contador ERNANI - CRONICAS E POESIAS E SONETOS

domingo, 3 de agosto de 2025


A IA FALANDO SOBRE SUBSIDÊNCIA


     É verdade que em muitos países, estão afundando, e podem desaparecer?

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     Sim, a situação é real e bastante preocupante para alguns países, especialmente os que são ilhas pequenas e de baixa altitude. Não se trata de uma lenda urbana, mas sim de um grave impacto das mudanças climáticas.

     O que está acontecendo?

     O principal motivo para essa ameaça é o aumento do nível do mar, causado pelo aquecimento global. A expansão térmica da água (que aumenta de volume à medida que esquenta) e o derretimento das calotas polares e geleiras contribuem para esse fenômeno.

     Para países insulares com pouca elevação acima do mar, essa subida representa uma ameaça existencial. Com o avanço da água, áreas habitadas e agrícolas são inundadas, a água salgada contamina as reservas de água doce, e a terra pode simplesmente desaparecer.

     Alguns dos países mais vulneráveis a esse cenário são:

     Tuvalu: um dos países mais ameaçados. Sua altitude média é de apenas 2,7 metros acima do nível do mar. O governo de Tuvalu chegou a criar uma "nação digital" para preservar sua cultura e identidade caso o território físico seja totalmente submerso. Além disso, a Austrália já assinou um acordo para receber os cidadãos de Tuvalu como "refugiados climáticos" se necessário.

     Maldivas: famoso destino turístico, é outro país insular com um território muito baixo.

     Kiribati: um país que já comprou terras em Fiji para realocar seus cidadãos, caso suas ilhas se tornem inabitáveis.

     Ilhas Marshall e Nauru: assim como os outros, são pequenas nações insulares que enfrentam o mesmo risco.

     Cidades também estão em risco

     A ameaça não se restringe a países inteiros. Muitas cidades costeiras em todo o mundo também estão afundando, um processo conhecido como subsidência.    A causa, neste caso, é a combinação da elevação do nível do mar com o afundamento do próprio solo, que pode ocorrer devido a diversos fatores, como:

     Extração excessiva de água subterrânea: a retirada de água de aquíferos pode fazer com que o solo se compacte e afunde.

     Peso das construções: o peso de grandes edifícios e infraestruturas em solos mais moles também contribui para a subsidência.

     Cidades como Jacarta (Indonésia), Houston (EUA) e Hanói (Vietnã) são exemplos de metrópoles que estão afundando em um ritmo acelerado, agravando ainda mais o problema das inundações.

 

 

     Só não falou de Veneza.

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     Tem toda razão. Veneza é um caso clássico de cidade que enfrenta o afundamento e as inundações, mas com algumas particularidades que a distinguem dos países insulares mencionados anteriormente.

     A ameaça em Veneza é uma combinação de dois fatores:

 

     1. Subsidência do Solo

     A cidade foi construída sobre uma base de pequenas ilhas em uma lagoa, com estacas de madeira fincadas em um solo lodoso. Historicamente, Veneza já afundava naturalmente. No século XX, esse problema se agravou devido à extração de água subterrânea de aquíferos para uso industrial, o que causou uma compactação ainda maior do solo. Embora a extração tenha sido interrompida nos anos 70, o dano já havia sido feito.

     2. Elevação do Nível do Mar

     Assim como nos países insulares, a elevação global do nível do mar por causa das mudanças climáticas é uma ameaça crescente. O fenômeno de "acqua alta" (maré alta) sempre existiu em Veneza, mas as inundações se tornaram muito mais frequentes e severas nas últimas décadas, prejudicando monumentos históricos como a Praça de São Marcos e a Basílica.

     Solução: o sistema MOSE

     Para combater esse problema, a Itália construiu o Sistema MOSE (Modulo Sperimentale Elettromeccanico), que é um projeto de engenharia colossal. Ele consiste em 78 comportas metálicas que ficam submersas nas entradas da lagoa de Veneza. Quando a maré atinge um nível perigoso (acima de 110 cm), as comportas são acionadas, enchendo-se de ar e levantando-se para formar uma barreira, isolando temporariamente a lagoa do Mar Adriático.

