É verdade que em muitos países, estão
afundando, e podem desaparecer?
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raciocínio
Sim, a situação é real e bastante
preocupante para alguns países, especialmente os que são ilhas pequenas e de
baixa altitude. Não se trata de uma lenda urbana, mas sim de um grave impacto
das mudanças climáticas.
O que está acontecendo?
O principal motivo para essa ameaça é o
aumento do nível do mar, causado pelo aquecimento global. A expansão térmica da
água (que aumenta de volume à medida que esquenta)
e o derretimento das calotas polares e geleiras contribuem para esse fenômeno.
Para países insulares com pouca elevação
acima do mar, essa subida representa uma ameaça existencial. Com o avanço da
água, áreas habitadas e agrícolas são inundadas, a água salgada contamina as
reservas de água doce, e a terra pode simplesmente desaparecer.
Alguns dos países mais vulneráveis a esse
cenário são:
Tuvalu: um dos
países mais ameaçados. Sua altitude média é de apenas 2,7 metros acima do nível
do mar. O governo de Tuvalu chegou a criar uma "nação
digital" para preservar sua cultura e identidade caso o território
físico seja totalmente submerso. Além disso, a Austrália já assinou um acordo
para receber os cidadãos de Tuvalu como "refugiados
climáticos" se necessário.
Maldivas: famoso
destino turístico, é outro país insular com um território muito baixo.
Kiribati: um país que
já comprou terras em Fiji para realocar seus cidadãos, caso suas ilhas se
tornem inabitáveis.
Ilhas Marshall e Nauru: assim como os
outros, são pequenas nações insulares que enfrentam o mesmo risco.
Cidades também estão em risco
A ameaça não se restringe a países
inteiros. Muitas cidades costeiras em todo o mundo também estão afundando, um
processo conhecido como subsidência. A
causa, neste caso, é a combinação da elevação do nível do mar com o afundamento
do próprio solo, que pode ocorrer devido a diversos fatores, como:
Extração excessiva de água subterrânea: a retirada de água de aquíferos pode fazer com que o solo se compacte
e afunde.
Peso das
construções: o peso de grandes edifícios e infraestruturas em solos mais
moles também contribui para a subsidência.
Cidades como Jacarta (Indonésia), Houston (EUA)
e Hanói (Vietnã) são exemplos de metrópoles que
estão afundando em um ritmo acelerado, agravando ainda mais o problema das
inundações.
Só não falou de Veneza.
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Tem toda razão. Veneza é um caso clássico
de cidade que enfrenta o afundamento e as inundações, mas com algumas
particularidades que a distinguem dos países insulares mencionados
anteriormente.
A ameaça em Veneza é uma combinação de dois
fatores:
1. Subsidência do
Solo
A cidade foi construída sobre uma base de
pequenas ilhas em uma lagoa, com estacas de madeira fincadas em um solo lodoso.
Historicamente, Veneza já afundava naturalmente. No século XX, esse problema se
agravou devido à extração de água subterrânea de aquíferos para uso industrial,
o que causou uma compactação ainda maior do solo. Embora a extração tenha sido
interrompida nos anos 70, o dano já havia sido feito.
2. Elevação do
Nível do Mar
Assim como nos países insulares, a
elevação global do nível do mar por causa das mudanças climáticas é uma ameaça
crescente. O fenômeno de "acqua alta"
(maré alta) sempre existiu em Veneza, mas as
inundações se tornaram muito mais frequentes e severas nas últimas décadas,
prejudicando monumentos históricos como a Praça de São Marcos e a Basílica.
Solução: o sistema MOSE
Para combater esse problema, a Itália
construiu o Sistema MOSE (Modulo Sperimentale
Elettromeccanico), que é um projeto de engenharia colossal. Ele consiste
em 78 comportas metálicas que ficam submersas nas entradas da lagoa de Veneza.
Quando a maré atinge um nível perigoso (acima de 110 cm),
as comportas são acionadas, enchendo-se de ar e levantando-se para formar uma
barreira, isolando temporariamente a lagoa do Mar Adriático.
O sistema MOSE começou a ser testado e
acionado em situações de risco em 2020 e, desde então, tem sido eficaz em
proteger a cidade de grandes inundações. No entanto, o projeto não é uma
solução perfeita. Ele é caro, teve atrasos e escândalos de corrupção, e alguns
especialistas temem que seu uso frequente possa ter impactos negativos no
ecossistema da lagoa.
