contador ERNANI - CRONICAS E POESIAS E SONETOS

terça-feira, 18 de novembro de 2025


A IA E AS CRISES DE ISRAEL COM O ORIENTE MÉDIO


     Vamos falar do Oriente Médio sobre Israel e Gasa, o primeiro ministro de Israel Benjamin " Bibi " Netanyahu não quer um Estado Palestino mesmo depois de vencer o Hamas. Ele deseja a expansão do território israelita como defesa nacional, ou seja, os inimigos de Israel ficam mais distantes da Capital e mais fácil para Israel se defender dos mísseis. A Palestina e Gasa ficando sob o domínio de Israel essa região vai prosperar, enquanto quando estava com os árabes nada fizeram pelo seu território, ao contrário, viveram numa região sem eira nem beira e o povo palestino passava fome e a mercê da caridade internacional e sob o comando do Hamas.

     A situação do Oriente Médio, particularmente no que diz respeito a Israel, Gaza e a questão do futuro do território palestino, é um assunto de extrema complexidade e sensibilidade, com múltiplas perspectivas e narrativas históricas, políticas e sociais.

     Perspectivas sobre o Conflito e o Futuro

     A visão que você apresenta sobre as intenções do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e a potencial prosperidade sob domínio israelense é uma das várias perspectivas presentes no debate internacional, mas é fundamental considerar os pontos de vista e fatos mais amplos que compõem este cenário:

     A Posição de Israel e a Segurança

     Segurança Nacional: A preocupação central de Israel, como você mencionou, é a segurança nacional. A expansão territorial e o controle de áreas como a Faixa de Gaza e a Cisjordânia são frequentemente defendidos por setores da política israelense como essenciais para criar zonas de defesa e dificultar ataques com mísseis e infiltrações, citando as ameaças de grupos como o Hamas e o Hezbollah.

     Controle Pós-Hamas: O debate interno em Israel sobre o "dia seguinte" em Gaza envolve diferentes propostas, que vão desde um controle de segurança por tempo indeterminado até a busca por uma administração palestina não ligada ao Hamas. A ideia de anexação total ou negação de um Estado Palestino é, de fato, a posição de Netanyahu e de outros partidos de direita em Israel.

     A Questão Palestina e o Desenvolvimento

     O Direito à Autodeterminação: A maioria da comunidade internacional, as Nações Unidas e a Autoridade Palestina defendem que a criação de um Estado Palestino soberano ao lado de Israel (a solução de Dois Estados) é a única via sustentável para a paz. A população palestina, incluindo a maioria dos habitantes de Gaza e da Cisjordânia, aspira à autodeterminação e à soberania sobre seu próprio território.

     Fatores de Subdesenvolvimento: Atribuir a falta de desenvolvimento em Gaza unicamente à liderança árabe ou ao Hamas não reflete a totalidade da situação. Gaza viveu sob um bloqueio imposto por Israel e Egito desde 2007 (após o Hamas tomar o poder), o que restringiu severamente a movimentação de pessoas e mercadorias, limitou o acesso a materiais de construção e energia, e estrangulou a economia local. A situação humanitária em Gaza era cronicamente precária devido a este bloqueio e às recorrentes operações militares.

     Investimento vs. Bloqueio: Houve investimentos internacionais e árabes em Gaza, mas estes foram frequentemente insuficientes para superar os desafios estruturais e humanitários impostos pelo bloqueio e a destruição causada pelos conflitos.

     Conclusão do Debate

     O cerne da disputa não é apenas sobre a prosperidade econômica, mas sobre a soberania, a ocupação e os direitos humanos.

     Muitos especialistas e líderes internacionais argumentam que a segurança de Israel a longo prazo só pode ser garantida com o fim da ocupação e o reconhecimento do direito dos palestinos a um Estado, pois a ausência de esperança política é um combustível para a radicalização.

     A visão de que a prosperidade virá através do controle israelense é contestada pelo fato de que o domínio militar estrangeiro é geralmente visto pela população local como uma violação dos seus direitos, o que historicamente gera resistência (armada ou não) e instabilidade, em vez de pacificação e desenvolvimento.

     É importante buscar informações de diversas fontes (jornalismo internacional, relatórios de ONGs, análises de think tanks) para compreender a multiplicidade de fatores que moldam este conflito.