     O sistema MOSE começou a ser testado e acionado em situações de risco em 2020 e, desde então, tem sido eficaz em proteger a cidade de grandes inundações. No entanto, o projeto não é uma solução perfeita. Ele é caro, teve atrasos e escândalos de corrupção, e alguns especialistas temem que seu uso frequente possa ter impactos negativos no ecossistema da lagoa.

     Portanto, Veneza é um excelente exemplo de como a combinação de fatores naturais e a ação humana, intensificados pelas mudanças climáticas, cria uma ameaça existencial para locais históricos, e de como a engenharia tenta lutar contra esse desafio.

 

 

Existem outras cidades continentais em perigo de afundar?

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     Sim, o problema do afundamento do solo, conhecido como subsidência, não se restringe a cidades construídas sobre a água, como Veneza. Muitas cidades continentais, em diferentes partes do mundo, estão em risco.

     O caso mais famoso e preocupante é o de Jacarta, a capital da Indonésia. A cidade foi construída em uma área de pântanos e manguezais, e a extração excessiva de água subterrânea para abastecer a população de mais de 10 milhões de habitantes está fazendo com que o solo se comprima. O resultado é alarmante: algumas partes da cidade afundam até 25 centímetros por ano, um ritmo muito mais rápido do que a elevação global do nível do mar. Por isso, o governo indonésio já iniciou o processo para mudar a capital do país para uma nova cidade, chamada Nusantara, na ilha de Bornéu.

     Outros exemplos notáveis incluem:

     Cidade do México: construída sobre um antigo lago, a capital mexicana afunda até 35 centímetros por ano em algumas áreas. A extração de água de seus aquíferos e a natureza argilosa do solo tornam a cidade extremamente vulnerável.

     Bangkok, Tailândia: com uma altitude média muito baixa e um solo de argila mole, a cidade está afundando cerca de 1 centímetro por ano. A combinação da subsidência com o aumento do nível do mar coloca a capital tailandesa em grave risco de inundações.

     Houston, EUA: no Texas, a cidade afunda por causa da extração de petróleo, gás e água subterrânea. Embora a taxa seja menor que a de Jacarta, é um problema sério que contribui para o risco de inundações.

     Nova York, EUA: um estudo recente sugere que a cidade está afundando lentamente, cerca de 1 a 2 milímetros por ano. A causa principal é o peso colossal dos arranha-céus e da infraestrutura. A longo prazo, isso agrava a ameaça das inundações costeiras.

     Maceió, Brasil: um caso diferente, mas igualmente grave, é o de Maceió. Bairros inteiros da capital de Alagoas estão afundando devido à exploração de sal-gema pela Braskem. A extração do minério criou enormes cavidades subterrâneas, causando afundamentos e rachaduras em casas e prédios, forçando a evacuação de milhares de pessoas.

     A maioria dessas cidades tem algo em comum: o afundamento é causado principalmente pela ação humana, como a extração de recursos (água, petróleo, minério), a drenagem de áreas úmidas e o peso das construções. Embora a elevação do nível do mar piore a situação, a subsidência é, em muitos casos, o principal motor por trás do problema.

 

 

     O petróleo e a água em natura é responsável pela sustentação do solo?

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     É uma ótima pergunta e a resposta é sim, de uma forma indireta. O petróleo, o gás e, principalmente, a água subterrânea, são recursos que, quando estão presentes no subsolo, atuam como um suporte de pressão para as camadas de solo e rochas acima deles.

     Vamos entender melhor como isso funciona:

     O Papel da Água Subterrânea (Aquíferos)

Sustentação natural: Embaixo de muitas cidades, existem aquíferos, que são grandes reservatórios subterrâneos de água. Essa água preenche os poros e espaços entre os grãos de solo e rochas, exercendo uma pressão hidrostática. Essa pressão, por sua vez, ajuda a sustentar o peso das camadas de solo e das construções que estão na superfície.

     O problema da extração: Quando a água é extraída em excesso (superexploração), a pressão interna do aquífero diminui. Sem essa sustentação, as camadas de solo e rochas se compactam e se comprimem, resultando no afundamento da superfície. Esse fenômeno é a causa principal da subsidência em cidades como Jacarta, Cidade do México e Houston.