Portanto, Veneza é um excelente exemplo de
como a combinação de fatores naturais e a ação humana, intensificados pelas
mudanças climáticas, cria uma ameaça existencial para locais históricos, e de
como a engenharia tenta lutar contra esse desafio.
Existem
outras cidades continentais em perigo de afundar?
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Sim, o problema do afundamento do solo,
conhecido como subsidência, não se restringe a cidades construídas sobre a
água, como Veneza. Muitas cidades continentais, em diferentes partes do mundo,
estão em risco.
O caso mais famoso e preocupante é o de
Jacarta, a capital da Indonésia. A cidade foi construída em uma área de
pântanos e manguezais, e a extração excessiva de água subterrânea para
abastecer a população de mais de 10 milhões de habitantes está fazendo com que
o solo se comprima. O resultado é alarmante: algumas partes da cidade afundam
até 25 centímetros por ano, um ritmo muito mais rápido do que a elevação global
do nível do mar. Por isso, o governo indonésio já iniciou o processo para mudar
a capital do país para uma nova cidade, chamada Nusantara, na ilha de Bornéu.
Outros exemplos notáveis incluem:
Cidade do México:
construída sobre um antigo lago, a capital mexicana afunda até 35 centímetros
por ano em algumas áreas. A extração de água de seus aquíferos e a natureza
argilosa do solo tornam a cidade extremamente vulnerável.
Bangkok, Tailândia: com uma altitude média muito baixa e um solo de argila mole, a cidade
está afundando cerca de 1 centímetro por ano. A combinação da subsidência com o
aumento do nível do mar coloca a capital tailandesa em grave risco de
inundações.
Houston, EUA:
no Texas, a cidade afunda por causa da extração de petróleo, gás e água
subterrânea. Embora a taxa seja menor que a de Jacarta, é um problema sério que
contribui para o risco de inundações.
Nova York, EUA:
um estudo recente sugere que a cidade está afundando lentamente, cerca de 1 a 2
milímetros por ano. A causa principal é o peso colossal dos arranha-céus e da
infraestrutura. A longo prazo, isso agrava a ameaça das inundações costeiras.
Maceió, Brasil: um caso diferente, mas igualmente grave, é o de Maceió. Bairros
inteiros da capital de Alagoas estão afundando devido à exploração de sal-gema
pela Braskem. A extração do minério criou enormes cavidades subterrâneas,
causando afundamentos e rachaduras em casas e prédios, forçando a evacuação de
milhares de pessoas.
A maioria dessas cidades tem algo em
comum: o afundamento é causado principalmente pela ação humana, como a extração
de recursos (água, petróleo, minério), a
drenagem de áreas úmidas e o peso das construções. Embora a elevação do nível
do mar piore a situação, a subsidência é, em muitos casos, o principal motor
por trás do problema.
O petróleo e a
água em natura é responsável pela sustentação do solo?
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raciocínio
É uma ótima pergunta e a resposta é sim,
de uma forma indireta. O petróleo, o gás e, principalmente, a água subterrânea,
são recursos que, quando estão presentes no subsolo, atuam como um suporte de
pressão para as camadas de solo e rochas acima deles.
Vamos entender melhor como isso funciona:
O Papel da Água
Subterrânea (Aquíferos)
Sustentação
natural: Embaixo de muitas cidades,
existem aquíferos, que são grandes reservatórios subterrâneos de água. Essa
água preenche os poros e espaços entre os grãos de solo e rochas, exercendo uma
pressão hidrostática. Essa pressão, por sua vez, ajuda a sustentar o peso das
camadas de solo e das construções que estão na superfície.
O problema da
extração: Quando a água é extraída em excesso (superexploração),
a pressão interna do aquífero diminui. Sem essa sustentação, as camadas de solo
e rochas se compactam e se comprimem, resultando no afundamento da superfície.
Esse fenômeno é a causa principal da subsidência em cidades como Jacarta,
Cidade do México e Houston.
O Papel do Petróleo e do Gás
Sustentação
de pressão: De maneira similar aos
aquíferos, o petróleo e o gás também ocupam espaços no subsolo, exercendo
pressão sobre as rochas ao seu redor.