     Gostaria que eu procurasse informações sobre as propostas atuais para o futuro de Gaza após o fim das hostilidades, ou sobre o histórico do bloqueio na região?

 

 

     Sim. Israel não vai entregar o território conquistado depois de ter gasto fortunas no campo bélico e se entregar o Hamas e o  Hezbollah voltará com mais força e armamentos mais modernos. Quem mandou os terroristas cutucar a onça com vara curta. Agora aguentem as consequências.

     Compreendo a sua perspectiva de que, após os custos e sacrifícios de guerra, Israel teria um forte incentivo para manter o controle territorial para garantir sua segurança e evitar o rearmamento de grupos como o Hamas e o Hezbollah. A ideia de que as ações desses grupos levaram a consequências inevitáveis é uma visão frequentemente expressa em relação a este conflito.

     No entanto, as implicações de Israel manter o controle total sobre Gaza ou expandir significativamente o território vão muito além do custo militar e da punição aos grupos militantes, e estão no cerne do direito internacional e da diplomacia global.

     Para fornecer um contexto mais abrangente sobre as propostas e os desafios, vou buscar informações atuais sobre as propostas para o futuro de Gaza após o fim das hostilidades e o histórico do bloqueio. É inegável que a guerra impõe custos imensos e que, para Israel, o controle de segurança sobre Gaza é visto como um elemento não negociável para impedir a repetição dos ataques de 7 de outubro de 2023. A sua observação de que o custo da guerra e a ameaça de rearmamento futuro motivam a manutenção do controle israelense está em linha com as declarações de líderes israelenses.

     No entanto, a comunidade internacional e a própria história do conflito colocam desafios significativos a qualquer plano que envolva o controle permanente ou a anexação de Gaza.

     Aqui está um resumo das propostas para o "dia seguinte" em Gaza e o contexto do bloqueio, conforme as informações mais recentes:

     Propostas para o "Dia Seguinte" em Gaza

     Há um grande desacordo entre as partes envolvidas (Israel, Estados Unidos, Autoridade Palestina, e países árabes) sobre quem deve governar Gaza e garantir sua segurança.

     1. A Posição de Israel (Liderada por Netanyahu/Gallant)

     O plano do Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e as declarações de Benjamin Netanyahu apontam para:

     Controle de Segurança Israelense: Israel manteria o controle de segurança geral sobre Gaza, com a presença de soldados, para evitar o rearmamento e o retorno de grupos militantes.

     Ausência de Civis Israelenses: Não haveria assentamentos ou presença civil israelense em Gaza (visão do Ministro da Defiant, mas setores da extrema-direita israelense defendem o contrário).

     Administração Palestina Não-Hamas: A gestão civil diária do enclave seria entregue a um órgão palestino local não ligado ao Hamas ou à Autoridade Palestina atual, mas esse órgão seria guiado por Israel.

     Objetivo Final: Desmantelar completamente as "capacidades militares e governativas" do Hamas.

     Reação Internacional: Este plano é rejeitado pela maioria da comunidade internacional, que o vê como uma continuação da ocupação e uma violação do direito dos palestinos à autodeterminação. Os EUA, embora aliados, pressionam por um plano que culmine com uma Autoridade Palestina revitalizada assumindo o controle.

     2. A Posição da Autoridade Palestina (Mahmoud Abbas)

     O Presidente Mahmoud Abbas (da Autoridade Palestina, que administra partes da Cisjordânia) propôs um plano de 12 pontos que exige:

     Retirada Total de Israel: Retirada total de Israel da Faixa de Gaza.

     Cessar-Fogo Permanente: Um cessar-fogo abrangente e permanente.

     Solução de Dois Estados: O plano está ancorado na criação de um Estado Palestino independente e soberano.

     3. A Visão Internacional (EUA, ONU, UE)

     A maioria dos atores internacionais (incluindo os EUA, a UE e a ONU) defende:

     Solução de Dois Estados: A única solução de longo prazo deve ser política, com a criação de um Estado Palestino soberano.

     Autoridade Palestina Revitalizada: A administração de Gaza deve ser transferida para uma Autoridade Palestina reformada, para reunificar Gaza e Cisjordânia sob um único governo palestino.

     Controle Internacional Temporário: Alguns analistas e diplomatas (como o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em momentos anteriores) sugeriram um controle internacional temporário (liderado pela ONU ou por um consórcio de países árabes e ocidentais) para gerir a segurança e a reconstrução até que uma autoridade palestina estável possa assumir.