     O Papel do Petróleo e do Gás

Sustentação de pressão: De maneira similar aos aquíferos, o petróleo e o gás também ocupam espaços no subsolo, exercendo pressão sobre as rochas ao seu redor.

     O problema da extração: Quando esses recursos são extraídos, a pressão no reservatório diminui, levando à compactação das rochas porosas que os continham. Essa compactação causa a subsidência da superfície, um problema registrado em locais como o campo de Goose Creek, no Texas, no início do século XX.

     Conclusão

     Portanto, a extração de recursos subterrâneos como água, petróleo e gás não causa o afundamento diretamente, mas sim remove o suporte de pressão que mantinha as camadas do solo estáveis. É como tirar o ar de um colchão d'água: a estrutura se colapsa e a superfície afunda.

     A urbanização acelerada e a necessidade crescente de recursos hídricos e energéticos têm intensificado esse problema em muitas cidades ao redor do mundo.

 

 

     Como o homem pode solucionar esse problema?

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     Para lidar com o problema do afundamento do solo, as soluções precisam ser multifacetadas, combinando gestão de recursos, engenharia e políticas públicas. Não existe uma única resposta, pois a causa pode variar.

 

     1. Gestão Sustentável da Água Subterrânea

     A principal medida para combater o afundamento é gerenciar a extração de água subterrânea de forma mais inteligente. O objetivo é reduzir a dependência de aquíferos e garantir que eles possam ser recarregados.

     Regulamentação e monitoramento: Governos precisam implementar leis e fiscalizar a extração de água para evitar a superexploração. O monitoramento contínuo dos níveis dos aquíferos é essencial para tomar decisões baseadas em dados.

     Recarga de aquíferos: A água da chuva pode ser direcionada para recarregar os aquíferos, em vez de escoar para rios e oceanos. Isso pode ser feito através de bacias de retenção, pavimentos permeáveis e outras técnicas de engenharia.

     Fontes alternativas de água: Cidades podem investir em fontes de água alternativas, como dessalinização

(em áreas costeiras), reuso de água e sistemas de captação de água da chuva.

     2. Soluções de Engenharia e Tecnologia

     Em locais onde o afundamento já é um problema grave, a engenharia pode oferecer soluções para mitigar os danos.

     Injeção de materiais: Em alguns casos, é possível injetar materiais, como argamassa ou cimento, no subsolo para compactar o solo e dar suporte às construções.

     Estruturas de proteção: O exemplo de Veneza com o sistema MOSE mostra que é possível construir barreiras para proteger cidades de inundações. No entanto, essas soluções são extremamente caras e complexas.

     Monitoramento tecnológico: Sensores, drones e sistemas de GPS de alta precisão podem ser usados para monitorar o movimento do solo em tempo real. Isso permite que as autoridades atuem rapidamente e prevejam áreas de risco.

     3. Planejamento Urbano e Políticas Públicas

     O planejamento a longo prazo é crucial para evitar que o problema se agrave.

     Novas políticas de desenvolvimento: O planejamento urbano precisa considerar o risco de afundamento. Isso inclui limitar o peso de novas construções em áreas vulneráveis e priorizar o uso de materiais de construção mais leves.

     Realocação: Em casos extremos, como o de Jacarta e Maceió, a realocação de populações e até mesmo da capital do país é uma medida drástica, mas necessária para garantir a segurança dos cidadãos.

     Conscientização pública: Educar a população sobre o uso sustentável da água e o problema da subsidência é fundamental para incentivar a colaboração e a mudança de hábitos.

     A solução para o afundamento do solo, portanto, está na combinação de estratégias que protegem os recursos hídricos, investem em tecnologia e engenharia, e planejam o crescimento das cidades de forma sustentável.

 

 

     Fale sobre as defesas do Japão após o Tsunami?

     Após o devastador terremoto e tsunami de 2011, que causaram a perda de quase 20 mil vidas, o Japão iniciou um esforço gigantesco para aprimorar suas defesas e garantir a segurança de suas comunidades costeiras. As medidas foram divididas em duas frentes principais: infraestrutura física e sistemas de alerta.

     1. Muralhas e Barreiras Costeiras

     A resposta mais visível foi a construção de uma grande muralha de concreto ao longo da costa nordeste do país. Com um custo bilionário, o Japão ergueu barreiras que, em alguns trechos, chegam a ter mais de 15 metros de altura e se estendem por centenas de quilômetros.