O problema da
extração: Quando esses recursos são extraídos, a pressão no reservatório
diminui, levando à compactação das rochas porosas que os continham. Essa
compactação causa a subsidência da superfície, um problema registrado em locais
como o campo de Goose Creek, no Texas, no início do século XX.
Conclusão
Portanto, a extração de recursos
subterrâneos como água, petróleo e gás não causa o afundamento diretamente, mas
sim remove o suporte de pressão que mantinha as camadas do solo estáveis. É
como tirar o ar de um colchão d'água: a estrutura se colapsa e a superfície afunda.
A urbanização acelerada e a necessidade
crescente de recursos hídricos e energéticos têm intensificado esse problema em
muitas cidades ao redor do mundo.
Como o homem pode solucionar esse problema?
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Para lidar com o problema do afundamento
do solo, as soluções precisam ser multifacetadas, combinando gestão de
recursos, engenharia e políticas públicas. Não existe uma única resposta, pois
a causa pode variar.
1. Gestão
Sustentável da Água Subterrânea
A principal medida para combater o
afundamento é gerenciar a extração de água subterrânea de forma mais
inteligente. O objetivo é reduzir a dependência de aquíferos e garantir que
eles possam ser recarregados.
Regulamentação e monitoramento: Governos precisam implementar leis e fiscalizar a extração de água
para evitar a superexploração. O monitoramento contínuo dos níveis dos
aquíferos é essencial para tomar decisões baseadas em dados.
Recarga de
aquíferos: A água da chuva pode ser direcionada para recarregar os
aquíferos, em vez de escoar para rios e oceanos. Isso pode ser feito através de
bacias de retenção, pavimentos permeáveis e outras técnicas de engenharia.
Fontes
alternativas de água: Cidades podem investir em fontes de água
alternativas, como dessalinização
(em áreas costeiras), reuso de água e sistemas de
captação de água da chuva.
2. Soluções de
Engenharia e Tecnologia
Em locais onde o afundamento já é um
problema grave, a engenharia pode oferecer soluções para mitigar os danos.
Injeção de materiais:
Em alguns casos, é possível injetar materiais, como argamassa ou cimento, no
subsolo para compactar o solo e dar suporte às construções.
Estruturas de proteção: O exemplo de Veneza com o sistema MOSE mostra que é possível
construir barreiras para proteger cidades de inundações. No entanto, essas
soluções são extremamente caras e complexas.
Monitoramento tecnológico: Sensores, drones e sistemas de GPS de alta precisão podem ser usados
para monitorar o movimento do solo em tempo real. Isso permite que as
autoridades atuem rapidamente e prevejam áreas de risco.
3. Planejamento
Urbano e Políticas Públicas
O planejamento a longo prazo é crucial
para evitar que o problema se agrave.
Novas políticas de
desenvolvimento: O planejamento urbano precisa considerar o risco de
afundamento. Isso inclui limitar o peso de novas construções em áreas
vulneráveis e priorizar o uso de materiais de construção mais leves.
Realocação: Em casos
extremos, como o de Jacarta e Maceió, a realocação de populações e até mesmo da
capital do país é uma medida drástica, mas necessária para garantir a segurança
dos cidadãos.
Conscientização pública: Educar a população sobre o uso sustentável da água e o problema da
subsidência é fundamental para incentivar a colaboração e a mudança de hábitos.
A solução para o afundamento do solo,
portanto, está na combinação de estratégias que protegem os recursos hídricos,
investem em tecnologia e engenharia, e planejam o crescimento das cidades de
forma sustentável.
Fale sobre as defesas do Japão após o
Tsunami?
Após o devastador terremoto e tsunami de
2011, que causaram a perda de quase 20 mil vidas, o Japão iniciou um esforço gigantesco
para aprimorar suas defesas e garantir a segurança de suas comunidades
costeiras. As medidas foram divididas em duas frentes principais:
infraestrutura física e sistemas de alerta.
1. Muralhas e
Barreiras Costeiras
A resposta mais visível foi a construção
de uma grande muralha de concreto ao longo da costa nordeste do país. Com um
custo bilionário, o Japão ergueu barreiras que, em alguns trechos, chegam a ter
mais de 15 metros de altura e se estendem por centenas de quilômetros.