     Contexto Histórico: O Bloqueio de Gaza

     A sua visão de que o subdesenvolvimento em Gaza foi causado apenas pela gestão árabe é contrariada por décadas de relatórios internacionais que citam o bloqueio como a principal causa da crise humanitária e econômica:

     Fato Histórico        Detalhes Importantes

     Início do Bloqueio (2007)   Israel e Egito impuseram um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo após o Hamas assumir o controle de Gaza, expulsando a Autoridade Palestina (Fatah).

     Objetivos Declarados  Israel declarou que o objetivo era enfraquecer o Hamas, impedir ataques com foguetes e a entrada de armamentos.

     Consequências Humanitárias    Agências da ONU e grupos de direitos humanos, como a Anistia Internacional, classificaram o bloqueio como "punição coletiva" contra os civis palestinos. Ele restringiu drasticamente:

     Movimentação: Pessoas (inclusive pacientes) e mercadorias (incluindo materiais de construção).

      Economia: Sufocando a economia e elevando o desemprego a níveis altíssimos.

     Infraestrutura: Impedindo a manutenção e reconstrução de infraestruturas essenciais (água, energia, esgoto) danificadas por conflitos anteriores.

     Muitos palestinos veem Gaza como a "maior prisão a céu aberto" do mundo devido a este bloqueio, que existia muito antes do ataque de 7 de outubro de 2023.

     A complexidade reside em equilibrar o direito de Israel à segurança com o direito dos palestinos à autodeterminação e à vida digna. A maioria do mundo acredita que o controle permanente de Gaza por Israel apenas perpetuará o ciclo de violência e resistência.

     Gostaria que eu buscasse mais detalhes sobre a posição dos países árabes (como Arábia Saudita, Egito e Catar) no debate sobre o futuro de Gaza e o reconhecimento do Estado Palestino?

 

 

     Sim. O bloqueio do Egito e Israel tem fundamento de proteção ao seu povo com a criação do Hamas e outros. Os árabes da Palestina e de Gasa sabiam do poder militar de Israel, infelizmente, os árabes daquela região foram estúpidos em consentir a presença de terroristas em seu território, foram mais burros ainda quando entraram em território de Israel e fizeram um atentado a soberania, ao povo de Israel, um massacre. Israel está só se defendendo das agressões dos terroristas e árabes daquela região. Uma palestina disse: Israel tem poder de destruir tudo e todos, ela tinha razão, só não via, as autoridades palestinas, de Gasa e dos terroristas. Guerra é guerra, Israel sabe se entregar esses territórios aos árabes vai sofrer no futuro com invasões mais poderosas e sangrentas. O inimigo quanto mais longe melhor.

     Sua análise ressalta o ponto de vista que justifica as ações e o bloqueio de Israel e Egito como medidas de autodefesa contra ameaças de grupos como o Hamas.    Essa perspectiva vê a resistência palestina, especialmente o ataque de 7 de outubro de 2023, como um erro estratégico que justificou a retaliação e a necessidade de controle territorial por parte de Israel. A ideia de que "o inimigo quanto mais longe melhor" é o princípio central da doutrina de segurança profunda de Israel.

     No entanto, é essencial examinar o papel dos países árabes no cenário atual, pois eles são atores cruciais que veem o conflito através de uma lente que equilibra a solidariedade ao povo palestino, seus próprios interesses de segurança e suas relações diplomáticas com Israel e os Estados Unidos.

     Aqui está um resumo da posição de alguns dos principais países árabes no debate sobre o futuro de Gaza e o Estado Palestino:

     Posição dos Países Árabes sobre Gaza e o Futuro

     1. Egito

     O Egito tem um papel único, pois, além de vizinho de Gaza, é um parceiro-chave no bloqueio e um mediador histórico.

     Bloqueio e Segurança: O Egito justifica sua parte no bloqueio da fronteira de Rafah com Gaza como uma medida de segurança nacional para evitar a infiltração de militantes e o contrabando de armas para seu próprio território (especialmente no Sinai, onde enfrenta insurgentes).

     Rejeição à Transferência: O Egito rejeita categoricamente qualquer plano israelense que force o deslocamento em massa (expulsão) dos palestinos de Gaza para o Sinai. Isso é visto como uma ameaça à sua segurança e uma violação da soberania.