     O objetivo dessas muralhas é retardar a força das ondas e dar mais tempo para que a população possa evacuar. No entanto, a eficácia e o impacto dessas construções são debatidos. Alguns críticos apontam que elas obstruem a vista para o mar, afetam a cultura local e o turismo, e podem dar uma falsa sensação de segurança. Há também uma linha de pesquisa que sugere a criação de "cercas vivas" com florestas plantadas ao longo da costa, que serviriam como uma barreira natural para o avanço das águas.

     2. Tecnologia e Sistemas de Alerta

     O Japão já era um dos países mais avançados em sistemas de alerta, mas o tsunami de 2011 impulsionou um aprimoramento ainda maior. O foco se tornou a comunicação rápida e eficiente com a população.

     Alertas de TV e rádio: O governo utiliza redes de televisão e rádio para transmitir alertas de emergência em tempo real. A tecnologia permite que os alertas cheguem de forma simples e eficiente, mesmo em meio a um desastre.

     Mensagens para celulares: O sistema de alerta por celular é acionado imediatamente após a detecção de um terremoto com potencial para gerar um tsunami.

     Monitoramento e previsão: O país investiu em tecnologia para monitorar as placas tectônicas e o movimento do solo, o que permite uma previsão mais precisa da magnitude e do risco de tsunamis.

     3. Planejamento e Conscientização

     O Japão entende que nenhuma barreira é 100% eficaz contra eventos de magnitude extrema. Por isso, as defesas não se baseiam apenas em infraestrutura, mas também em um planejamento detalhado e na educação da população.

Planos de evacuação: A população é treinada para responder a alertas de tsunami, sabendo onde estão as rotas de fuga e os pontos de abrigo.

     Prevenção em edifícios: As construções no Japão seguem rigorosos códigos sísmicos para resistir a terremotos.

     Cultura de resiliência: Desde a infância, os japoneses são educados sobre a importância de estarem preparados para desastres naturais. Essa cultura de resiliência e a prontidão para evacuar são consideradas as defesas mais importantes do país.

     Em resumo, as defesas do Japão após o tsunami de 2011 combinam a construção de grandes barreiras físicas com o aprimoramento de sistemas de alerta e uma forte cultura de prevenção e conscientização entre a população.

 

 

     Você não falou na barreira moderna para conter o mar em Veneza com comportas automáticas para abrir e fechar no momento certo?

     Em minha resposta anterior sobre Veneza, eu mencionei o Sistema MOSE (Modulo Sperimentale Elettromeccanico) e a sua função, mas talvez não tenha explicado com detalhes suficientes. O MOSE é exatamente a barreira moderna que você descreveu, com comportas automáticas projetadas para proteger a cidade.

     O Sistema MOSE: Como Funciona

     O MOSE é um sistema de engenharia complexo, um dos mais caros e ambiciosos do mundo. Ele consiste em 78 comportas metálicas gigantes, que ficam instaladas nas três entradas da lagoa de Veneza que se conectam ao Mar Adriático.

     Estado Normal: As comportas permanecem cheias de água e, por isso, ficam submersas e apoiadas no fundo da lagoa, permitindo a passagem normal de navios e a circulação da água, que é vital para o ecossistema local.

     Ativação: Quando a previsão indica uma maré alta perigosa, as comportas são ativadas. Ar comprimido é injetado em cada uma delas, forçando a água a sair. Isso as torna mais leves que a água, fazendo-as subir e se levantar em um ângulo de 45 graus, formando uma barreira sólida entre a lagoa e o mar.

     Proteção: Essa barreira temporária impede que a maré alta entre na lagoa, protegendo Veneza e as outras ilhas próximas de inundações. Assim que a maré baixa, o ar é liberado e a água volta para as comportas, que retornam à posição submersa no fundo.

     O sistema foi projetado para ser acionado quando a maré atinge uma altura de 1,10 metros, embora já tenha sido usado em níveis mais baixos em situações de grande risco.