O objetivo dessas muralhas é retardar a
força das ondas e dar mais tempo para que a população possa evacuar. No
entanto, a eficácia e o impacto dessas construções são debatidos. Alguns
críticos apontam que elas obstruem a vista para o mar, afetam a cultura local e
o turismo, e podem dar uma falsa sensação de segurança. Há também uma linha de
pesquisa que sugere a criação de "cercas vivas" com florestas
plantadas ao longo da costa, que serviriam como uma barreira natural para o
avanço das águas.
2. Tecnologia e
Sistemas de Alerta
O Japão já era um dos países mais
avançados em sistemas de alerta, mas o tsunami de 2011 impulsionou um
aprimoramento ainda maior. O foco se tornou a comunicação rápida e eficiente
com a população.
Alertas de TV e rádio: O governo utiliza redes de
televisão e rádio para transmitir alertas de emergência em tempo real. A
tecnologia permite que os alertas cheguem de forma simples e eficiente, mesmo
em meio a um desastre.
Mensagens para celulares: O sistema de alerta por celular é acionado imediatamente após a
detecção de um terremoto com potencial para gerar um tsunami.
Monitoramento e
previsão: O país investiu em tecnologia para monitorar as placas
tectônicas e o movimento do solo, o que permite uma previsão mais precisa da
magnitude e do risco de tsunamis.
3. Planejamento e
Conscientização
O Japão entende que nenhuma barreira é
100% eficaz contra eventos de magnitude extrema. Por isso, as defesas não se
baseiam apenas em infraestrutura, mas também em um planejamento detalhado e na
educação da população.
Planos
de evacuação: A população é treinada
para responder a alertas de tsunami, sabendo onde estão as rotas de fuga e os
pontos de abrigo.
Prevenção em
edifícios: As construções no Japão seguem rigorosos códigos sísmicos
para resistir a terremotos.
Cultura de resiliência: Desde a infância, os japoneses são educados sobre a importância de
estarem preparados para desastres naturais. Essa cultura de resiliência e a
prontidão para evacuar são consideradas as defesas mais importantes do país.
Em resumo, as defesas do Japão após o
tsunami de 2011 combinam a construção de grandes barreiras físicas com o
aprimoramento de sistemas de alerta e uma forte cultura de prevenção e
conscientização entre a população.
Você não falou na barreira moderna para
conter o mar em Veneza com comportas automáticas para abrir e fechar no momento
certo?
Em minha resposta anterior sobre Veneza,
eu mencionei o Sistema MOSE (Modulo Sperimentale
Elettromeccanico) e a sua função, mas talvez não tenha explicado com
detalhes suficientes. O MOSE é exatamente a barreira moderna que você
descreveu, com comportas automáticas projetadas para proteger a cidade.
O Sistema MOSE:
Como Funciona
O MOSE é um sistema de engenharia
complexo, um dos mais caros e ambiciosos do mundo. Ele consiste em 78 comportas
metálicas gigantes, que ficam instaladas nas três entradas da lagoa de Veneza
que se conectam ao Mar Adriático.
Estado Normal: As comportas permanecem cheias de água e, por isso, ficam submersas e
apoiadas no fundo da lagoa, permitindo a passagem normal de navios e a
circulação da água, que é vital para o ecossistema local.
Ativação:
Quando a previsão indica uma maré alta perigosa, as comportas são ativadas. Ar
comprimido é injetado em cada uma delas, forçando a água a sair. Isso as torna
mais leves que a água, fazendo-as subir e se levantar em um ângulo de 45 graus,
formando uma barreira sólida entre a lagoa e o mar.
Proteção:
Essa barreira temporária impede que a maré alta entre na lagoa, protegendo
Veneza e as outras ilhas próximas de inundações. Assim que a maré baixa, o ar é
liberado e a água volta para as comportas, que retornam à posição submersa no
fundo.
O sistema foi projetado para ser acionado
quando a maré atinge uma altura de 1,10 metros, embora já tenha sido usado em
níveis mais baixos em situações de grande risco.
Apesar de ser uma solução tecnológica impressionante,
o MOSE gerou muita polêmica. A construção durou mais de 15 anos, teve custos
que ultrapassaram o orçamento inicial e foi marcada por escândalos de
corrupção. Além disso, há debates sobre seu impacto ambiental e sobre se ele
será suficiente para proteger a cidade a longo prazo, considerando a aceleração
do aumento do nível do mar.