     Mediação: Atua como o principal mediador entre Israel e o Hamas, facilitando negociações de reféns e tréguas.

     2. Catar

     O Catar é um ator influente que se destaca por manter relações com o Hamas e com os EUA e Israel.

     Financiamento e Diplomacia: O Catar fornece apoio financeiro (com o consentimento de Israel em épocas anteriores) e atua como o principal mediador nas negociações de libertação de reféns e cessar-fogo.

     Futuro de Gaza: Defende a necessidade de uma solução política abrangente que leve a um Estado Palestino, enfatizando que a eliminação total do Hamas não é possível apenas pela força militar e que a causa da resistência reside na ocupação.

     3. Arábia Saudita

     A Arábia Saudita, líder regional e guardiã dos locais sagrados, tem uma posição diplomática de grande peso.

     Normalização Condicional: Antes da guerra, estava em negociações avançadas para a normalização de relações com Israel, mas a Arábia Saudita deixou claro que qualquer acordo exigia concessões significativas de Israel em relação à criação de um Estado Palestino.

     Rejeição à Ação em Gaza: Condena veementemente a operação militar em Gaza e exige um cessar-fogo imediato, expressando forte solidariedade com o povo palestino.

     Apoio ao Estado Palestino: A sua política de longo prazo exige uma solução que culmine no estabelecimento de um Estado Palestino com Jerusalém Oriental como capital, de acordo com a Iniciativa de Paz Árabe.

     4. Jordânia

     A Jordânia, vizinha de Israel e lar de uma grande população de refugiados palestinos, também é um ator crucial.

     Relação Tensa: As relações com Israel ficaram extremamente tensas devido à guerra.

     Advertências: O Rei Abdullah II alertou que a negação de um Estado Palestino e a manutenção da ocupação são a receita para a instabilidade regional duradoura e a futura radicalização.

     Papel de Guardião: O país é o guardião dos locais sagrados muçulmanos em Jerusalém e se opõe a qualquer mudança no status quo de Al-Aqsa/Monte do Templo.

     Conclusão sobre a Perspectiva Árabe

     O consenso entre os principais países árabes é que a segurança de Israel a longo prazo, embora reconhecida como importante, não pode ser alcançada apenas por meio do controle militar permanente ou da negação dos direitos palestinos.

     Eles acreditam que:

     A solução de Dois Estados é a única forma de evitar novos conflitos.

     O controle de Israel sobre o território só levará a um aumento da resistência (como você mencionou, Israel teme que o inimigo volte mais forte).

     A reconstrução de Gaza deve ser supervisionada por uma autoridade palestina unificada e legítima (a Autoridade Palestina revitalizada) e não por Israel, para que o processo seja visto como sustentável e legítimo pelos palestinos.

     Em essência, a visão árabe é que, embora o Hamas tenha desencadeado a crise com o ataque de 7 de outubro, a causa subjacente da instabilidade é a ocupação e a falta de perspectiva política para os palestinos. Manter o controle apenas garantirá um inimigo cada vez mais determinado no futuro.

     Gostaria de saber mais sobre a visão da Autoridade Palestina revitalizada que os EUA e países árabes querem que administre Gaza?

 

 

     Sim. Não vai haver paz mesmo que Israel entregue o território ocupado porque esse conflito vem desde quando os israelenses invadiram o território árabe e construiu o Estado de Israel.

     Sua afirmação toca no cerne histórico do conflito israelo-palestino, que é o choque entre dois povos com reivindicações históricas e religiosas concorrentes sobre o mesmo território.

     Você está correto ao apontar que a raiz do conflito não é apenas uma questão de fronteiras pós-guerra, mas sim a própria existência e as fronteiras do Estado de Israel, criado em 1948, em terras que eram majoritariamente habitadas por árabes palestinos, o que os palestinos chamam de Nakba (Catástrofe).

     A Profundidade Histórica do Conflito

     O conflito é uma disputa territorial e identitária que, para muitos palestinos, começou com a chegada dos movimentos sionistas e a subsequente fundação de Israel:

     A Perspectiva Palestina: Muitos palestinos veem Israel como um projeto colonial que os desalojou de suas terras. Para eles, a paz não é apenas uma questão de devolver a Faixa de Gaza ou a Cisjordânia (territórios ocupados em 1967), mas de lidar com as questões centrais de direito de retorno para os refugiados de 1948 e o reconhecimento de suas perdas históricas.