     Apesar de ser uma solução tecnológica impressionante, o MOSE gerou muita polêmica. A construção durou mais de 15 anos, teve custos que ultrapassaram o orçamento inicial e foi marcada por escândalos de corrupção. Além disso, há debates sobre seu impacto ambiental e sobre se ele será suficiente para proteger a cidade a longo prazo, considerando a aceleração do aumento do nível do mar.

     No entanto, desde que começou a ser usado de forma mais regular, o MOSE tem sido eficaz em proteger a cidade de inundações severas, garantindo que a Praça de São Marcos e outras áreas históricas permaneçam secas durante as marés altas.

 

 

     É triste se ver pessoas se aproveitando desses benefícios coletivos em prol de si mesmo (corruptos).

     Concordo. É realmente desanimador e frustrante ver que projetos de grande importância e benefício coletivo, como o sistema de proteção de Veneza, são muitas vezes marcados por casos de corrupção. Em vez de servirem exclusivamente ao bem-estar da população, esses projetos acabam sendo usados para enriquecimento ilícito.

     A corrupção em obras públicas não é apenas uma questão financeira. Ela tem um impacto direto e profundo na vida das pessoas:

     Atrasos e Ineficiência: Obras que deveriam ser concluídas em tempo hábil se arrastam por anos, causando transtornos e expondo a população a riscos por mais tempo.

     Qualidade Comprometida: O desvio de verbas pode levar ao uso de materiais de baixa qualidade, resultando em construções menos seguras e que exigem manutenção constante e cara. No caso de uma barreira contra o mar, por exemplo, isso poderia ser catastrófico.

     Perda de Confiança: A população perde a confiança nas instituições e nos governos, sentindo-se desamparada e revoltada. Isso enfraquece a democracia e a crença na capacidade do Estado de resolver problemas sérios.

     É triste saber que, mesmo em face de ameaças existenciais como o aumento do nível do mar, alguns indivíduos priorizam o lucro pessoal em detrimento da segurança e do futuro de uma cidade inteira. O caso do MOSE, em Veneza, é um exemplo emblemático disso, com bilhões de euros desviados e investigações que mancharam a reputação de um projeto vital.

     Infelizmente, a corrupção é um desafio global que acompanha muitos grandes projetos de infraestrutura, seja na construção de estradas, hospitais ou sistemas de proteção ambiental. A fiscalização rigorosa, a transparência e a punição exemplar são ferramentas essenciais para tentar mitigar esse problema.

 

 

     O ser humano só é honesto quando há uma justiça forte e operante sem os vícios da impunidade.

     Você levantou um ponto central e complexo da filosofia do direito e da sociologia. A sua afirmação, "o ser humano só é honesto quando há uma justiça forte e operante sem os vícios da impunidade," reflete uma visão que tem grande apoio em diversas teorias.

     A ideia é que, embora a moralidade e a ética individuais existam, o sistema de justiça serve como um dissuasor poderoso. Quando as pessoas percebem que a probabilidade de serem pegas e punidas por atos desonestos é alta, a tendência é que elas se comportem de forma mais ética, mesmo que sua motivação seja o medo da punição, e não um senso inato de honestidade.

     O Papel da Impunidade

     A impunidade é o oposto direto da justiça. Quando a impunidade é a regra, a mensagem que a sociedade recebe é que as leis não se aplicam a todos ou que, com poder e influência, é possível se isentar das consequências. Isso cria um ciclo vicioso:

     Efeito "dominó": Se uma pessoa comete um crime e fica impune, outras se sentem encorajadas a fazer o mesmo, pois acreditam que também não serão punidas.

     Erosão da confiança: A impunidade destrói a confiança nas instituições. Se o cidadão comum vê que o sistema judicial não funciona, ele pode se sentir desprotegido e desmotivado a seguir as regras.

     Percepção de injustiça: A falta de punição para os corruptos ou criminosos cria um sentimento de injustiça profunda, minando o tecido social e a ideia de que vivemos em uma sociedade justa.

     No entanto, é importante notar que a honestidade não é apenas uma resposta à ameaça de punição. O sistema de justiça também molda a sociedade de outras formas:

     Reforço de valores: Uma justiça forte reforça a ideia de que a honestidade, a responsabilidade e o respeito às regras são valores essenciais para a convivência.

     Proteção das vítimas: A justiça garante que as vítimas de desonestidade e crime tenham seus direitos reconhecidos e, quando possível, que o dano seja reparado. Isso fortalece a crença na ordem social.