No entanto, desde que começou a ser usado
de forma mais regular, o MOSE tem sido eficaz em proteger a cidade de
inundações severas, garantindo que a Praça de São Marcos e outras áreas
históricas permaneçam secas durante as marés altas.
É triste se ver pessoas se aproveitando
desses benefícios coletivos em prol de si mesmo (corruptos).
Concordo. É realmente
desanimador e frustrante ver que projetos de grande importância e benefício
coletivo, como o sistema de proteção de Veneza, são muitas vezes marcados por
casos de corrupção. Em vez de servirem exclusivamente ao bem-estar da
população, esses projetos acabam sendo usados para enriquecimento ilícito.
A corrupção em obras públicas não é apenas
uma questão financeira. Ela tem um impacto direto e profundo na vida das
pessoas:
Atrasos e Ineficiência: Obras que deveriam ser concluídas em tempo hábil se arrastam por
anos, causando transtornos e expondo a população a riscos por mais tempo.
Qualidade Comprometida: O desvio de verbas pode levar ao uso de materiais de baixa qualidade,
resultando em construções menos seguras e que exigem manutenção constante e
cara. No caso de uma barreira contra o mar, por exemplo, isso poderia ser
catastrófico.
Perda de Confiança:
A população perde a confiança nas instituições e nos governos, sentindo-se
desamparada e revoltada. Isso enfraquece a democracia e a crença na capacidade
do Estado de resolver problemas sérios.
É triste saber que, mesmo em face de
ameaças existenciais como o aumento do nível do mar, alguns indivíduos
priorizam o lucro pessoal em detrimento da segurança e do futuro de uma cidade
inteira. O caso do MOSE, em Veneza, é um exemplo emblemático disso, com bilhões
de euros desviados e investigações que mancharam a reputação de um projeto
vital.
Infelizmente, a corrupção é um desafio
global que acompanha muitos grandes projetos de infraestrutura, seja na
construção de estradas, hospitais ou sistemas de proteção ambiental. A
fiscalização rigorosa, a transparência e a punição exemplar são ferramentas
essenciais para tentar mitigar esse problema.
O ser humano só é honesto quando há uma
justiça forte e operante sem os vícios da impunidade.
Você levantou
um ponto central e complexo da filosofia do direito e da sociologia. A sua
afirmação, "o ser humano só é honesto quando há
uma justiça forte e operante sem os vícios da impunidade," reflete
uma visão que tem grande apoio em diversas teorias.
A ideia é que, embora a moralidade e a
ética individuais existam, o sistema de justiça serve como um dissuasor
poderoso. Quando as pessoas percebem que a probabilidade de serem pegas e
punidas por atos desonestos é alta, a tendência é que elas se comportem de
forma mais ética, mesmo que sua motivação seja o medo da punição, e não um
senso inato de honestidade.
O Papel da
Impunidade
A impunidade é o oposto direto da justiça.
Quando a impunidade é a regra, a mensagem que a sociedade recebe é que as leis
não se aplicam a todos ou que, com poder e influência, é possível se isentar
das consequências. Isso cria um ciclo vicioso:
Efeito
"dominó": Se uma pessoa comete um
crime e fica impune, outras se sentem encorajadas a fazer o mesmo, pois
acreditam que também não serão punidas.
Erosão da confiança: A impunidade destrói a confiança nas instituições. Se o cidadão comum
vê que o sistema judicial não funciona, ele pode se sentir desprotegido e
desmotivado a seguir as regras.
Percepção de injustiça: A falta de punição para os corruptos ou criminosos cria um sentimento
de injustiça profunda, minando o tecido social e a ideia de que vivemos em uma
sociedade justa.
No entanto, é importante notar que a
honestidade não é apenas uma resposta à ameaça de punição. O sistema de justiça
também molda a sociedade de outras formas:
Reforço de valores: Uma justiça forte reforça a ideia de que a honestidade, a
responsabilidade e o respeito às regras são valores essenciais para a
convivência.
Proteção das
vítimas: A justiça garante que as vítimas de desonestidade e crime
tenham seus direitos reconhecidos e, quando possível, que o dano seja reparado.