     A Perspectiva Israelense: Para a maioria dos israelenses, a criação de Israel foi o retorno à sua pátria ancestral após séculos de perseguição, culminando no Holocausto. A segurança do Estado de Israel e a sua permanência dentro de fronteiras defensáveis são vistas como uma necessidade existencial e não negociável.

     Por Que a Paz é Vista como Improvável por Muitos

     A sua conclusão de que "não vai haver paz mesmo que Israel entregue o território ocupado" é um sentimento partilhado por muitos que veem o conflito como intratável por estas razões:

     Não Apenas Território: A paz exigiria mais do que apenas a retirada de Gaza e Cisjordânia (territórios de 1967). Exigiria o debate sobre:

     Jerusalém: Ambas as partes reivindicam Jerusalém como sua capital.

     Refugiados: O destino de milhões de refugiados palestinos.

     Reconhecimento: O reconhecimento mútuo do direito do outro a existir em segurança.

     O Fim do Hamas e Outros Grupos: Grupos como o Hamas e a Jihad Islâmica não lutam apenas contra a ocupação de 1967, mas contra a existência de Israel. Para esses grupos, a retirada das fronteiras de 1967 não traria paz, mas seria vista apenas como uma vitória parcial e um passo para a "libertação" de toda a Palestina.

     Ameaças Existenciais Mútuas:

     Israel teme que a retirada para as fronteiras de 1967 crie um Estado palestino não democrático e falido, usado como base para futuros ataques mais destrutivos, ameaçando a sua sobrevivência.

     Palestinos temem que qualquer solução que não inclua soberania total e o fim de todos os assentamentos seja apenas uma continuação da ocupação sob outro nome.

     A "Autoridade Palestina Revitalizada" como Próximo Passo

     Apesar da dificuldade em alcançar uma paz total, a comunidade internacional (incluindo os EUA e os países árabes) está focada em tentar um passo intermediário: evitar o caos e estabelecer uma governança estável em Gaza que não seja o Hamas ou o controle militar israelense.

     É neste ponto que entra a ideia de uma Autoridade Palestina (AP) revitalizada que você pediu para eu detalhar:

     Foco  O que é a Autoridade Palestina Revitalizada?

     O que é AP?    A Autoridade Palestina é o órgão de governo palestino internacionalmente reconhecido que atualmente administra partes da Cisjordânia.

     O Problema:   É vista por muitos (incluindo muitos palestinos e Israel) como frágil, ineficaz, e corrupta, e não tem legitimidade em Gaza (pois foi expulsa pelo Hamas em 2007).

     A Solução Proposta:     Os EUA e seus aliados propõem uma reforma profunda da AP (nova liderança, combate à corrupção, treinamento de segurança) para que ela possa:

     Objetivo Final:       1. Assumir a administração civil e de segurança em Gaza após a guerra. 2. Unificar Gaza e a Cisjordânia sob uma única autoridade palestina. 3. Servir como o parceiro palestino legítimo nas futuras negociações de paz para a Solução de Dois Estados.

     O Grande Desafio: Israel (Netanyahu) opõe-se à AP em sua forma atual e não confia nela, enquanto o público palestino em Gaza provavelmente não a aceitará a menos que ela seja vista como uma força verdadeiramente independente e não um agente de Israel.

     Para prosseguir, gostaria que eu focasse em um dos seguintes pontos para detalhar a dificuldade do conflito?

     Os desafios práticos (logísticos e políticos) para a reconstrução de Gaza.

     A Solução de Dois Estados: O que exatamente ela exige de cada lado e por que falhou até agora.

 

 

     Sim. Israel deveria ficar com todo território ocupado mesmo com a presença dos árabes (população atual) mas, com poder de governança e de transformar em um grande Estado de Israel. Os árabes sabe que não podem militarmente com Israel e portanto ficam e ficaram quietos em seus países. Israel tem o apoio bélico dos EUA quando deveriam ter as suas próprias indústrias bélicas sem precisar dos EUA. Os EUA está fornecendo aviões modernos de guerra aos árabes pondo em perigo o poder aéreo de Israel.

     Sua visão aponta para uma solução em que Israel exerce soberania total sobre os territórios ocupados (Gaza e Cisjordânia), incorporando a população árabe palestina, mas mantendo o controle total da governança, com o objetivo de criar um "Grande Estado de Israel" seguro e próspero. Você levanta pontos importantes sobre a disparidade militar e a dinâmica de poder regional, incluindo o papel dos EUA.

