Por que
Trump quer falar com Lula?
O motivo principal é comercial. Donald
Trump anunciou recentemente uma sobretaxa de 50% sobre as exportações
brasileiras para os Estados Unidos, o que gerou forte reação do governo
brasileiro. A conversa com Lula seria uma tentativa de tratar desse “tarifaço”
e suas consequências para a relação bilateral.
Alguns pontos importantes:
Trump disse na ONU que teve “boa química” com Lula e que os dois
acertaram conversar em breve.
O governo brasileiro avalia que o primeiro contato deve ser por telefone
ou videoconferência, antes de um encontro presencial.
A diplomacia brasileira entende que a Casa Branca precisa sinalizar se
está disposta a negociar a tarifa ou se manterá a posição rígida.
Além da questão comercial, Trump também tem feito declarações em defesa
de Jair Bolsonaro, o que adiciona um tom político à situação.
Ou seja, a iniciativa de Trump em falar com Lula está ligada
principalmente à disputa comercial e à busca de um canal de diálogo direto, mas
o pano de fundo político também pesa.
Trump se unindo a Lula
vai ficar feio a relação com o Bolsonaro?
A relação é
delicada, Ernani. Se Trump abrir um canal direto com Lula, isso pode gerar
ruído com o bolsonarismo por alguns motivos:
Histórico de proximidade: Trump sempre foi visto como aliado ideológico
de Jair Bolsonaro. Durante anos, os dois se apresentaram como parte de uma
mesma frente conservadora.
Mudança de tom: ao elogiar Lula e admitir “boa química” com ele, Trump
sinaliza pragmatismo — está disposto a negociar com quem ocupa o poder, mesmo
que seja um adversário político de Bolsonaro.
Impacto simbólico: para a base bolsonarista, ver Trump dialogando com
Lula pode soar como “traição” ou, no mínimo, enfraquecer a narrativa de que os
EUA estariam alinhados automaticamente ao bolsonarismo.
Visão estratégica: analistas lembram que Trump costuma
usar encontros como palco político, muitas vezes transformando-os em “shows”
que podem constranger líderes estrangeiros. Isso significa que, mesmo que
converse com Lula, ele pode usar o momento para pressionar ou mandar recados
indiretos a Bolsonaro.
Em resumo: sim, pode “ficar feio” para Bolsonaro no plano
simbólico, porque quebra a imagem de exclusividade da relação dele com Trump.
Mas, do ponto de vista de Trump, é apenas cálculo político — ele fala com quem
pode resolver a questão das tarifas e fortalecer sua posição internacional.
Quer que eu te mostre como a família Bolsonaro já está reagindo a essa
aproximação entre Trump e Lula?
Quero saber?
A família Bolsonaro reagiu de forma ambígua à aproximação
entre Trump e Lula — tentando mostrar que não se trata de uma “traição”, mas
sim de uma jogada estratégica do americano:
Eduardo Bolsonaro (que vive nos EUA) disse
que a fala de Trump sobre Lula mostra a “genialidade” do republicano como
negociador. Para ele, nada foi surpresa: Trump teria elevado a tensão com o
Brasil (ao anunciar tarifas) e depois se reposicionado para negociar em uma
posição mais confortável.
Em redes sociais, Eduardo destacou que
Trump sempre age assim: pressiona, cria instabilidade e depois aparece como
quem controla a mesa de negociações.
Lula, por sua vez, ironizou a família Bolsonaro,
dizendo que Eduardo estaria nos EUA pedindo ajuda a Trump para “salvar o pai”
de problemas judiciais. Ele chegou a imitar o deputado em um discurso,
reforçando a narrativa de que a família Bolsonaro estaria por trás da pressão
tarifária americana.
Em
resumo: os bolsonaristas tentam enquadrar a aproximação como parte de uma
estratégia de Trump, não como um afastamento dele em relação a Bolsonaro. Já
Lula usa o episódio para desgastar a família Bolsonaro, sugerindo que eles
dependem de Trump para se proteger.
Essa conversa com Trump e
Lula vai dar o que falar nos bastidores da política de ambos os países. Será
que Trump vai voltar atrás no seu tarifaço? Lula está entregando os ativos do
Brasil aos chineses. Os chineses vão ficar mais arrogantes e se apropriando da
soberania nacional.
Você
tocou num ponto quente, Ernani — e os bastidores estão fervendo mesmo. A
conversa entre Lula e Xi Jinping girou em torno do tarifaço de 50% imposto por
Trump sobre produtos brasileiros. A China se solidarizou com o Brasil e
condenou publicamente as tarifas, chamando-as de “instrumento de coerção” que
interfere na soberania nacional.
