceitação (ou rejeição) de uma intervenção externa que possa ser mais rápida, mas que venha com um custo político e social imenso.

     Você expressa a frustração de muitos ao notar a dominação econômica e financeira histórica dos EUA sobre o Brasil e a percepção de que os líderes brasileiros agem, muitas vezes, como "marionetes" da política externa americana, especialmente na área de segurança e comércio.

     Vamos analisar a profunda diferença entre a invasão militar externa e a convivência com o crime organizado, focando nos custos e consequências de cada caminho:

     Intervenção Externa vs. Erosão Interna: Custos e Consequências

     A sua pergunta é fundamentalmente: Qual mal é menor?

     Cenário A: Invasão Militar Externa ("Limpar a Sujeira")

     Uma "invasão militar" dos EUA para combater o narcotráfico no Brasil (um cenário puramente hipotético e extremo) traria consequências desastrosas, independentemente de quão "eficaz" fosse na limpeza inicial:

     Consequência Detalhamento

     Perda Total da Soberania   O Brasil deixaria de ser um Estado soberano. Uma invasão militar em tempo de paz por uma potência estrangeira resultaria na queda imediata do governo e na imposição de uma administração de ocupação.

     Guerra Civil e Caos       As Forças Armadas brasileiras seriam forçadas a escolher entre lutar contra o invasor (o que seria desastroso) ou aceitar a ocupação. Isso provavelmente levaria a um cenário de guerra civil, resistência armada e caos social generalizado, com milhares de mortes de civis.

     Aumento da Violência Em vez de "limpar a sujeira", a intervenção criaria um vácuo de poder que seria preenchido pela resistência e por grupos armados (incluindo as próprias facções), que passariam a lutar contra o ocupante, resultando em um banho de sangue e desorganização social total (o chamado "efeito Iraque").

     Responsabilidade e Custos O Estado brasileiro perderia qualquer capacidade de decidir sobre seu futuro. A solução seria imposta e os custos da reconstrução e pacificação seriam definidos pelo poder ocupante.

     Cenário B: Convivência com a Erosão do Narcotráfico

     Continuar no cenário atual, sem intervenção militar estrangeira, é o caminho da erosão gradual do Estado, mas preservando a soberania formal:

     Consequência Detalhamento

     Erosão da Democracia Infiltração crescente de dinheiro do crime na política, resultando em corrupção endêmica, legislação favorável ao crime (ou inação contra ele), e a eleição de políticos subservientes às facções.

     Violência Estrutural     Manutenção dos altos índices de criminalidade, assassinatos, torturas e um "Estado de Sítio" não declarado em muitas comunidades, onde a lei das facções prevalece sobre a lei do Estado.

     Fuga de Investimento  O alto risco de violência e a insegurança jurídica afetam o ambiente de negócios e a atração de investimento estrangeiro e nacional, penalizando a economia formal.

Responsabilidade e Custos     Embora a situação seja grave, o Estado brasileiro ainda tem a capacidade e o dever legal de combater o crime e tentar reverter o quadro. A responsabilidade e os custos permanecem sob o controle nacional.

     Conclusão: O "Mal Menor" e a Soberania

     A diferença é que a invasão militar externa destrói o Estado por completo e anula o futuro do país, enquanto a convivência com o narcotráfico corrói o Estado lentamente, mas mantém a chance de reverter o quadro através de reformas institucionais, combate inteligente e fortalecimento das instituições nacionais.

     O presidente dos EUA, ao focar na Venezuela e ignorar o Brasil (com o "cobrir o sol com uma peneira"), está, na verdade, exercendo a realpolitik: ele usa a designação de terrorismo como uma arma contra um inimigo geopolítico e mantém uma relação pragmática com um parceiro econômico, ainda que esse parceiro tenha um problema de segurança imenso.

     Apesar da dor e do terror causados pelas facções, a escolha de qualquer nação minimamente funcional será sempre defender sua soberania contra uma intervenção militar externa, pois o custo da guerra e da perda total de autodeterminação é infinitamente superior ao custo da guerra interna contra o crime organizado.

     O que lhe interessa agora: as propostas concretas (e os desafios) para que o Brasil fortaleça suas instituições e combata a infiltração política do narcotráfico sem precisar de intervenção externa?

 

 

     Sim. Se o governo parasse de dizer: que o narcotráfico é vítima dos viciados. Tudo foi invertido na palavra de Lula que inocentou a causa e penalizou os efeitos.

     Sua colocação toca na crítica à linguagem e à retórica que alguns líderes, incluindo o Presidente Lula, utilizam ao abordar o complexo problema das drogas. Você está apontando para o que percebe ser uma inversão de causa e efeito na política de drogas:

     "Se o governo parasse de dizer: que o narcotráfico é vítima dos viciados. Tudo foi invertido na palavra de Lula que inocentou a causa e penalizou os efeitos."