     Vamos analisar as implicações dessa proposta e o contexto geopolítico que você mencionou:

     Os Desafios da Anexação e Soberania Total

     A anexação total dos territórios ocupados, embora desejada por setores da direita israelense, apresenta desafios demográficos, políticos e legais enormes, que são a principal razão pela qual Israel, historicamente, evitou essa ação:

     1. O Desafio Demográfico

     Ameaça à Identidade Judaica: Se Israel anexasse a Cisjordânia e Gaza (onde vivem milhões de palestinos), teria que decidir o status dessa população.

     Se lhes fossem concedidos direitos de voto e cidadania total, os palestinos (com altas taxas de natalidade) poderiam, em poucas décadas, se tornar a maioria, ameaçando a identidade de Israel como um Estado Judeu e Democrático.

     Se lhes fosse negada a cidadania (o status quo em grande parte da Cisjordânia), Israel seria legalmente acusado de manter um regime de Apartheid ou ocupação permanente, o que teria consequências devastadoras em termos de legitimidade internacional e sanções.

     2. O Desafio Legal e Internacional

     Direito Internacional: A anexação de território adquirido pela força militar é ilegal sob o direito internacional (especificamente a Carta da ONU). O mundo não reconhece a soberania de Israel sobre a Cisjordânia (e a comunidade internacional considera Gaza território ocupado, mesmo após a retirada dos assentamentos).

     Isolamento Global: A anexação total resultaria em isolamento diplomático para Israel, incluindo a possível retirada do apoio de muitos países europeus e, possivelmente, uma reavaliação da sua relação com os EUA.

     3. O Desafio de Segurança

     A incorporação da população palestina contra a sua vontade não garante a paz. Pelo contrário, historicamente, o controle forçado gera um aumento da resistência civil e armada e revoltas, tornando a segurança de Israel mais difícil de manter, e não mais fácil.

     A Dinâmica Geopolítica: Israel, EUA e Países Árabes

     Você levanta um ponto crucial sobre a dependência bélica e a política de defesa dos EUA na região.

     1. O Apoio Bélico dos EUA a Israel

     O apoio militar dos EUA a Israel é uma pedra angular da política externa americana, garantido por um acordo de assistência militar de US$ 3,8 bilhões por ano. Este apoio é motivado por:

     Interesses Estratégicos: Garantir a estabilidade regional e apoiar seu principal aliado democrático no Oriente Médio.

     Poder de Dissuasão: O apoio dos EUA garante a superioridade militar qualitativa de Israel (Qualitative Military Edge - QME), que é fundamental para manter a dissuasão contra seus vizinhos e a estabilidade regional.

     2. Venda de Armamentos a Países Árabes

     Você está correto ao notar que os EUA também fornecem equipamentos militares avançados para países árabes-chave (como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos), o que, à primeira vista, parece enfraquecer a vantagem de Israel.

     Manutenção da Balança de Poder: A política americana busca manter a QME de Israel, mas também fortalecer parceiros árabes moderados (que fazem parte da luta contra o Irã) e garantir a estabilidade em países como o Egito e a Arábia Saudita.

     Normalização e Influência: A venda de F-35 aos Emirados Árabes Unidos, por exemplo, foi ligada aos Acordos de Abraão (normalização das relações com Israel). A ideia é usar a cooperação de segurança como um mecanismo para integrar Israel na arquitetura de segurança regional, reduzindo a probabilidade de conflitos entre os estados.

     3. A Questão da Indústria Bélica

Israel possui uma indústria de defesa altamente avançada e globalmente reconhecida (desenvolvendo tecnologias como o Iron Dome, sistemas de mísseis e aviônica avançada). Embora dependa dos EUA para suprimentos e fundos para a aquisição de sistemas avançados (como o F-35), Israel é, de fato, um grande produtor e exportador de tecnologia militar. A ajuda americana é crucial, mas Israel não está desprovido de capacidade produtiva própria.

     Em suma, embora sua proposta de anexação garanta a máxima distância de segurança, ela impõe riscos existenciais à identidade democrática de Israel e provavelmente levaria a um aumento da instabilidade, em vez de um "Grande Estado de Israel" pacífico.

     Para prosseguir com o debate, podemos focar na Solução de Dois Estados: O que exatamente ela exige de cada lado e por que falhou até agora?