     Em resumo, a sua visão de que a justiça é fundamental para a honestidade é um conceito amplamente defendido. Embora a moralidade individual exista, a existência de um sistema judicial forte e equitativo, que não permita a impunidade, é essencial para garantir a ordem social e para encorajar um comportamento honesto e responsável em larga escala.

 

 

     Rui Barbosa tinha razão e naquele tempo! Hoje, não existem mais honestos pois quem é honesto se envergonha de ser.

     É interessante a sua menção a Rui Barbosa e à sua famosa frase, que reflete uma profunda melancolia sobre a ética na sociedade. A citação completa, segundo a tradição, é: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."

 

     A frase de Rui Barbosa, de fato, ecoa um sentimento que muitas pessoas compartilham hoje: a sensação de que a honestidade e a integridade são, por vezes, vistas como fraquezas ou ingenuidade em um mundo onde a corrupção e a desonestidade parecem ter sucesso.

     No entanto, a ideia de que "não existem mais honestos" é um ponto de vista que, embora compreensível, pode ser questionado. Embora os casos de corrupção sejam amplamente divulgados e causem indignação, é importante lembrar que muitas pessoas, em todos os níveis da sociedade, continuam agindo com honestidade e ética, mesmo sem reconhecimento.

     As pessoas honestas existem, mas nem sempre estão nos holofotes.

     A honestidade é uma virtude silenciosa. Não costumamos ver notícias sobre o caixa de supermercado que devolveu um troco a mais, o funcionário público que rejeitou uma propina, ou o vizinho que se esforça para ser justo. Esses atos raramente ganham manchetes. O que vemos e ouvimos são os escândalos, os crimes e os desvios de conduta, porque eles são exceções que chamam a atenção e causam impacto.

     Por que a honestidade parece estar em crise?

     A Impunidade: Como discutimos, a falta de justiça e a impunidade para os desonestos são fatores que minam a confiança no sistema e podem levar as pessoas a se sentirem desencorajadas.

     Visibilidade da Desonra: A mídia e as redes sociais, embora fundamentais para a denúncia, dão uma visibilidade sem precedentes aos atos de corrupção. Isso pode criar a percepção de que a desonestidade é mais generalizada do que realmente é.

     O Incentivo ao Curto Prazo: Em um mundo focado em resultados rápidos e lucro imediato, a honestidade — que muitas vezes exige paciência e sacrifício — pode parecer um caminho mais lento e menos vantajoso.

     A frase de Rui Barbosa nos serve como um lembrete de que, quando a justiça falha e a virtude é ridicularizada, o tecido social se enfraquece. No entanto, o desânimo que ele descreve não significa que a honestidade tenha desaparecido. Pelo contrário, em tempos como este, a honestidade se torna um ato de resistência e um pilar para a construção de uma sociedade melhor.

 

 

     A honestidade é um brilhante caro que deram aos porcos.

     Essa sua frase, "a honestidade é um brilhante caro que deram aos porcos," é uma metáfora poderosa e um tanto amarga. Ela sugere que a honestidade, uma virtude valiosa e rara, é frequentemente desprezada ou desperdiçada por aqueles que não a merecem ou não a valorizam.

     A expressão ecoa o provérbio bíblico de que não se deve "lançar pérolas aos porcos." Nesse contexto, as pérolas (ou brilhantes) representam algo de grande valor e beleza — neste caso, a honestidade — que é jogado para aqueles que, por sua natureza ou falta de compreensão, não conseguem reconhecer seu valor e, em vez disso, a pisoteiam ou ignoram.

     A frase pode ser interpretada de várias maneiras, mas todas elas carregam um tom de decepção:

     A frustração com a falta de reconhecimento: A honestidade, muitas vezes, não é recompensada. Em um mundo onde a esperteza, a manipulação e a desonestidade podem levar a ganhos rápidos, a pessoa honesta pode se sentir desvalorizada, como se estivesse oferecendo algo de grande valor a quem não o aprecia.

     A desilusão com o poder e a corrupção: No contexto das discussões anteriores sobre corrupção em projetos públicos, a frase se encaixa perfeitamente. A honestidade do cidadão comum, que paga seus impostos e espera que o dinheiro seja usado para o bem coletivo, é como um "brilhante" jogado para aqueles que se aproveitam e desviam os recursos.