Isso fortalece a crença na ordem social.
Em resumo, a sua visão de que a justiça é
fundamental para a honestidade é um conceito amplamente defendido. Embora a
moralidade individual exista, a existência de um sistema judicial forte e
equitativo, que não permita a impunidade, é essencial para garantir a ordem
social e para encorajar um comportamento honesto e responsável em larga escala.
Rui Barbosa tinha razão e naquele tempo!
Hoje, não existem mais honestos pois quem é honesto se envergonha de ser.
É interessante
a sua menção a Rui Barbosa e à sua famosa frase, que reflete uma profunda
melancolia sobre a ética na sociedade. A citação completa, segundo a tradição,
é: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto
ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da
virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."
A frase de Rui Barbosa, de fato, ecoa um
sentimento que muitas pessoas compartilham hoje: a sensação de que a
honestidade e a integridade são, por vezes, vistas como fraquezas ou
ingenuidade em um mundo onde a corrupção e a desonestidade parecem ter sucesso.
No entanto, a ideia de que "não existem mais honestos" é um ponto de vista que,
embora compreensível, pode ser questionado. Embora os casos de corrupção sejam
amplamente divulgados e causem indignação, é importante lembrar que muitas
pessoas, em todos os níveis da sociedade, continuam agindo com honestidade e
ética, mesmo sem reconhecimento.
As pessoas honestas existem, mas nem
sempre estão nos holofotes.
A honestidade é uma virtude silenciosa.
Não costumamos ver notícias sobre o caixa de supermercado que devolveu um troco
a mais, o funcionário público que rejeitou uma propina, ou o vizinho que se
esforça para ser justo. Esses atos raramente ganham manchetes. O que vemos e
ouvimos são os escândalos, os crimes e os desvios de conduta, porque eles são
exceções que chamam a atenção e causam impacto.
Por que a
honestidade parece estar em crise?
A Impunidade:
Como discutimos, a falta de justiça e a impunidade para os desonestos são
fatores que minam a confiança no sistema e podem levar as pessoas a se sentirem
desencorajadas.
Visibilidade da
Desonra: A mídia e as redes sociais, embora fundamentais para a
denúncia, dão uma visibilidade sem precedentes aos atos de corrupção. Isso pode
criar a percepção de que a desonestidade é mais generalizada do que realmente
é.
O Incentivo ao Curto Prazo: Em um mundo focado em resultados rápidos e lucro imediato, a
honestidade — que muitas vezes exige paciência e sacrifício — pode parecer um
caminho mais lento e menos vantajoso.
A frase de Rui Barbosa nos serve como um
lembrete de que, quando a justiça falha e a virtude é ridicularizada, o tecido
social se enfraquece. No entanto, o desânimo que ele descreve não significa que
a honestidade tenha desaparecido. Pelo contrário, em tempos como este, a
honestidade se torna um ato de resistência e um pilar para a construção de uma
sociedade melhor.
A honestidade é um brilhante caro que
deram aos porcos.
Essa sua
frase, "a honestidade é um brilhante caro que
deram aos porcos," é uma metáfora poderosa e um tanto amarga. Ela
sugere que a honestidade, uma virtude valiosa e rara, é frequentemente
desprezada ou desperdiçada por aqueles que não a merecem ou não a valorizam.
A expressão ecoa o provérbio bíblico de
que não se deve "lançar pérolas aos porcos."
Nesse contexto, as pérolas (ou brilhantes)
representam algo de grande valor e beleza — neste caso, a honestidade — que é
jogado para aqueles que, por sua natureza ou falta de compreensão, não
conseguem reconhecer seu valor e, em vez disso, a pisoteiam ou ignoram.
A frase pode ser interpretada de várias
maneiras, mas todas elas carregam um tom de decepção:
A frustração com a
falta de reconhecimento: A honestidade, muitas vezes, não é
recompensada. Em um mundo onde a esperteza, a manipulação e a desonestidade
podem levar a ganhos rápidos, a pessoa honesta pode se sentir desvalorizada,
como se estivesse oferecendo algo de grande valor a quem não o aprecia.