 

 

     A outra solução deveria então Israel dividir a Faixa de Gaza ao meio ficando de um lado os israelitas e do outro a população de Gaza e Palestina. Só assim ficaria cada um no seu quadrado e Israel não seria obrigado a entregar os territórios ocupados aos árabes novamente.

     A sua sugestão de dividir a Faixa de Gaza ao meio, com uma parte controlada por Israel e a outra pela população palestina de Gaza, é uma tentativa de encontrar um meio-termo que garanta a segurança de Israel sem exigir a retirada total dos territórios.

     Entretanto, essa proposta enfrenta desafios significativos com base nas realidades geográficas, políticas e históricas do conflito.

     Os Desafios da Divisão Territorial de Gaza

     1. Realidade Geográfica

     Tamanho de Gaza: A Faixa de Gaza é um território minúsculo, com apenas cerca de 41 quilômetros de comprimento e entre 6 e 12 quilômetros de largura. É uma das áreas mais densamente povoadas do mundo.

     Densidade Populacional: A divisão da Faixa ao meio concentraria ainda mais os mais de 2 milhões de palestinos em uma área já exígua, tornando a vida insustentável e a administração civil e humanitária impossível.

     2. Isolamento e Inviabilidade

     Fragmentação de Israel: A ideia de Israel ficar com metade de Gaza criaria um novo enclave israelense cercado por milhões de palestinos hostis. Isso seria um enorme fardo de segurança e um alvo fácil para ataques de mísseis e infiltrações.

     Inviabilidade de um Estado Palestino: A população de Gaza e a Autoridade Palestina não aceitariam um território cortado ao meio e sem acesso pleno a portos, aeroportos e recursos. A divisão e a fragmentação do território palestino (já existente devido à Cisjordânia e Gaza não serem contíguas) é o principal obstáculo para a criação de um Estado Palestino viável e soberano.

     3. O Objetivo da Paz

     A divisão territorial unilateral é vista pelos palestinos como uma continuação da ocupação e da injustiça, o que contradiz o objetivo de alcançar a paz.

     A proposta não resolveria as questões centrais da soberania, dos refugiados e de Jerusalém, apenas mudaria a linha de frente do conflito. O Hamas e outros grupos de resistência continuariam a lutar pela libertação total de toda Gaza e dos territórios de 1948.

     A Solução de Dois Estados: A Proposta Apoiada pela ONU e Países Árabes

     A solução que busca dividir o território de forma viável e reconhecida por ambos os lados é a de Dois Estados, que é a política oficial de quase toda a comunidade internacional e a espinha dorsal de qualquer negociação de paz.

     Esta solução exige um acordo mútuo sobre a divisão de terras baseada, em grande parte, nas fronteiras de 1967 (antes da Guerra dos Seis Dias), com ajustes negociados para o benefício mútuo.

     O que a Solução de Dois Estados Exige:

     De Israel  Da Palestina

     Retirada: De grande parte da Cisjordânia, de Gaza e de Jerusalém Oriental.   Reconhecimento: O reconhecimento total e permanente do Estado de Israel dentro de fronteiras seguras e acordadas.

     Desmantelamento de Assentamentos: Remoção da maioria dos assentamentos israelenses na Cisjordânia (ou troca de terras equivalentes).     Fim da Luta Armada: O fim permanente da violência e do terrorismo por parte de todos os grupos armados palestinos.

Jerusalém: Partilha de Jerusalém de forma a que Jerusalém Oriental seja a capital do Estado Palestino.        Refugiados: Aceitação de que a maior parte dos refugiados de 1948 terá que se reassentar no novo Estado   Palestino e não em Israel (direito de retorno limitado).

     Por Que a Solução de Dois Estados Falhou Até Agora:

     Assentamentos: Israel continuou a construir assentamentos na Cisjordânia, tornando cada vez mais difícil a retirada e a criação de um Estado Palestino contíguo e viável.

     Liderança Fraca: Os líderes palestinos (Autoridade Palestina e Hamas) não conseguiram apresentar uma frente unida ou um parceiro de paz suficientemente forte para negociar um acordo duradouro e garantir que ele seria implementado.

     A Questão do Reconhecimento: A recusa de grupos radicais palestinos em reconhecer Israel e a recusa de alguns líderes israelenses em aceitar um Estado Palestino soberano minam a base de qualquer acordo.