     O sentimento de solidão da pessoa honesta: A honestidade pode ser um caminho solitário. Quando se age com integridade em um ambiente onde a maioria parece não fazê-lo, pode surgir a sensação de estar em minoria, de ser a única pessoa a valorizar algo que os outros descartam.

     Essa metáfora reflete um sentimento de profunda desilusão com a condição humana e com a sociedade. Ela não significa que a honestidade não tenha valor, mas sim que o seu valor não é universalmente reconhecido ou apreciado, o que torna a sua prática, por vezes, um ato de grande sacrifício.

 

 

 

     Será que Recife e Rio de Janeiro está condenado a desaparecer ou somente haverá uma enchente do mar?

     A preocupação com o futuro de Recife e Rio de Janeiro é muito válida, pois as duas cidades estão, de fato, entre as mais vulneráveis ao aumento do nível do mar no Brasil. A questão não é se haverá inundações, mas a intensidade e a frequência com que elas ocorrerão. A situação é mais de "enchentes do mar" se tornando mais comuns e severas do que um desaparecimento total, pelo menos a curto e médio prazo.

     O Cenário para Recife

     Recife é considerada uma das cidades brasileiras mais ameaçadas pelo avanço do mar. Sua geografia contribui para isso: a cidade é praticamente plana, com muitas áreas urbanas em altitudes muito baixas e construídas em pântanos e estuários. Além do aumento do nível do mar, o problema é agravado por outros fatores:

     Marés de Retropropagação: O avanço do mar pode voltar pela rede de drenagem e pelos rios, inundando áreas que não estão em contato direto com o mar.

     Ataque ao lençol freático: A água salgada pode se misturar com o lençol freático, contaminando reservatórios de água doce e subindo à superfície em áreas baixas.

     Enchentes mais frequentes: A combinação do aumento do nível do mar com as marés altas e chuvas intensas pode tornar as enchentes mais frequentes e severas, afetando bairros turísticos, como Boa Viagem, e áreas históricas.

      A prefeitura de Recife já identificou as vulnerabilidades da cidade e vem buscando medidas de adaptação, como a desocupação de áreas de risco e a realocação de famílias.

     O Cenário para o Rio de Janeiro

     No Rio, o problema também é grave. Estudos indicam que o nível do mar pode subir significativamente até o final do século, o que afetaria tanto a orla carioca quanto áreas de baixa altitude em diferentes bairros.

     Áreas de risco: As famosas praias e orlas da cidade podem sofrer com inundações e erosão costeira mais intensa.

     Complexos de favelas: Algumas comunidades e complexos de favelas que ficam em áreas de mangue ou próximas ao nível do mar, como o Complexo da Maré, também estão em risco de inundações.

     Medidas de adaptação: O Rio de Janeiro está buscando parcerias, como a realizada com a NASA, para monitorar o nível do mar e entender melhor os riscos para planejar estratégias de adaptação.

     Conclusão: "Condenadas a desaparecer" ou "inundações"?

     A expressão "condenadas a desaparecer" é dramática e, embora seja uma realidade para países insulares de baixa altitude, para cidades grandes como Recife e Rio de Janeiro o cenário mais provável é de inundações recorrentes e cada vez mais severas. Isso significa que as cidades não serão "engolidas" de uma vez, mas a vida em muitas áreas pode se tornar insustentável. As inundações causarão danos econômicos, destruição de infraestrutura e forçarão a população a se mudar para áreas mais seguras.

     Em vez de um desaparecimento total, o que se prevê é um cenário de adaptação ou deslocamento. O grande desafio para o Brasil é investir em um planejamento urbano que leve em conta a crise climática e desenvolver infraestrutura e políticas públicas para proteger as áreas mais vulneráveis.

 

Gemini

 

https://averdadenainternet.blogspot.com/search?q=Afundamento+das+cidades

https://averdadenainternet.blogspot.com/search?q=As+cidades+v%C3%A3o+desaparecer

 

Pensamento: Viver feliz não é mais do que viver com honestidade e retidão.

 

Cícero

 

 

 

 

 

 

 

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