Enquanto isso, Trump ainda não se
encontrou com Lula, mas acenou com a possibilidade. Curiosamente, ele também
saiu em defesa de Bolsonaro, dizendo que o governo brasileiro o trata de forma
injusta. Isso pode mexer com a base bolsonarista, que vê em Trump um aliado
ideológico — e pode interpretar qualquer aproximação com Lula como traição ou
como parte de um jogo geopolítico maior.
Sobre os ativos brasileiros e a relação
com a China, Lula e Xi Jinping reforçaram a parceria estratégica bilateral, com
planos de cooperação em setores como saúde, petróleo e gás, economia digital e
satélites. Isso levanta preocupações
legítimas sobre dependência econômica e influência externa, especialmente entre
setores mais nacionalistas.
A arrogância chinesa que você menciona é
uma percepção que cresce em certos círculos, especialmente quando a China se
posiciona como defensora do multilateralismo enquanto amplia sua presença em infraestrutura,
tecnologia e recursos naturais em países como o Brasil. Mas também há quem veja
isso como uma oportunidade de diversificação frente à pressão americana.
Os EUA não estão incomodados com a expansão
da China no mundo?
Está sim, Ernani — e cada vez mais. A expansão da influência chinesa,
especialmente em áreas estratégicas como tecnologia, infraestrutura, energia e
comércio global, é vista por Washington como uma ameaça direta à liderança
americana.
Nos bastidores dos EUA, há três grandes preocupações:
Tecnologia e segurança nacional: A China tem investido pesado em
inteligência artificial, semicondutores e telecomunicações. Empresas como
Huawei e TikTok são alvo de sanções e restrições por supostos riscos à
segurança dos EUA.
Influência geopolítica: A Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI), que
financia obras de infraestrutura em dezenas de países, é vista como uma forma
de “compra de influência”. Os EUA acusam a China de criar dependência econômica
e política em países da Ásia, África e América Latina.
Disputa comercial e industrial: O tarifaço de Trump contra produtos
chineses e agora contra o Brasil é parte de uma estratégia para conter o avanço
da China e proteger a indústria americana. O governo americano também pressiona
aliado a reduzirem sua exposição à China.
E a China não recua. Pelo contrário:
Está se aproximando de países estratégicos como Brasil, Rússia, Irã e
África do Sul.
Investe em moedas alternativas ao dólar, como o yuan digital, para
reduzir a dependência do sistema financeiro americano.
Reforça sua presença em organismos multilaterais, como a ONU e o BRICS,
para desafiar a hegemonia ocidental.
Essa tensão é o pano de fundo da conversa entre Lula e Xi Jinping, e
também da movimentação de Trump. Os EUA estão tentando conter o avanço chinês,
mas a China está jogando um xadrez de longo prazo.
A China está se tornando
perigosa na hegemonia internacional.
Essa é uma leitura que vem ganhando
força em muitos círculos estratégicos, Ernani. A ascensão da China como
potência global está mudando o tabuleiro da geopolítica — e não é à toa que os
Estados Unidos, a União Europeia e até países vizinhos da China estão
recalibrando suas políticas externas.
Por que muitos consideram a China “perigosa” na
hegemonia internacional?
Expansão econômica agressiva: A China investe em infraestrutura,
tecnologia e energia em dezenas de países, muitas vezes com contratos que geram
dependência financeira. O caso do Sri Lanka, que perdeu o controle de um porto
estratégico, é frequentemente citado como exemplo.
Influência política e diplomática: A China tem ampliado sua presença em
organismos internacionais, promovendo uma visão de mundo que desafia os valores
liberais ocidentais. Ela também usa sua posição para pressionar países em temas
sensíveis, como Taiwan, Hong Kong e direitos humanos.
Controle tecnológico: Empresas chinesas dominam setores como telecomunicações
(Huawei), redes sociais (TikTok), e inteligência artificial. Isso levanta
preocupações sobre espionagem, manipulação de dados e influência cultural.
Militarização e presença estratégica: O país tem aumentado seu orçamento
militar e construído bases em áreas disputadas, como o Mar do Sul da China.
Isso gera tensão com vizinhos e com os EUA, que mantêm presença naval na
região.
Modelo autoritário com ambições globais: A China oferece uma alternativa
ao modelo democrático liberal, atraente para regimes autoritários. Isso pode
enfraquecer a democracia em países onde a influência chinesa cresce.
IA – Capilot
Pensamento: Deus não deu asas às cobras, mas os EUA deram
asas à China.
Ernani Serra
Nenhum comentário:
Postar um comentário