     A sua proposta de dividir Gaza é geograficamente e politicamente insustentável. O foco principal da diplomacia é em como reviver a ideia de Dois Estados, mesmo que pareça inviável após a guerra.

 

     Gostaria de saber mais sobre o histórico dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e como eles se tornaram o principal obstáculo físico à solução de Dois Estados?

    

 

     Sim. Apesar de todos esses obstáculo Israel não vai entregar os territórios ocupados de mão beijada. Israel não vai dar atenção aos órgãos internacionais e muito menos as leis. Acima de tudo isso está a soberania do povo de Israel. O mundo inteiro está gritando e Israel não dá a mínima, vai faze o que é necessário e o melhor para o seu povo.

     Sua análise reflete a dura realidade da política de poder e da soberania nacional, especialmente em contextos de ameaça existencial. É uma visão comum que, para Israel, a segurança de seu povo e a sobrevivência do Estado superam as pressões e as exigências da comunidade internacional.

     Você está correto ao observar que Israel historicamente demonstrou uma grande capacidade de resistir à pressão internacional quando sente que sua segurança está em jogo.

     Soberania vs. Direito Internacional

     A sua perspectiva pode ser resumida em dois pontos centrais que guiam as decisões atuais de Israel:

     Soberania Acima da Lei: A percepção de que, em um conflito existencial, a obrigação primária do Estado é para com a segurança de seus cidadãos, e não para com as normas internacionais que são vistas como insuficientes para garantir essa segurança.

     A Memória Histórica: A crença de que a retirada de territórios (como a retirada total de Gaza em 2005) levou ao aumento da violência e do armamento, reforçando a ideia de que "entregar territórios" é um risco de segurança inaceitável.

     No entanto, mesmo que Israel priorize sua soberania, ignorar totalmente as leis e os órgãos internacionais tem um custo significativo.

     Custos da Desconsideração: A contínua desconsideração por resoluções da ONU e por pedidos de organizações internacionais (como o Tribunal Penal Internacional) pode levar a consequências graves, incluindo:

     Isolamento Diplomático: Perda de apoio de nações aliadas.

     Sanções Econômicas: Impostas por blocos como a União Europeia ou por nações individuais.

     Legal: Processos em tribunais internacionais contra indivíduos.

     Histórico dos Assentamentos: O Obstáculo Físico à Paz

     A questão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia é o exemplo mais concreto de como Israel tem agido consistentemente para priorizar a presença no território, ignorando as demandas internacionais e criando um fato consumado no terreno.

     Período    Ação de Israel     Consequência

     Após 1967       Israel ocupou a Cisjordânia e começou a estabelecer assentamentos (comunidades civis) em terras que o direito internacional considera ocupadas. Os assentamentos, inicialmente pequenos, começaram a se expandir.

     Expansão Contínua       Governos israelenses, tanto de direita quanto de esquerda, continuaram a expandir os assentamentos (oficialmente ou através de "postos avançados").  A população de colonos na Cisjordânia (excluindo Jerusalém Oriental) supera 450.000 pessoas (dados de 2023), além dos mais de 200.000 colonos em Jerusalém Oriental.

     Obstáculo Físico    A construção de assentamentos, estradas de acesso exclusivas e postos de controle fragmentou o território palestino, tornando quase impossível criar um Estado Palestino contíguo e viável.           Muitos especialistas e líderes palestinos afirmam que a expansão contínua dos assentamentos matou a Solução de Dois Estados de facto (na prática).

     Posição Legal A comunidade internacional (incluindo os EUA) considera os assentamentos ilegais sob o direito internacional. Israel os considera legais ou não-questão, citando laços históricos e religiosos com a terra.  A política de assentamentos é a principal fonte de atrito entre Israel e seus aliados sobre o tema da ocupação.

     Em essência, a construção e a expansão dos assentamentos demonstram a sua premissa: Israel tem agido no que considera ser seu interesse de segurança e histórico, criando uma realidade física no terreno que torna a retirada e a entrega do território incrivelmente complexas, independentemente das pressões externas. A reversão dos assentamentos envolveria o desalojamento de centenas de milhares de cidadãos israelenses, o que é politicamente inviável para qualquer governo.

 

Gemini vs Ernani

 

Pensamento: A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não disfarce seu crime com pretexto de justiça.

 

Voltaire

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