     Essa crítica se refere a uma perspectiva que, na visão de alguns, desvia a responsabilidade do crime organizado e a coloca, de forma simplificada, no consumo.

     Fortalecimento Institucional vs. Infiltração do Narcotráfico

     Apesar da retórica política sobre o consumo e a dependência, o desafio real para o Brasil, no contexto da nossa discussão anterior, é como fortalecer as instituições para combater o poder financeiro e a infiltração política das facções, sem depender de uma intervenção externa desastrosa.

     Aqui estão as propostas e desafios para fortalecer o Estado brasileiro contra o narcotráfico e sua infiltração:

     1. Combate à Infiltração Política e Corrupção

     A infiltração política é o principal mecanismo pelo qual o narcotráfico garante sua impunidade.

     Propostas:

     "Limpeza" em Nível Municipal: Fortalecer a investigação de crimes eleitorais e corrupção em prefeituras e câmaras municipais, onde o poder do tráfico é mais palpável (financiamento de candidatos a vereador ou prefeitos para obter contratos, licenças e informações).

     Transparência nas Campanhas: Aumentar a fiscalização sobre a origem do financiamento de campanhas, especialmente em municípios com alta presença de facções, para rastrear dinheiro ilícito.

     Criação de Varas Especializadas: Estabelecer varas e promotorias especializadas em crime organizado e lavagem de dinheiro que tenham jurisdição ampliada e recursos de inteligência focados na quebra da espinha dorsal financeira das facções, não apenas na apreensão de drogas nas ruas.

     Desafios: A corrupção é sistêmica e endêmica. O combate esbarra na falta de recursos para a Polícia Federal e o Ministério Público, além da resistência política de quem se beneficia do sistema.

     2. Reforma do Sistema Penitenciário

     As prisões brasileiras são o quartel-general das facções, o ponto de onde partem as ordens de expansão e controle.

     Propostas:

     Isolamento de Lideranças: Uso rigoroso e eficiente de presídios de segurança máxima (como os Presídios Federais) para isolar totalmente as lideranças das facções, impedindo a comunicação com o mundo externo e o comando à distância.

     Bloqueio Tecnológico: Investimento maciço e contínuo em bloqueadores de sinal de celular dentro dos presídios estaduais, acompanhado de fiscalização rigorosa contra a corrupção de agentes penitenciários.

     Desafios: A superlotação e a má gestão carcerária permitem que as facções continuem a recrutar e operar de dentro. Qualquer esforço de isolamento exige um combate contínuo à corrupção dentro do próprio sistema prisional.

     3. Fortalecimento da Inteligência e do Combate Financeiro

     Se o objetivo do narcotráfico é dinheiro, o ataque deve ser focado no dinheiro.

     Propostas:

     Unificação de Bancos de Dados: Integrar bancos de dados de órgãos de inteligência (COAF, Receita Federal, Polícia Federal) para monitorar e rastrear movimentações financeiras suspeitas (lavagem de dinheiro, compra de imóveis, empresas de fachada).

     Lei de Perda de Bens: Simplificar os procedimentos judiciais para a expropriação de bens e ativos adquiridos com dinheiro do tráfico, garantindo que o crime não compense. Esses ativos poderiam ser revertidos diretamente para os fundos de segurança pública.

     Desafios: O crime organizado é global e utiliza tecnologias sofisticadas (criptomoedas, offshores) para lavar dinheiro. O Brasil precisa de legislação e tecnologia de ponta para rastrear esses recursos.

     4. Mudança na Retórica e na Legislação

     Sua crítica à retórica governamental é relevante, pois a linguagem define a estratégia.

     O Risco da Retórica: A visão que foca o problema apenas como de "saúde pública" (viciados) e não como de "segurança pública" (crime organizado e terror nas comunidades) pode levar a uma desmobilização do aparato de segurança no combate às facções, focando apenas no usuário.

     Necessidade de Definição: É preciso que o governo encontre um termo que não viole a soberania (como "narcoterrorismo" dos EUA), mas que reconheça a ameaça política, social e paramilitar que facções como PCC e CV representam. A palavra-chave é "Crime Organizado Transnacional com poder paramilitar", permitindo um uso mais robusto das forças de segurança, sem cair no simplismo do "terrorismo".

     Ao atacar a infiltração política, as prisões e as finanças, o Estado brasileiro pode começar a recuperar a soberania perdida para o crime organizado.

 

Gemini vs Ernani

 

Pensamento: O viciado em drogas, antes de matar a si mesmo, mata a própria família.

 

Fábio Zacarias

 

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