A desilusão com o poder e a corrupção: No contexto das discussões anteriores sobre corrupção em projetos
públicos, a frase se encaixa perfeitamente. A honestidade do cidadão comum, que
paga seus impostos e espera que o dinheiro seja usado para o bem coletivo, é
como um "brilhante" jogado para aqueles que se aproveitam e desviam
os recursos.
O sentimento de
solidão da pessoa honesta: A honestidade pode ser um caminho solitário.
Quando se age com integridade em um ambiente onde a maioria parece não fazê-lo,
pode surgir a sensação de estar em minoria, de ser a única pessoa a valorizar
algo que os outros descartam.
Essa metáfora reflete um sentimento de
profunda desilusão com a condição humana e com a sociedade. Ela não significa
que a honestidade não tenha valor, mas sim que o seu valor não é universalmente
reconhecido ou apreciado, o que torna a sua prática, por vezes, um ato de
grande sacrifício.
Será que Recife e
Rio de Janeiro está condenado a desaparecer ou somente haverá uma enchente do
mar?
A preocupação
com o futuro de Recife e Rio de Janeiro é muito válida, pois as duas cidades
estão, de fato, entre as mais vulneráveis ao aumento do nível do mar no Brasil.
A questão não é se haverá inundações, mas a intensidade e a frequência com que
elas ocorrerão. A situação é mais de "enchentes do mar" se tornando
mais comuns e severas do que um desaparecimento total, pelo menos a curto e
médio prazo.
O Cenário para
Recife
Recife é considerada uma das cidades
brasileiras mais ameaçadas pelo avanço do mar. Sua geografia contribui para
isso: a cidade é praticamente plana, com muitas áreas urbanas em altitudes
muito baixas e construídas em pântanos e estuários. Além do aumento do nível do
mar, o problema é agravado por outros fatores:
Marés de
Retropropagação: O avanço do mar pode voltar pela rede de drenagem e
pelos rios, inundando áreas que não estão em contato direto com o mar.
Ataque ao lençol
freático: A água salgada pode se misturar com o lençol freático,
contaminando reservatórios de água doce e subindo à superfície em áreas baixas.
Enchentes mais frequentes: A combinação do aumento do nível do mar com as marés altas e chuvas
intensas pode tornar as enchentes mais frequentes e severas, afetando bairros
turísticos, como Boa Viagem, e áreas históricas.
A prefeitura de Recife já identificou as
vulnerabilidades da cidade e vem buscando medidas de adaptação, como a
desocupação de áreas de risco e a realocação de famílias.
O Cenário para o
Rio de Janeiro
No Rio, o problema também é grave. Estudos
indicam que o nível do mar pode subir significativamente até o final do século,
o que afetaria tanto a orla carioca quanto áreas de baixa altitude em
diferentes bairros.
Áreas de risco:
As famosas praias e orlas da cidade podem sofrer com inundações e erosão
costeira mais intensa.
Complexos de favelas: Algumas comunidades e complexos de favelas que ficam em áreas de
mangue ou próximas ao nível do mar, como o Complexo da Maré, também estão em
risco de inundações.
Medidas de
adaptação: O Rio de Janeiro está buscando parcerias, como a realizada
com a NASA, para monitorar o nível do mar e entender melhor os riscos para
planejar estratégias de adaptação.
Conclusão:
"Condenadas a desaparecer" ou "inundações"?
A expressão "condenadas
a desaparecer" é dramática e, embora seja uma realidade para países
insulares de baixa altitude, para cidades grandes como Recife e Rio de Janeiro
o cenário mais provável é de inundações recorrentes e cada vez mais severas.
Isso significa que as cidades não serão "engolidas"
de uma vez, mas a vida em muitas áreas pode se tornar insustentável. As
inundações causarão danos econômicos, destruição de infraestrutura e forçarão a
população a se mudar para áreas mais seguras.
Em vez de um desaparecimento total, o que
se prevê é um cenário de adaptação ou deslocamento. O grande desafio para o
Brasil é investir em um planejamento urbano que leve em conta a crise climática
e desenvolver infraestrutura e políticas públicas para proteger as áreas mais
vulneráveis.
Gemini
https://averdadenainternet.blogspot.com/search?q=Afundamento+das+cidades
https://averdadenainternet.blogspot.com/search?q=As+cidades+v%C3%A3o+desaparecer
Pensamento: Viver
feliz não é mais do que viver com honestidade e retidão.
Cícero
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